quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Dores que nos transformam

Dores que nos transformam - Quando frágeis, então somos fortes. Edson Fernando e Jonas Rezende. Editora Mauad, 2002. 135 pág.


Quase a totalidade das pessoas tem pavor à morte e as dores. Nem sempre, portanto, há quem se disponha a discutir o assunto, pelo menos, de maneira suave e relevante. Em Dores que nos transformam os pastores Edson Fernando e Jonas Rezende tentam dar conta do desafio.

Fernando, pastor da Igreja Cristã de Ipanema, no Rio, teve a iniciativa a partir de sua experiência assistindo famílias no hospital e de sua própria enfermidade. Jonas Rezende é conhecido nos meios acadêmicos e na TV Educativa (RJ), pai da atriz Lídia Brondi e freqüentemente relacionado ao amigo Neemias Marien, este reputado por muitos evangélicos como apóstata. A participação, proporcionalmente menor, de Jonas no livro deve-se a um projeto adiado dos autores e a experiência pessoal. Em 2001, Rezende lançou, também pela Mauad, A família maldita, onde tratou de alguns de seus dramas familiares, inclusive o afastamento de Lídia das telas da TV Globo.

"Para alguns, a dor convida à quietude. Para outros, à oração. Outros se entregam ao lamento".

Habituados a ouvir e aconselhar pessoas com as mais diversas inquietações da alma e do espírito, sobretudo gente que circula nos meios mais esclarecidos e liberais, Fernando e Rezende escrevem em um tom que tende ao intimismo. Talvez por isto, a leitura dá a impressão de estarem, eles mesmos, expiando suas próprias dores, embora a tentativa evidente é "chorar com os que choram".

Para dar suporte aos comentários, as três seções se organizam num plano comum. Dores... oferece o ser humano como ponto de partida para a relação do ser humano em relação à pluralidade da vida, a dignidade na dor e a integridade na morte. E, sobre todas as frustrações que acompanham a existência humana, a morte talvez exerça a mais densa influência sobre o imaginário, com diversas manifestações simbólicas que se percebem no comportamento social e pessoal. Para quem não equacionou suas contas com a morte, a terceira parte do livro seria, via de regra, a primeira a ser folheada.

Rubem Alves, para quem a vida não se define biologicamente, questiona quem e o que define a vida: "na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais". O pensador, de fundo evangélico, também é citado no livro.

O projeto, despretensioso, com um texto que o recomenda apenas a um grupo seleto, indica que também existe atividade evangélica fora do círculo das principais editoras do meio. Numa situação assim, duas coisas chamam a atenção. A primeira é que, como não está no set das ditas evangélicas, a Mauad não conta com - e talvez nem pretenda - o público das demais, abrindo-se para outros segmentos. Sem público específico, é provável que a produção dependa do prestígio dos autores junto a amigos, colegas, alunos ou familiares. A segunda é que, a despeito do prefácio de Dores... admitir a intenção de não restringi-lo a "cinco ou seis pessoas", tudo aponta para a difícil tarefa de atrair leitores dispersos no público. Por exemplo, em que nicho identificam-se universitários evangélicos?

Natal brasileiro

Das chuvas que caem sobre as coxilhas do Rio Grande do Sul ou das barrancas orientais do Rio Paraná, cujas águas alisam terras dos barrigas-verdes, dos paranaenses e paulistas, até as dunas das praias potiguares, quase tão a leste quanto a ponta paraibana do Seixas, no "nariz"do país. Do litoral baiano e a foz do Vaza-Barris, em Sergipe, até o Pantanal Matogrossense, subindo para as florestas de Acre e Rondônia. Da longínqua fronteira noroeste da Amazônia até os Lençóis Maranhenses e os sítios arqueológicos do Piauí. Ou das selvas lambidas por vastos rios em Roraima e Amapá até o arquipélago de Fernando Noronha e os arrecifes de São Pedro e São Paulo. Também da Ilha da Trindade e capitais insulares de São Luis, Vitória do Espírito Santo e no antigo 'Desterro' de Santa Catarina até o coração das Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, como artérias que fluem pelo Tocantins ou se represam nas Alagoas ou desidratam no sertão cearense e se renovam em rincões do Pará. Do Rio de Janeiro, envio aos brasileiros um abraço natalino de paz e esperança na mensagem de Jesus.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Eu sei


Eu sei

Luciano P. Vergara


Eu sei, meu Deus, as coisas que fiz.

Digo que sei porque tenho consciência

De meus atos, pensamentos e sentimentos.

E porque tenho consciência,

De tais coisas é que digo que eu sei.


A consciência que tenho não é só das coisas

Que sei que fiz e que faço;

É de muito mais.

Também muito sei do que outros fazem.

Mas o que digo a ti se refere apenas

Às coisas que fiz e que faço.

Porque só elas importam aqui.

Do que outros fizeram e fazem,

Só eles devem falar, não eu.


Meu Deus, de tudo isso que sei,

Eu falo baixinho.

E enquanto eu falo, os olhos marejam.

Embarga-me a voz!

Teus olhos mirando, amorosos, serenos,

A um só tempo firmes, atentos...

... Nada foge à sua argüição.

Teus olhos me varam,

Mas, gentis, comunicam.

Insistem na paz.


Eu sei, não posso esquecer

Que, ’inda à beira da morte, no azar ou na sorte,

A alma, ansiosa, suspira e pede perdão.

Eu fito esses olhos, gentis, caridosos,

Amor repartido, corrige e ensina a não mais pecar.


Eu sei, meu Deus, eu pequei

Por atos, palavras, a fazer ou fugindo de fazer.

Eu sei, tenho culpa e a culpa que tenho

Tu a queres levar sobre os ombros de Cristo,

Na cruz de Jesus, enquanto esses olhos

Ainda me inspiram – até me assustam! –

E enquanto vasculham, também consolam todo o meu ser.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

40 anos na favela




Em uma entrevista publicada no dia 30 de outubro, o líder comunitário, pastor e psicólogo Macéias Nunes conversou com Lenildo Medeiros, da Agência Soma. Entre as perguntas, o jornalista quis saber qual deve ser o papel da igreja no complicado contexto da favela. Macéias completou 40 anos atuando em favelas, na maior parte desse tempo fazendo trabalho pastoral.
Confira abaixo a resposta do pastor Macéias.

"Antes de tudo, pregar a palavra. O poeta Drummond dizia que lutar com a palavra é a luta mais vã, mas lutar com a Palavra de Deus é garantia de eficácia na transformação de vidas. Tenho visto muitas conversões de bandidos, pais de santo, prostitutas e, num milagre ainda maior, de pessoas bem postas na sociedade, bons cidadãos, cumpridores de seus deveres, mas que são tão pecadores – ou até mais – quanto os marginalizados da vida. Pregar a palavra, sim, mas entender que é preciso salvar a vida, além da alma. Nesse sentido, ação social é fundamental. Fico perplexo ao ver igrejas grandes, em favelas também grandes, igrejas estas sem um mísero curso de alfabetização ou coisa parecida. Pela graça de Deus, na Igreja Batista do Leme (pastoreada por Macéias Nunes há cerca de uma década e meia), sem contarmos com recursos financeiros, Deus tem nos ajudado a manter uma forte estrutura de ação social, com um grande número de projetos. Pessoas de outras regiões têm vindo até nós para aprender sobre o tema. Igreja de favela sem projeto de ação social é um contra-senso. Só o Cheque-Cidadão, que muitos criticaram como assistencialista, distribuímos durante sete anos. Mantemos há 11 anos uma creche comunitária. Temos curso de informática, de reciclagem e artesanato, bazar comunitário e cursos supletivos de primeiro e segundo graus. Não temos dinheiro, apenas visão. Os recursos, Deus envia. Ele é fiel.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Rio na lista da ditadura gay

Desculpe-me quem já se preveniu, mas vale o alerta e nunca é demais lembrar a todos o risco das armadilhas que podem preparar os grupos articulados da minoria gay.

Agora é lei em diversos municípios e se aplica a estabelecimentos comerciais, porém fala de estabelecimentos particulares (veja matérias abaixo). Algumas igrejas dispõem de livrarias, hospitais, escolas e universidades, onde a lei já vigora, mas considero uma questão de tempo a adequação textual para incluir as instalações religiosas de culto, doutrina e serviço comunitário.



Uma fonte: http://mixbrasil.uol.com.br/mp/upload/noticia/6_78_69853.shtml:Rio Legal12/11/2008



Rio de Janeiro ganha Lei que pune estabelecimentos comerciais por discriminação

Hélio Filho

O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (DEM), assinou na última segunda-feira, 10, o decreto nº. 33.033/2008, aprovando, assim, a Lei 2475/96, que pune de forma administrativa estabelecimentos comerciais, industriais e repartições públicas que discriminarem pessoas por conta de sua orientação sexual. A Lei foi elaborada em 12 de setembro de 1996 pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal.

O decreto foi assinado e a decisão publicada em Diário Oficial, o que significa que ela já está em vigor para puxar a orelha de comerciantes homofóbicos. Para os efeitos da Lei, entende-se por discriminação atos de constrangimento, proibição de ingresso ou permanência, atendimento selecionado e preterimento quando da ocupação e/ou imposição de pagamento de mais de uma unidade nos casos de hotéis, motéis e similares.

As sanções a serem aplicadas são progressivas e seguem a seguinte ordem: na primeira vez, o estabelecimento recebe uma advertência, na segunda vez, é multado em pelo menos 1.250 UFIRs, na terceira, é suspenso de seu funcionamento por 30 dias e, na quarta, e derradeira, tem seu alvará de funcionamento cassado.

Outra fonte: http://www.tudoagora.com.br/noticia/11057/Rio-de-Janeiro-regulamenta-lei-municipal-que-pune-discriminacao-a-beijo-gay.html




Rio de Janeiro regulamenta lei municipal que pune discriminação o beijo gay
13/11/2008 - 09:26:31 - Folha de S.Paulo


Um decreto da Prefeitura do Rio publicado no "Diário Oficial" regulamentou duas leis que prevêem punições a "todo ato de discriminação praticado contra pessoas, em virtude da orientação sexual destas." Poderão ser aplicadas multas (a partir de R$ 2.290), haver a suspensão do funcionamento e mesmo a cassação do alvará.

A prefeitura também criou um canal de denúncias por e-mail e telefone e disse que, antes de punir, irá realizar ações educativas.

Os principais alvos são bares, restaurantes ou outros estabelecimentos que impedem casais gays de se beijarem ou de trocarem carinhos em suas dependências.

No Estado de São Paulo, existe lei semelhante desde o ano de 2001.



Eis a íntegra da lei sancionada pelo prefeito:

Lei nº 2475 De 12 De Setembro de 1996.

Determina sanções às Práticas Discriminatórias na Forma que Menciona e dá outras providências.

Autor: Comissão de Defesa dos Direitos Humanos.


O Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, faço saber que a Câmara Municipal decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º - Os estabelecimentos comerciais, industriais e repartições públicas municipais que discriminarem pessoas em virtude de sua orientação sexual, na forma do parágrafo 1º do art. 5º da Lei Orgânica do Município, sofrerão as sanções previstas nesta lei.
Parágrafo Único - Entende-se por discriminação, para os efeitos desta Lei, impor às pessoas de qualquer orientação sexual situações tais como: I - constrangimento; II - proibição de ingresso ou permanência; III - atendimento selecionado; IV - preterimento quando da ocupação e/ou imposição de pagamento de mais de uma unidade, nos casos de hotéis, motéis e similares.

Art. 2º - As sanções impostas aos estabelecimentos privados que contrariarem as disposições da presente Lei, as quais serão aplicadas progressivamente, serão as seguintes: I - advertência; II - multa mínima de mil duzentos e cinqüenta e quatro Unidades Fiscais de Referência - UFIR; III - suspensão de seu funcionamento por trinta dias; IV - cassação do alvará.
Parágrafo Único - Na aplicação das multas será levada em consideração a capacidade econômica do estabelecimento infrator.

Art. 3º - vetado I - vetado II - vetado III - vetado
Parágrafo Único - Vetado

Art. 4º - vetado
Parágrafo Único - Da regulamentação de que trata este artigo constarão obrigatoriamente: I - mecanismos de denúncias; II - formas de apuração de denúncias; III - garantias para ampla defesa dos infratores. (César Maia)

Art. 5º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Por isso, espero que o Colégio Episcopal da Igreja Metodista e os órgãos assemelhados das demais igrejas se pronunciem especialmente acerca disso e alertem os seus obreiros/as, sob o risco de se infiltrarem agentes de grupos polêmicos no meio de congregações desavisadas para causar embaraços e prejudicar a imagem de pastores/as junto à sociedade e autoridades.

Deus tenha midericórdia de nós.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Superman

"Então, Hilquias e os enviados pelo rei foram ter com a profetisa Hulda (...). Ela lhes disse: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim: Assim diz o Senhor: Eis que trarei males sobre este lugar e sobre os seus moradores, a saber, todas as maldições escritas no livro que leram diante do rei de Judá. Visto que me deixaram e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos, o meu furor está derramado sobre este lugar e não se apagará. Porém ao rei de Judá, que vos enviou a consultar o Senhor, assim lhe direis: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca das palavras que ouviste: Porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante Deus, quando ouviste as suas ameaças contra este lugar e contra os seus moradores, e te humilhaste perante mim, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te ouvi, diz o Senhor."




É um pássaro!... É um avião!... Não, é o Barak Obama!

As multidões saúdam o homem sobre quem, no momento, repousa a maior expectativa planetária que já se viu. Contudo, imaginar que esse homem tenha o poder de mudar o mundo é algo injusto com quem é apenas um homem, não um deus. Ingênuos ou não, é o que muitos em todo mundo esperam do presidente. de um país que pode estar com os dias de única superpotência contados.
Que conforto dá ler, em 2 Crônicas 34.22-27, a resposta serena da profetisa Hulda ao jovem Josias, lembrando ao rei que ele era apenas um homem.

O nome bíblico que o presidente eleito ostenta não é garantia de princípios cristãos na governança de seu país, menos ainda no resto do mundo. Contudo, é quase uma esperança que alguém com uma trajetória de vida pessoal e familiar tão inusitada, para os padrões da Casa Branca, possa levar os EUA a se destacarem na liderança moral do Ocidente, depois de tantos e vergonhosos expedientes, desde a escravidão, a Guerra de Secessão, o capitalismo brutal, o consumismo, o macarthismo, a bomba atômica, o Vietnã, o caso Watergate, o apoio aos "contras" com dinheiro das armas vendidas aos aiatolás iranianos e o seu pivô, coronel Oliver North, os testas-de-ferro Manuel Noriega, no Panamá, Saddam Hussein, antes das duas guerras do Golfo, e Suharto, na Indonésia. Agora, o deslavado calote das hipotecas que quebrou o sistema de créditos dos EUA e levou ao fundo do poço as bolsas mundiais. Do lado dos "bandidos" orientais (soviéticos, maoístas e fanáticos islâmicos), a falta de compromisso com os princípios cristãos já era um dado a considerar. Mas é no campeão do idealismo ocidental, herdeiro de tradições imperiais, que se espelham os povos convictos da liberdade e da democracia.

Não é possível conhecer totalmente o coração de alguém. Mas a política de Obama será uma forte referência para saber o lado para o qual se inclina o seu coração. Na posição em que ocupará, ele poderá influir em todos os continentes, para o bem ou para o mal, conforme o caminho que o seu coração adotar. Resta saber se ele irá mascarar seus atos com o verniz do populismo ou se dará o tom moralizador que a economia e as instituições norte-americanas precisam para trazer de volta o estado de justiça, o império da lei e da ordem.

Sem corroborar a ilusão de que os EUA são o espelho do Ocidente, é notório que parte dos demais países ocidentais, ou pró-ocidentais, perdendo o "trem da história", ocupam-se egoista e miopemente com suas próprias finanças, e outra parte ainda se debate com a construção de instituições internas, um quadro de imaturidade para o exercício da liderança internacional.

Com o bafo chinês na orelha, ainda não se vê no horizonte a que país a fatigada liderança dos EUA passará a vez. Se o seu desgaste se acelerar e a China consolidar o seu império, haverá um vácuo perigoso, abrindo-se a porta a uma luta leste-oeste pela primazia, forçando a União Européia a sair do sossegado segundo lugar para tentar por ordem no caos e sair debaixo de uma eventual chuva de mísseis.

Será que Barak Obama entrará numa cabina telefônica, para trocar seu alinhado terno pela malha colorida do homem de aço, e voar à volta do globo, fazendo-o voltar no tempo?

sábado, 8 de novembro de 2008

Corrida presidencial

Artigo escrito para a Revista Soma, seção Conexão América Latina, em setembro de 2008, logo após o primeiro debate entre os candidatos à presidência dos EUA, Barack Obama (democrata) e John McCain (republicano).

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Tempo de liberdade

Luciano P. Vergara

Já não se vê o brilho cúprico da Estátua da Liberdade. Em outros tempos, ela sinalizou a “terra da liberdade” a milhões de imigrantes – na maioria, europeus. Chegavam em navios e alcançavam, pela foz do rio Hudson, o porto de Nova York, na expectativa de trabalho, comida e segurança. Hoje, quem bordeja a Staten Island numa balsa repleta de turistas, enxerga a “velha senhora” de metal totalmente esverdeada pela reação do cobre aos elementos do ar. A emoção dos refugiados do Velho Mundo é apenas uma recordação em preto e branco de um tempo que passou e, enquanto passava, foi mudando a cara dos Estados Unidos da América do Norte.

No presente, enquanto o tecido social dos EUA parece se desintegrar sob a corrupção e a perda das caras liberdades individuais, há muito consagradas pela primeira constituição republicana da história, a toque de um suposto combate ao terrorismo que onera os contribuintes, mas rende para alguns compadres empresários. No rastro de rombos deixados por enormes companhias do mercado financeiro, fragilizam-se as noções mais básicas de economia, segundo as quais não se dá dinheiro público a banco irresponsável.

Os candidatos que ora disputam a Casa Branca são inexperientes na condução de crises como a que vem se desenhando. Mas George W. Bush tem demonstrado que não é preciso entender de crise para ser presidente de uma superpotência. Mas alguém terá dito isso à crise? De costa a costa do território e por todo o planeta, apareceu a nova face americana, ainda indefinida entre o rosto mulato do democrata Barak Obama e a cara pálida do republicano John McCain. Se é cedo para dizer por qual deles o eleitorado yankee irá se decidir, já é tempo de reconhecer que, no trato, o manto de estadista veste melhor Obama, com o seu olhar altivo e sereno e o discurso bem articulado na voz bem colocada, do que no atarracado McCain. O republicano, esquivando-se de encarar o adversário, apenas realçava a noção generalizada de que é, além de orador medíocre, também uma pessoa “travada” em outros quesitos. Nesse pleito, só a rebeldia de alguns de seus parlamentares evitou que o Partido Republicano tivesse papel mais patético.

Esperado por bilhões de pessoas em todo o globo, o debate pouco acrescentou além da constatação da crise óbvia em que se meteu a superpotência do Norte, arrastando com isso as economias mundiais para o olho de uma tormenta. Os gastos militares no Iraque e no Afeganistão, um dos pontos mais controvertidos da disputa presidencial dos EUA, e o colapso das hipotecas, alimentadas pelo crescente endividamento interno, deram o tom do espetáculo. Quem esperava da pauta que fossem contempladas as questões latino-americanas viu-se obviamente frustrado, pois continua claro que o futuro governante da maior economia do planeta continuará a tratar a América Latina como agenda de segunda linha. Do alto de seu importante cargo e ocupações mais urgentes, restará ao novo chefe norte-americano permitir ao Brasil exercer uma morna liderança da região.

O que esperar, de imediato, nesse cenário? Faremos “tudo o que o “Mestre” mandar ou, em vez disso, já não existirá mais um “mestre”? Em um comentário na TV, o embaixador e ex-ministro Marcílio Marques Moreira declarou que o mundo esteve bi-polarizado, ficou mono-polarizado e está cada vez mais sem polarização, afinando-se com outras percepções que anunciam a relativização da liderança norte-americana. Sintomas disso são o declínio do padrão dólar na economia e a elevação de outras lideranças mundiais que vieram compartilhar a influência nos diferentes cenários.

O momento é fráctil e a conjuntura sofre um espasmo, modificando a silhueta política e alterando o eixo do poder. Num Brasil em que se formaram consideráveis reservas financeiras, vindas em parte das somas arrancadas aos contribuintes, em outra, de ganhos oriundos da balança comercial, idem do ‘boom’ que ‘surfou’ na alta do barril de óleo, a estabilidade política e a popularidade de seu chefe maior até encorajam desdenhar os efeitos – para uns, questão de tempo – da crise que prenuncia um temporal. Então, enquanto os EUA tentam limpar o olho do cisco incômodo, outras nações se reorganizam no tabuleiro. Não por acaso, Venezuela, Equador e Bolívia ousam um retrocesso autoritário em nome do proletariado e do nacionalismo.

A história é dinâmica e as regras mudam: “um dia é o da caça, outro do caçador”. Agora, “enquanto a onça bebe água”, a diplomacia brasileira tem tempo para ajudar na consolidação da liderança regional, tornando-a mais concreta e consistente. Mesmo com lacunas sociais e reformas pendentes, os brasileiros têm a possibilidade de embarcar no “trem da história”. Mas o melhor uso de seu potencial não ocorrerá se se repetir a velha fórmula imperialista. As recentes reações à construtora Odebrecht no Equador e Petrobras na Bolívia, por mais chauvinistas que tenham sido, servem de alerta ao Brasil. É possível ser internacionalmente relevante sem querer mandar no país dos outros, sem colonizar, sem reduzir as relações exteriores à mera exploração dos vizinhos.

Nas palavras de Jesus pela pena de Lucas: “Mais bem-aventurado é dar que receber” (Atos 20.35) está implícita a lição – dita franciscana – de que “é dando que se recebe”. Os povos mais sofridos dão sinal de que não têm mais esperança nas grandes economias, como ficou claro em Timor-Leste, Ruanda, Camboja e Uganda, entre outros. As ações “libertadoras” na Ásia Central têm acenado com uma democracia assentada em valores movediços que cheiram a carnificina. Por isso, o caminho mais seguro para uma liderança que faça amigos em vez de odiosos revanchistas é aperfeiçoarem-se os vínculos de solidariedade. Ser o maior entre os pequenos é melhor do que ser o menor entre os grandes. Mas isso tem que ser mais do que discurso oportunista, requer uma nova “tocha da liberdade”, sem o azinhave esverdeado pelo enferrujamento dos valores humanitários, mas cristalizados em projetos de longo prazo e posicionamentos políticos firmes.


Publicado na Revista Soma, edição nº 9; url: www.agenciasoma.org.br

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Holanda se arrepende de liberar drogas e prostituição

O texto a seguir foi selecionado no blog Informativo Batista:




A Holanda, um dos países mais liberais do mundo, está em crise com seus próprios conceitos. O país que legalizou a eutanásia, o aborto, as drogas, o “casamento” entre homossexuais e a prostituição reconhece que essa posição não melhorou o país. Ao contrário: aumentou seus problemas.

Em matéria publicada na revista Veja de 5 de março, sob o título Mudanças na vitrine, o jornalista Thomaz Favaro ressalta que, desde que a prostituição e as drogas foram legalizadas, tudo mudou em De Wallen, famoso bairro de Amsterdã, capital holandesa, onde a tolerância era aceita. “A região do De Wallen afundou num tal processo de degradação e criminalidade que o governo municipal tomou a decisão de colocar um basta. Desde o início deste ano, as licenças de alguns dos bordéis mais famosos da cidade foram revogadas. Os coffee shops já não podem vender bebidas alcoólicas nem cogumelos alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los de funcionar a menos de 200 metros das escolas. Ao custo de 25 milhões de euros, o governo municipal comprou os imóveis que abrigavam dezoito prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora acolhem galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo”.

A matéria destaca ainda que a legalização da prostituição na Holanda resultou “na explosão do número de bordéis e no aumento da demanda por prostitutas”. Nos primeiros três anos de legalização da prostituição, aumentou em 260% o tráfico de mulheres no país. E a legalização da maconha? Fez bem? Também não. “O objetivo da descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas. Supunham os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário recorrer ao traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas. (…) O problema é que Amsterdã, com seus coffee shops, atrai ‘turistas da droga’ dispostos a consumir de tudo, não apenas maconha. Isso fez proliferar o narcotráfico nas ruas do bairro boêmio. O preço da cocaína, da heroína e do ecstasy na capital holandesa está entre os mais baixos da Europa”, afirma a matéria de Veja.

O criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã, afirma: “Hoje, a população está descontente com essas medidas liberais, pois elas criaram uma expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe dessas atividades”.

Pesquisas revelam que 67% da população holandesa é, agora, a favor de medidas mais rígidas. E ainda tem gente que defende que o Brasil deve legalizar a maconha, o aborto (no editorial passado, vimos o caso de Portugal), a prostituição etc, citando a Holanda e outros países como exemplo de “modernidade”.

Veja o caso da Suíça. Conta Favaro: “A experiência holandesa não é a única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na tolerância com as drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse, onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas, tornara-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais rígidas à prostituição e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os em imóveis residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da moda para o bairro”.

E a Dinamarca? “Em Copenhague, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, o bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em todas essas cidades, a tolerância em relação às drogas e ao crime organizado perdeu a aura de modernidade”.

Dessa “modernidade”, não precisamos! Nunca.

Extraído de: http://informativobatista.com/Blog/

Fonte: http://noticiario-evangelico.blogspot.com/2008/11/holanda-arrependimento-pela-liberao-de.html

sábado, 1 de novembro de 2008

Reforma ontem e hoje


Faz 491 anos que a Reforma Protestante teve o seu marco na história. Para pensá-la historicamente, hoje, é preciso muito mais que dados cronológicos e biografias que, o mais das vezes, são pesquisadas apenas para qualificar traços da personalidade das figuras envolvidas no conjunto a que se dá o nome de Reforma Protestante. Geralmente, tais biografias funcionam mais como pretexto para legitimar discursos da atualidade, numa evocação recorrente dedutível da credibilidade dos biografados.

Poucas têm sido as iniciativas de se interpretar, para o público em geral, a relevância desse movimento na Europa daquele período e mundialmente nos séculos posteriores. E nas parcas oportunidades em que a Reforma é esmiuçada, o que se percebe é, de um lado, o uso político-ideológico que um ou outro grupo faz dessa alusão e de outro, um certo efeito decorativo, como a "cereja" de um bolo que celebra outras finalildades, no qual a Reforma é pretexto e, não, contexto.

Insiste-se na perspectiva histórica da Reforma, repetitivamente remarcando o cenário quinhentista, a oposição romanista, a fibra protestante e os efeitos imediatos do movimento em algumas atividades, como a religião, as artes, a ciência, o direito entre outras. Mas a Reforma só trouxe contribuições positivas? Na maioria das vezes, sim. Mas, mesmo que a Reforma não seja diretamente culpada por fatores que vieram em sua esteira, é preciso avaliar o impulso dado ao capitalismo que aprisionou os meios de produção, ao racionalismo que proclamou a autonomia do homem frente a Deus e a atomização que inaugurou a escalada no divisionismo das confissões cristãs.

Hoje, para se falar em Reforma Protestante, é preciso tomá-la na perspectiva desse lapso de cinco séculos. Só é possível avaliá-la em um conjunto: como o fato em si, os desdobramentos diretos e as influências que ela gerou. Uma idéia que bem representa o evento histórico pode ser vista no movimento das ondas que uma pedra atirada ao rio provoca na água. Assim, surgem algumas questões. A julgar pela pouca relevância que tantos lhe atribuem, teriam cessado as "ondas" produzidas pela Reforma? Haveria, hoje, necessidade de uma novo movimento análogo à Reforma Protestante? Quem e por quê encarna mais eficazmente os princípios da Reforma?


À medida em que o espírito supersticioso e relativizador da atualidade vai substituindo e refundindo-se com o acervo teológico, filosófico e ético que os reformadores legaram à humanidade, desenhando-lhe novo perfil, reinterpretar a Reforma Protestante a partir de seus pressupostos insinua ser de máxima urgência, antes que um senso alienante se imponha mundialmente como conteúdo obrigatório.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Cabeças de abóbora


Precisamos ter o cuidado de não relativizar a nossa identidade cultural por conta de colonização intelectual, modismos e interesses comerciais. Leia abaixo a crítica de quem se tornou brasileiro por amor aos brasileiros.



Menino com uma abóbora para
promover
a festa do Halloween
em
frente à bandeira dos EUA
Pastor anglo-brasileiro lamenta a influência de costume norte-americano
Em seu boletim semanal pela internet, o presidente da Ação Evangélica (ACEV, Patos-PB), pastor John Phillip Medcraft, diz-se impressionado com o crescimento do Halloween no Brasil. Medcraft vê o costume, oriundo do paganismo irlandês e muito popular entre os norte-americanos, como um "rolo compressor da cultura dos EUA" .

John Medcraft anotou no boletim da ACEV: "Uma observação que faço neste dia 31 de outubro é que devemos estar festejando os 491 anos da Reforma Protestante e, não, o Halloween! É impressionante como esta festa da cultura norte-americana se firma cada vez mais na Europa e no Brasil também. É lamentável que deixemos o rolo compressor da cultura dos EUA, com todas as suas ligações neste caso com o oculto e o diabólico, tomar posse de uma data do nosso calendário desta forma. Devemos usar este dia para refletir sobre a Reforma Protestante, que sempre precisa estar se reformando! Devemos também refletir sobre as nossas atitudes evangélicas quanto à cultura brasileira e nordestina. Se desprezarmos a nossa cultura abrimos as portas para as invasões que estão acontecendo. Abaixo Halloween! Viva a Igreja de Jesus Cristo”!"

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Loucos incensando o 'Louco'

> !!!!!


Acaba de subir na prancha o auto-proclamado deus Diego Armando Maradona, agora o novo técnico da seleção argentina de futebol.
Dieguito, como o chamam incontáveis fanáticos, poderá mostrar de novo ao mundo tanto a sua intimidade com o futebol quanto os desmandos que alguém de alma atormentada é capaz de produzir. De quebra, o ex-craque e pagador internacional de 'micos' foi guindado à condição de mito espiritual e divindade da recém fundada Igreja Maradoniana. Esta é, com certeza, uma bobagem que nem um mentecapto e viciado em popularidade como Maradona poderia ter concebido. Isso é sinal de que 'chapado' não é só quem se droga quimicamente, mas também quem se aliena da consciência objetiva e vê na fantasia estímulo suficiente para uma 'viagem' alucinada e irresponsável.
Tipo sem disciplina e sem qualquer lucidez, Dom Diego poderá, para os estúpidos que o admiram, passar de "deus" a "demônio" se a sua seleção "der com os burros n'água".

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Rio de Paes

E continua tudo como dantes no quartel de Abrantes.
Quem votou, quem não votou... todos somos responsáveis! Ninguém terá desculpas. Oremos e trabalhemos como para o Senhor.
Pelo menos por enquanto, vamos tirar a política partidária da cabeça e agendar o plano de Deus no coração: anunciar a salvação pela graça e nos empenharmos por influenciar a sociedade com os valores do Reino, servindo ao semelhante com o amor de Deus.
Maranata! Vem, Senhor Jesus.

Entre judeus e palestinos



Acabei de ouvir de um amigo que disse ter presenciado, durante o 5º CBM (5º Congresso Brasileiro de Missões), ataques explícitos vindos de uma mulher que defendia a Palestina e arvorava ataques a Israel, conclamando os participantes do congresso, segundo o relato, a apoiar o povo palestino e pedir o fim das relações diplomáticas com o estado judeu.
É bem verdade que, entre evangélicos, é comum faltar lucidez quanto ao assunto, com levas de cristãos torcendo por Israel, sem qualquer posição crítica, fazendo coro com sionistas e até "pagando o mico" de financiar organizações não cristãs dedicadas a retornarem judeus para a 'Terra Santa' - a hok ha-shvut ou Lei do Retorno, em vez de proclamar o Evangelho de Cristo aos judeus. Tais cristãos assumem, explícita e às vezes desvairadamente, a sua tietagem pró-judaismo, esquecendo-se de que Jesus jamais encorajou os seus discípulos na direção do judaísmo e, ,sim, na direção de um retorno à raiz da fé no Deus que estabeleceu um povo chamado Israel.
Também assimilam o ódio judaico ao povo palestino os mesmos cristãos que não discernem a diferença entre o paradigmático povo bíblico, que recebeu as promessas e os oráculos de Deus (Rm 3.2; 9.4), e o seu homônimo, formado por cidadãos de um estado nacional moderno, situado, mais ou menos, na mesma localização geográfica, mas sob leis e normas republicanas e formado pelo somatório de pessoas de variadas origens: judeus ortodoxos e judeus liberais, árabes católicos, árabes muçulmanos, árabes sem religião, uma minoria cristã de diversas denominações, crentes, agnósticos etc. Uma confusão semântica acomete ocidentais ingênuos. Eles aguardam a restauração de um templo judaico no qual não terão lugar. Eles reverenciam o preconceito contra os povos árabes e se inviabilizam como testemunhas de Cristo a esses povos, jamais podendo falar do amor e da reconciliação proposta por Jesus. São parte do problema, não são a solução de Deus para o litígio.

sábado, 18 de outubro de 2008

Batistas: luto e oração

Publicado em http://informativobatista.com/Blog/

PIB Cascadura-RJ e a morte do Diretor do Presídio Bangu 3

Irmãos, acabo de chegar do Culto em Memória do Zé Roberto, o
Tenente-Coronel Lourenço, Diretor do Presídio Bangu III. O Culto foi
celebrado na PIB Cascadura, igreja de grande parte da família dele.
Cresci, casei-me e foi consagrado ao ministério na PIB Cascadura,
convivendo na Igreja (e também fomos vizinhos por anos) com a Família
do Zé Roberto, não posso deixar de registrar aqui, três pedidos:

1.º) O pedido de oração para que o Senhor enxugue as lágrimas e
console o coração da família: Roberto, Gleidis (pais), Alexandre e
Rosangela (irmãos) e Beatriz (esposa), além de suas filhas, sobrinhos,
primos e tios. Perder alguém nas circunstâncias que o Zé Roberto
morreu é revoltante e devastador para qualquer família.

2.º) O pedido que a Rosangela, irmã do Zé Roberto, fez: “Meu irmão não
pode ser mais um número a engrossar as terríveis estatísticas de
mortes não solucionadas na Cidade do Rio de Janeiro. E não porque ele
é meu irmão, policial militar de alta patente ou diretor de um
presídio, mas porque ele é um cidadão”.

3.º) O pedido que o Alexandre, irmão do Zé Roberto, fez: “Não
permitam, de que forma for, que, agora que meu irmão já não pode mais
se defender, venham querer denegrir a imagem, não do meu irmão, mas do
Tenente-Coronel Lourenço, servidor público honesto e profissional”.

Amplexos Fraternos.
Dercinei Figueiredo.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Testemunho




"Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra." Atos 1.8

Existir é um desafio constante. Existir como cristão é ainda mais desafiador. Existir como cristão missionário, engajado na proclamação do evangelho da graça é quase um suplício.
No passado - embora no presente também ocorra!, existir nessas modalidades sempre requereu a vida, o empenho e mesmo o sangue das testemunhas de Cristo. Não à toa, a palavra que é traduzida por testemunha (no grego, martureV) é correlata a martírio, i.é., originariamente, significando "testemunho".
Deve ser compreendido que, na aplicação prática, dar testemunho de Cristo é algo que se faz com alegria celeste, mas é verdade que testemunhar é também resistir e renunciar.
Testemunhar é também resistir ao nexo com o espírito mercantilista e opressor do mundo; é abandonar o modo de vida de "Babilônia", seja qual for o nome que ela tenha hoje em dia: Nova York, São Paulo, Pequim, Paris, San Francisco...
Igualmente, testemunhar é renunciar a ser seduzido pelo século cósmico que a humanidade tem se esmerado em erigir. Oferecer testemunho de Cristo é, em seu sentido mais amplo, viver e defender, com o empenho de um embaixador em busca de conciliação, a cultura de "justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Romanos 14.17): "De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus." (2 Coríntios 5.20). <>< LP

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Mulher, não temas!


Por Cineide M. Coelho

Mulher, não temas! Achaste graça!
Esquece a tua dor, o teu sofrer...
Não temas, tão somente abraça
a nova que te dou, o meu querer!

És pequenina... humilde...impotente...
Mas nada disso impede o meu agir.
Eu sou teu Deus, teu Pai Onisciente -
Confia em mim. Meu plano hei de cumprir!

Por creres, serás bem-aventurada...
P’ra sempre, assim, serás em tua vida
Se tão somente minha vontade revelada
Aplicares, nos teus dias, à tua lida.

Canal de bênção tu serás, constantemente!
Em ti estarei minha obra a continuar...
Confia e age, sempre reverente –
Meu nome hás de, assim, glorificar!



Publicado em edienic.blogspot.com

“O mal de ter nascido mulher”


Polêmica sobre ordenação feminina em Alagoas: Artigo da bacharel em teologia Odja Barros Santos, que foi impedida de ser examinada por um concílio da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Seccional Alagoas (OPBB-AL), reacende debate sobre o ministério pastoral feminino.

Estraído da página da Agência Soma: www.agenciasoma.org.br

Odja Barros Santos


Artigo de Odja Barros Santos, pastora da Igreja Batista do Pinheiro, em Maceió, Alagoas, repercute a decisão da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Seccional Alagoas, de não realizar o Concílio da missionária Cleide Galvão. Segundo o pastor Wellington Santos, “mesmo após a realização de entrevista e marcação da data do concílio conforme o procedimento legal”.

“Desde o nascimento experimentamos o mal de ter nascido mulher, quando frustramos o desejo do pai e da mãe que esperava menino e veio menina.

“A partir daí, segue-se uma sucessão de experiências sofridas no corpo e na alma, do mal de ter nascido mulher. Nas palavras de Ivone Gebara, as mulheres experimentam o mal de não ter, o mal de não poder, o mal de não saber, o mal de não valer...

“O mal de não poder! Historicamente nós mulheres temos lutado contra esse mal: Não poder estudar, não poder trabalhar, não poder votar, não poder..., não poder..., não poder...

“O mal sofrido pelas mulheres não é apenas aquela violência física, que agride o corpo, essa é logo reconhecida, porém existe aquele mal que se mistura com o bem de tal forma que já nem é mais visto como mal. É naturalizado.

“Nas instituições religiosas, esse mal aparece assim, misturado com o bem e justificado "divinamente" e biblicamente, com afirmações simplistas e pouco aprofundado, como: "Deus fez assim!" ou "está na Bíblia!". Assim vai se perpetuando esse mal que continua fazendo suas vítimas a despeito do Evangelho libertador de Jesus Cristo.

“Jesus foi de encontro às estruturas injustas e patrocinadoras do mal do seu tempo, inclusive as estrutura religiosas. Ele com toda certeza não aprovava as autoridades religiosas que se acreditavam separadas, santas, privilegiadas no ambiente sagrado do Templo e da religião. Estes consideravam as mulheres impuras e por isso as excluíam, mas ao contrário dessas autoridades religiosas, Jesus atraiu as mulheres para seu seguimento devolvendo-lhe poder e dignidade como filhas de Deus feitas à imagem e semelhança do criador.

“É de se lamentar que nem mesmo o exemplo de Jesus de Nazaré não seja suficiente para eliminar esse mal de nossas estruturas religiosas, ele sempre reaparece e se recria.

“Estamos nós hoje, como igrejas batistas em pleno século XXI, perpetuando esse mal na vida de mulheres que são chamadas por Deus para exercer o ministério pastoral, no entanto são impedidas, simplesmente, pelo mal de ter nascido mulher!

“O jogo de empurra-empurra institucional parece ser a estratégia de ação. A Convenção Batista Brasileira reconhece a autonomia da Igreja local em relação à ordenação feminina, mas, a ordem dos pastores batistas do Brasil nega a filiação de mulheres que já foram legitimamente ordenadas por suas Igrejas e proíbe ou inibe as seccionais da ordem nos Estados a participarem de concílios de mulheres vocacionadas.

“A coragem profética de alguns poucos em Alagoas resultou recentemente na ordenação de duas mulheres, mesmo depois da decisão da OPBB em Florianópolis que reafirmou que as mulheres ordenadas não serão reconhecidas e aceitas pela Ordem dos pastores batistas do Brasil. Porém, os ventos que sopram em nossas instituições agora são outros, e numa atitude de absoluto retrocesso e covardia, se recusa agora a realizar o concílio da missionária Cleide Galvão. E, por quê? Se ela tivesse nascido homem resolveria o problema? Se ela fosse homem o seu concílio estaria autorizado? Então, o mal dela foi apenas o de ter nascido mulher?

“Se isso é "ordem"? Honestamente, eu prefiro a des-ordem!”


* Odja Barros Santos é pastora da Igreja Batista do Pinheiro, em Maceió, Alagoas.

Repercussão do artigo em Salvador e no Recife: Marcos Monteiro, pastor da Comunidade de Jesus em Feira de Santana, BA, e integrante do colégio pastoral da Primeira Igreja Batista em Bultrins, Olinda, PE, publicou artigo citando Odja Barros Santos. Ver:

http://www.agenciasoma.org.br/sys/popMaterias.asp?codMateria=ur5cqU5cAdfI&secao=show

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Não temas, mais são os que estão conosco




“Tendo-se levantado muito cedo o moço do homem de Deus e saído, eis que tropas, cavalos e carros haviam cercado a cidade; então, o seu moço lhe disse: Ai! Meu senhor! Que faremos?

Ele respondeu: Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles.

Orou Eliseu e disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos para que veja. O SENHOR abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu.” (2 Reis 6.15-17)

Algumas notas


As notas jornalísticas abaixo foram pinçadas do material encaminhado por mim para publicação na Revista Soma, seção Conexão América Latina (1º semestre de 2008). Por diversos motivos, a revista não chegou a circular.



Modelos

Há quase meio século, dois negros se tornaram figuras globais: o norte-americano Martin Luther King Junior (1929 - 1968) e o ganense Kwame Nkrumah (1909 - 1972). De vida mais curta, Luther King tornou-se emblema étnico e cívico nos EUA, personagem cult, com direito a dia de comemoração em sua homenagem. Nkrumah foi um dos líderes pan-africanistas que lutaram pela descolonização do “continente negro”, a luta contra o capitalismo internacional e a implantação do socialismo em escala planetária. Morreu durante um tratamento contra o câncer, na Romênia comunista, ao tempo do líder Nicolae Ceauşescu (1918 – 1989).
Essas duas personalidades influenciaram, na década de 1960, jovens latino-americanos não alinhados. Pena que Nkrumah e a luta armada dos independentistas africanos tenham tido mais versões em nosso subcontinente do que King teve entre a juventude evangélica sul-americana.


Martin Luther King Jr. / Kwame Nkrumah

Anões

René PadillaUm doce para quem disser, sem gaguejar, os nomes dos presidentes do México, do Equador e do Paraguai. A fraqueza dos líderes do continente aumenta o potencial autoritário dos caudilhos de plantão.

Depois de ler o teólogo René Padilla, nos damos conta da estatura ‘zero’ do pensamento de boa parte dos caciques evangélicos deste continente. No contexto, como os liderados não são maiores do que seus líderes, comungar a mesma visão não permite verem que o interesse imediato em números é a pior sedução. Daí, ovelhas sem pastor acolhem de bom grado toda forma de pragmatismo: seja evangélico ou bolivariano.

René Padilla



Eu, hein

Só para ver se eu entendi.
Se as Farc passassem a ter status de organizações sérias e democráticas, elas poderiam ser admitidas à mesa de conversações de alto coturno.
Certo.
O ‘xis’ da questão: E os reféns, seriam automaticamente libertos ou continuariam a ser reféns?
Ótimo. Igrejas que pretendem convidar os comandantes guerrilheiros para fazerem palestras e ‘workshops’ sobre temas humanitários façam uma fila bem aqui.


Hegelianos

Latino-americanos estão a um passo de confirmarem ou reformarem Friedrich Hegel (1770 – 1831). Em seu livro Dezoito Brumário, o filósofo alemão classificou de tragédia e farsa os episódios e personagens da história. Para ele, estes teriam sempre duas edições, sendo a primeira, um trágico evento e a segunda, apenas uma imitação limitada pelo paradigma deixado pela primeira.
A sombra hegeliana desliza ao sul do trópico de Câncer, onde o continente americano vive o hiato entre nacionalismos à moda conservadora da “era do rádio” e os seus contra-pontos na suposta vanguarda esquerdista da primeira safra do século 21.
Pensando assim, Juan Domingos Perón, na Argentina, e Getúlio Vargas, no Brasil, teriam sido tragédias hegelianas e os nanicos Lula, Hugo Chávez e Evo Morales, então, seriam a farsa.

Georg Wilhelm Friedrich Hegel

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Nós na fita


Ato Prefético, 2008: com o Pr. Ricardo Lisboa
No sábado, 20/09/2008, a Igreja Metodista na 1ª Região Eclesiástica (RJ) celebrou o Ato Profético II e nós comparecemos, junto com os demais pastores das igrejas do nosso distrito (Catete) e dos demais distritos da região.
O evento marca a caminhada dos metodistas fluminenses rumo ao objetivo de fazer um milhão de discípulos até 2014.

sábado, 20 de setembro de 2008

Deus se levantou!

Luciano P. Vergara


Salmos 14

1 Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem.

2 Do céu olha o Senhor para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus.

3 Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.

4 Acaso, não entendem todos os obreiros da iniqüidade, que devoram o meu povo, como quem come pão, que não invocam o Senhor?

5 Tomar-se-ão de grande pavor, porque Deus está com a linhagem do justo.

6 Meteis a ridículo o conselho dos humildes, mas o Senhor é o seu refúgio.

7 Tomara de Sião viesse já a salvação de Israel! Quando o Senhor restaurar a sorte do seu povo, então, exultará Jacó, e Israel se alegrará.


Verdade é que, na maioria das vezes, ler o Salmo 14 e seu paralelo, o Salmo 53, acaba em uma hermenêutica que aponta para um desafio fora do ambiente da Igreja. O insensato é aquela pessoa sem formação religiosa, sem vida eclesiástica, um bode no deserto da impiedade em vez de uma ovelha do aprisco. É de se esperar que essa pessoa não invoque a Deus, está tão longe do caminho do Senhor, que se tornou alguém profano e uma ameaça aos justos e retos.


Mas a tentativa de uma nova leitura, desta vez sem preconceitos e estereótipos, pode ajudar-nos a alcançar uma hermenêutica perturbadora.


O verso 4, por exemplo, exibe um conflito entre consciência e alienação. As pessoas envolvidas são chamadas de obreiros da iniqüidade, literalmente, “todos os que fazem maldade ao comer o meu povo como pão” (heb.: כל פעלי און אכלי עמי אכלו לחם = kol poelí hên 'ehlai 'ami 'ehluh lehem).


Ali, o texto sugere uma pergunta e ela denota perplexidade diante da alienação, como se fosse esperado que os mesmos procedessem com integridade, mas decepcionam. Porém, é possível interpretar a passagem concluindo que os tais nem mesmo se apercebessem de que com seus atos traziam males sobre o povo de Deus e que, assim agindo, eles não agradariam a Deus, embora pensassem que sim: “não entendem que não invocam ao Senhor?”. Também se pode interpretar, na mesma passagem, com a ajuda do Salmo 53.4, cuja tradução torna afirmativa a última sentença (“eles não invocam a Deus”), que eles assim procediam por terem deixado de invocar o Senhor. De qualquer modo, é pacífico que esses malfeitores pertencem ao povo de Deus e, mesmo assim, não o invocam, isto é, não põem seus atos sob o crivo do Senhor ou não agem em nome dele.


De um escopo mais amplo desse salmo, sabe-se que o Senhor busca pessoas que usem o entendimento e, tristemente, percebe que aqueles a quem busca, isto é, um grupo seleto de gente de opinião, abalizada por prudência e discernimento, eles mesmos são alienados. Quem deveria instruir a justiça e servir de referência para prover guiança ao povo são os mesmos que produzem injustiça e males contra os mais simples. Estes por sua vez, quais pães devorados, são induzidos a um padrão rebaixado de vida moral, contaminando-se com o pecado sensualista e a opressão sócio-política.


Frouxidão ética, indefinição de objetivos, valores duvidosos, condução débil, juntamente, são a receita da derrota de um povo. E quando se trata do povo de Cristo, dos pequeninos de Jesus, a libertinagem de seus guias alcança sério comprometimento perante o juízo de Deus. Objetivamente, o mal conselho faz com que os pastores dessas almas corram grave risco no ajuste de contas com o Rei dos reis. Jesus lança um repto contra os líderes libertinos e inconseqüentes: “E quem fizer tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse lançado no mar” (Marcos 9.42).


Por isso, a liderança que arrisca o conselho do triunfalismo hipócrita ou da busca desenfreada pela prosperidade a todo custo, gerando cristãos ansiosos pelas coisas passageiras e relacionadas com os bens materiais e a popularidade; quem apascenta o seu rebanho nas campinas do moralismo estéril e do ascetismo irracional, produzindo cristãos arrogantes e juízes dos outros; quem induz pessoas ao isolamento filosófico, à ruptura do diálogo com a sua geração e da dialética na busca permanente da verdade que faz de Cristo, a Verdade que liberta, a lâmpada de sua procura, daquele modo parindo igrejeiros sem discernimento e fora de contexto; quem faz das ovelhas do sumo Pastor alvo de sua cobiça por lã e gordura, exaurindo e adoecendo o povo que vem a Jesus em busca de justiça e paz; sim, esses mesmos são os pastores dos 'ais', os pastores de Jeremias 23.1-6, que “dispersam as ovelhas”, e de Ezequiel 34.1-16, que se apascentam a si mesmos e, por isso, sofrerão o termo de seu pastoreio.


Serão responsabilizados aqueles que incham as igrejas de gente sem transformação do caráter, culpabilizados os agentes patogênicos que levam à hidropisia espiritual, responsável pelo alargamento dos tecidos contaminados pelo pecado, que jaz inconfesso, apesar de tantas edições da Bíblia distribuídas em lojas e pela TV e, apesar disso, não são lidas, menos ainda aplicadas à experiência e vida devocional diária. Não são inocentes os que induzem o povo de Deus ao gospel da moda, aos cultos sem conteúdo ou ao ritualismo sem sentido, pois ambos fazem da forma o conteúdo que lhes baste, tanto às frenéticas alucinações das revelações histéricas quanto os que drenam o vigor espiritual pelo relativismo da ciência humana, pois ambos esvaziam o caráter do Todo-poderoso e o tornam refém de seus pretextos mesquinhos.


Líderes, ouçamos o que o Senhor disse a Habacuque (2.20) e Zacarías (2.13): “O Senhor, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” e “cale-se toda carne diante do Senhor, porque ele se levantou da sua santa morada”.


O Senhor é companheiro dos justos, daquelas pessoas se alinham ao que o Deus da Bíblia prefere por justiça, os quais gozam do beneplácito do seu Salvador. No dia da exultação, quando a sorte lhes for restaurada, eles vão se alegrar e festejar a despeito das injustiças daqueles que poderão apenas lamentar o fruto de suas façanhas.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Pastor Filipe comenta resposta do Ato Profético II

A referência aos reverendos Filipe Pereira de Mesquita e Antônio Faleiro Sobrinho, na resposta do reverendo Paulo Fernando, coordenador da Sede Regional da 1ª Região Eclesiástica e principal responsável pela organização do Ato Profético II, o evento daz Igreja Metodista marcado para o sábado, dia 20 de setembro, gerou uma correspondência do Rev. Filipe, esclarecendo a sua posição acerca do baixo nível de informações que foi repassado aos pastores em geral. Na resposta da Sede Regional, consta que aqueles pastores teriam condições de informar os demais sobre a organização do evento.

Filipe Mesquita, que não integra a comissão de divulgação, diz que "qualquer informação dada por nós poderia ser mudada, e nós seríamos responsáveis por informações truncadas, incompletas" Em sua opinião, "quem deve dar informações é o grupo responsável pelo evento".

Para Mesquita, o tamanho do evento requereria, além de um grupo de trabalho (GT) responsável pela organização, outros grupos responsáveis pelos contatos com as lideranças locais e as providências necessárias à ordem e segurança. Mas - objeta o pastor - "a organização do Ato profético II ficou centralizada em poucas pessoas; poucos pastores e pastoras foram envolvidos na organização". Em seu comentário, Mesquita acrescenta que, no mesmo dia em que leu a resposta do Rev. Paulo Fernando, procurou-o e apontou "falhas nas informações que o GT deveria encaminhar aos pastores e às igrejas", referindo-se ao uso de meios de transporte, acessos, estacionamento, entre outras, para maior segurança dos que pretendem ir ao encontro.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Cartão vermelho para candidaturas anti-família

Na página www.cristaosonline.com pode-se encontrar a orientação do Movimento Pró-Vida Família e, também, a sua carta-compromisso a ser assinada por candidatos nas eleições de 2008. Por essa carta, os candidatos autorizam um décimo (10%) de seus eleitores a pedirem a cassação do seu mandato caso não cumpram os termos da carta, cujo texto está na íntegra na página do movimento.

Os responsáveis pela página na web incentivam o voto nos candidatos às prefeituras (prefeitos) e câmaras municipais (vereadores) não alinhados com as teses de desconstrução social e política, que são comuns - mas não exclusivas - em partidos de esquerda. A intenção é incentivar a votação em candidatos que não compactuem em inciativas como aborto e "casamento gay", chamadas de anti-família.


De efeitos inóquos na prática, a carta funciona mais como conscientização dos eleitores em sua preparação para o voto e, depois, no acompanhamento de seus preferidos. Confira abaixo:



ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2008

Neste ano de 2008 as eleições municipais para prefeito e vereadores têm muita importância para a causa da vida!

Os prefeitos e vereadores eleitos vão influir na futura eleição de Presidente da

República, de senadores e deputados estaduais e federais. Sendo assim devemos trabalhar no sentido de assegurar o maior número de prefeitos e vereadores que comunguem com nossos ideais de defesa da vida da família. Além disso, é obvio, os candidatos que seguramente são corruptos não merecem receber votos dos eleitores.

Para assegurarmos a eleição de candidato que comunguem com nossos ideais algumas estratégias devem ser observadas:

1) Não acreditar, apenas, que o candidato diga que é pró-vida. Para obter votos todos eles afirmam que são: são pela vida de crianças, de fetos de crianças abandonadas, de idosos e até mesmo contra o aborto e a eutanásia, mas...etc

2) Se é um parlamentar e fez algum pronunciamento contra o aborto ou mesmo apresentou um projeto de lei em defesa da vida é preciso ter cuidado. Ele pode ter feito um pronunciamento em favor da vida e votado SIM em projeto de lei para legalizar o aborto, ou assinado a petição do dep. José Genoíno para que o PL 1135/91 (que pretende legalizar o aborto) seja apreciado pelo Plenário da Câmara dos Deputados. Esse PL foi derrotado na Comissão de Família e Seguridade Social e na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania.

Por outro lado, alguns apresentam projetos de lei em defesa da vida às vésperas das eleições, sabendo que não há chance de aprovação, apenas para enganar o eleitor.

O importante é saber como votou nos projetos de lei que pretendem legalizar o aborto e a união civil de pessoas do mesmo sexo (casamento gay). Se votou pela NÃO aprovação desses projetos são verdadeiramente pró-vidas.

3) Muito importante é o candidato assumir, por escrito, seu compromisso em defesa da vida e da família. Esse documento deverá ser assinado pelo candidato e registrado em cartório, Também deve ser divulgado nas bases eleitorais. Com isso caso eleito e vote ou se pronuncie a favor do aborto ou do casamento gay seus eleitores poderão solicitar ao TRE a cassação do mandado desse parlamentar. Essa premissa está baseada no princípio da representatividade. Quando elegemos alguém passamos para esse uma procuração para agir em nosso nome e, no caso o elegemos para defender a vida e a família. A vontade do eleitor deve prevalecer. Se eleito ele se tornar um abortista traiu o voto do eleitor.

4) O candidato a prefeito ou a vereador sempre é apoiado por um político (senador, deputado, governador e presidente da república). Se quem apoiar for favorável ao aborto ou as casamento gay esse candidato não deverá receber votos de quem defende a vida. Isso porque em política os favores são trocados. O eleito com o apoio de abortistas tem a obrigação de apoiar futuramente quem lhe apoiou nas eleições municipais. Assim as eleições municipais se tornam uma “escada” para a eleição futura.