segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Arco-íris

O texto a seguir foi escrito antes do Natal de 2011, mas só foi postado em janeiro de 2012. Mas o mais importante dele não é a época e sim a reflexão que ele pretende ensejar.


As chuvas que têm marcado estes últimos dias da primavera no Rio de Janeiro deixam sempre um arco-íris que se exibe a nordeste de onde o vejo. Vejo-o sobre a Serra do Mar, como que cobrindo Teresópolis ou, melhor, como um dossel para o Dedo de Deus.

Um arco-íris, a despeito de ser um mero fenônemo físico de refração da luz difundida na atmosfera quando permeada pelas gotículas de água nas nuvem que flutuam baixas, perto do chão, anuncia a fidelidade e a misericórdia de Deus para com a espécie humana. Observá-lo no céu, contra o fundo plúmbeo das nuvens de chuva, inspira a certeza de que Ele é paciente, benigno e demorado em irar-se. No entanto, a quem se esquece de que Deus é clemente, mas também é justo, o mesmo arco-íris que anuncia longanimidade traz consigo a advertência da punibilidade dos filhos de Adão.

E justamente a propósito de continuarmos a ver o arco-íris, é que sua figura se faz tão atual e necessária. Sim, e isso exatamente pelo fato de que a raça humana se tem tornado cada vez mais cínica e insensível e sempre, sempre mais ensandecida pelo êxtase de suas culpas. Por mais informada e esclarecida, ela só sabe aumentar a sanha de sua opressão, a malignidade de sua violência, a insensatez de seus crimes contra tudo que vive sob a abóbada celeste.

Floresce sob o céu a civilização moderna – que só é de fato moderna para minorias que, afortunadamente, conseguem desfrutar dos avanços jurídicos, sociais e tecnológicos da atualidade. Mas na medida em que a humanidade ocupa espaços, contraditoriamente oscila entre luxo e miséria, conforto e sofrimento, gênio e estupidez, beleza e fealdade.

Ver no céu o arco da aliança de paz é, ao mesmo tempo, a certeza de que nenhum temporal, por pior que seja, jamais poderá destruir a humanidade e que, igualmente, Deus impõe a si mesmo o ônus da vigilância e do juízo sobre o que faz essa humanidade, responsável, queira ou não, por seus rumos sobre a Terra.

Nova nomeação

Fui nomeado para a Igreja Metodista de Copacabana. E agora? Vejo nisto a resposta de Deus e sua mão mostrando o caminho a seguir.

Sou grato à Igreja Metodista de Vila Isabel por seu apoio nesses nove anos de serviço e manterei com ela uma relação sempre cordial e de carinho. Saúdo a Igreja de Copacabana com a graça e a paz do Senhor Jesus Cristo na expectativa de iniciar uma relação de comunhão e serviço, dedicando-me ao ministério que o Senhor e a Igreja me confiaram.

Aos colegas com quem trabalhei e com quem trabalharei, minha leal estima e consideração.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ariovaldo Ramos fala no Fórum da Aliança Cristã Evangélica

Está disponível o vídeo com Ariovaldo Ramos falando no I Fórum da Aliança Evangélica, na 1ª Igreja Batista de Brasília (24 a 26/11/2011). Clique no título acima.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Você pode doar Bíblias em braile

Olha aí, pessoal!

A página www.doacoescoletivas.org está angariando a sua doação para entregar mais de 700 Bíblias em braile a portadores de deficiência visual. Entre lá e conheça o projeto, que é uma parceria entre a Sociedade Bíblica do Brasil e Agência Cristã de Notícias Soma.

Mas corra, que a campanha vai só até o dia 19 de dezembro.

Eu conheço e apóio esse projeto.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Igrejas internacionais e o futuro das comunidades multi-étnicas na Europa

Uma olhada de relance em um prospecto em inglês e a sigla Feic lembrou-me o vocábulo fake, que pode ser traduzido por algo falso, uma imitação etc. No entanto, falando sobre a organização retratada no prospecto, chega-se à conclusão de que a novidade, que iniciou atividades em 2004, pode ser uma das mais novas e eficazes maneiras de driblar a tendência geral de esvaziamento dos templos protestantes do Velho Mundo.

Um pastor pentecostal brasileiro que regressou da Europa recentemente relatou a empolgação que tem dominado as comunidades de imigrantes naquele continente e que, até bem pouco tempo, tinham a perspectiva de se reunir para cultuar apenas em pequenos grupos marginais. A organização, cuja sigla em inglês é Fellowship of European International Churches (Fraternidade de Igrejas Européias Internacionais), afirma que seus propósitos são: plantar novas igrejas, levar igrejas existentes ao desenvolvimento estratégico e ser parceira de igrejas nacionais na realização do ministério internacional. Sua principal aliada é a organização pentecostal Missões Mundiais das Assembléias de Deus (AGWM).

– “As igrejas estão cheias, com gente que veio de várias partes do mundo: alguns encontros acontecem em galpões adaptados que concentram espaços para atividades de diversas culturas estrangeiras. São reuniões com cerca de 1.500 pessoas”, comemora o pastor.

A Feic tem parcerias também com o grupo Mosaix e a Fraternidade Européia Pentecostal (PEF, em inglês), patenteando a natureza carismática do movimento. Mas o que mais chama a atenção é que o propósito é agir ministerialmente em cenários alternativos do universo populacional da Europa e tratar os imigrantes como o seu virtual campo missionário, reconhecendo e agindo na Europa junto a uma mescla urbana e atingindo, por tabela, conexões em todas as partes do mundo. Assim, as igrejas que participam da Feic buscam a sustentabilidade dentro desse modelo de relacionamento, compartilhando alguns recursos específicos a seu respectivo ministério, compartilhando dicas de planejamento e ferramentas diversas para o aprimoramento de seu pessoal, a renovação estratégica e o desenvolvimento de lideranças.

Nos termos-chave usados pela Feic e suas parceiras descobre-se a intenção de criarem-se novas igrejas multi-étnicas, ter mais trabalho em rede (network) e desenvolver relacionamento entre pessoas que se vêem como pioneiros em uma nova terra. Quem integra o movimento se sente inspirado pelas oportunidades únicas de atender necessidades e enfrentar desafios nas comunidades internacionais em diversos países europeus e se orgulha de que suas congregações são um entrelaçado de culturas, raças, povos, línguas e tradições.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Quem acha que a divisão do Pará vai virar roubalheira?

Este texto mostra com clareza a coragem e a visão do padre Antônio Vieira. Faz falta a sua leitura por todos os brasileiros, pois é incrível a semelhança dos fatos do século XVII com os dias atuais, com o abandono das populações de Pará e Maranhão na atualidade, cuja explicação se percebe na narrativa histórica.


TAPAJÓS E CARAJÁS: FURTO, FURTEI, FURTAREI
Texto do professor José Ribamar Bessa Freire publicado no jornal Diário do Amazonas (09/10/2011)

Essa foi a vaia mais estrondosa e demorada de toda a história da Amazônia. Começou no dia 4 de abril de 1654, em São Luís do Maranhão, com a conjugação do verbo furtar, e continuou ressoando em Belém, num auditório da Universidade Federal do Pará, na última quinta-feira, 6 de outubro, quando estudantes hostilizaram dois deputados federais que defendiam a criação dos estados de Tapajós e Carajás.

A vaia, que atravessou os séculos, só será interrompida no dia 11 de dezembro próximo, quando quase 5 milhões de eleitores paraenses irão às urnas para votar, num plebiscito, se querem ou não a criação dos dois Estados desmembrados do Pará, que ficará reduzido a apenas 17% de seu atual território caso a resposta dos eleitores seja afirmativa.

A proposta de divisão territorial não é nova. Embora o fato não seja ensinado nas escolas, o certo é que Portugal manteve dois estados na América: o Estado do Brasil e o Estado do Maranhão e Grão-Pará, cada um com governador próprio, leis próprias e seu corpo de funcionários.

Somente um ano depois da Independência do Brasil, em agosto de 1823, é que o Grão-Pará aderiu ao estado independente, com ele se unificando.

Pois bem, no século XVII, a proposta era criar mais estados. Os colonos começaram a pressionar o rei de Portugal, D. João IV, para que as capitanias da região norte fossem transformadas em entidades autônomas. O padre Antônio Vieira, conselheiro do rei de Portugal, D. João IV, convenceu o monarca a fazer exatamente o contrário, criando um governo único do Estado do Maranhão e Grão-Pará sediado inicialmente em São Luís e depois em Belém.

Para isso, o missionário jesuíta usou um argumento singular. Ele alegava que se o rei criasse outros estados na Amazônia, teria que nomear mais governadores, o que dificultaria o controle sobre eles. É mais fácil vigiar um ladrão do que dois, escreveu Vieira em carta ao rei, de 4 de abril de 1654: “Digo, senhor, que menos mal será um ladrão que dois, e que mais dificultoso será de achar dois homens de bem que um só”.

Num sermão que pregou na sexta-feira santa, já em Lisboa, perante um auditório onde estavam membros da corte, juízes, ministros e conselheiros da Coroa, o padre Vieira, recém-chegado do Maranhão, acusou os governadores, nomeados por três anos, de enriquecerem durante o triênio, juntamente com seus amigos e apaniguados, dizendo que eles conjugavam o verbo furtar em todos os tempos, modos e pessoas. Vale a pena transcrever um trecho do seu sermão:

– “Furtam pelo modo infinitivo, porque não tem fim o furtar com o fim do governo, e sempre lá deixam raízes em que se vão continuando os furtos. Esses mesmos modos conjugam por todas as pessoas: porque a primeira pessoa do verbo é a sua, as segundas os seus criados, e as terceiras quantos para isso têm indústria e consciência”.

Segundo Vieira, os governadores ”furtam juntamente por todos os tempos”. Roubam no tempo presente , “que é o seu tempo” durante o triênio em que governam, e roubam ainda ”no pretérito e no futuro”. Roubam no passado perdoando dívidas antigas com o Estado em troca de propinas, “vendendo perdões” e roubam no futuro quando “empenham as rendas e antecipam os contrato, com que tudo, o caído e não caído, lhe vem a cair nas mãos”.

O missionário jesuíta, conselheiro e confessor do rei, prosseguiu: “Finalmente, nos mesmos tempos não lhe escapam os imperfeitos, perfeitos, mais-que-perfeitos, e quaisquer outros, porque furtam, furtavam, furtaram, furtariam e haveriam de furtar mais se mais houvesse. Em suma, que o resumo de toda esta rapante conjugação vem a ser o supino do mesmo verbo: a furtar, para furtar. E quando eles têm conjugado assim toda a voz ativa, e as miseráveis províncias suportado toda a passiva, eles como se tiveram feito grandes serviços tornam carregados de despojos e ricos; e elas ficam roubadas e consumidas”.

Numa atitude audaciosa, padre Vieira chama o próprio rei às suas responsabilidades, concluindo: “Em qualquer parte do mundo se pode verificar o que Isaías diz dos príncipes de Jerusalém: os teus príncipes são companheiros dos ladrões. E por que? São companheiros dos ladrões, porque os dissimulam; são companheiros dos ladrões, porque os consentem; são companheiros dos ladrões, porque lhes dão os postos e os poderes; são companheiros dos ladrões, porque talvez os defendem; e são finalmente, seus companheiros, porque os acompanham e hão de acompanhar ao inferno, onde os mesmos ladrões os levam consigo”.

Os dois novos Estados – Carajás e Tapajós – se criados, significam mais governadores, mais deputados, mais juizes, mais tribunais de contas, mais mordomias, mais assaltos aos cofres públicos. Por isso, o Conselho Indígena dos rios Tapajós e Arapiuns, sediado em Santarém, representando 13 povos de 52 aldeias, se pronunciou criticamente em relação à proposta. Em nota oficial, esclarece: “Os indígenas, os quilombolas e os trabalhadores da região nunca estiveram na frente do movimento pela criação do Estado do Tapajós, porque essa não era sua reivindicação e também porque não eram convidados. Esse movimento foi iniciado e liderado nos últimos anos por políticos. E nós temos aprendido que o que é bom para essa gente dificilmente é bom para nós”.


O professor José Ribamar Bessa Freire coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ), pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO).

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Brasil transparente

Com a lei que promete passar o país a limpo e revelar os porões da ditadura, acredita-se que a memória dos "anos de chumbo" virá à tona e a verdade que está para brotar confirmará anjos e demônios dos 21 anos do regime de exceção.

"Todo país tem o direito de conhecer a sua própria história" é, certamente, uma bonita frase de efeito. Haverá alguém contra tal aspiração? Nem seria preciso responder, mas apenas se as verdades sobre os dois lados antagônicos da sociedade - que muitos supõem serem a sociedade e os militares - puderem ser avaliados com imparcialidade, usando-se pesos iguais.

Revelar os porões do Brasil de 1964 a 1985 pode requerer um instituto de criminalística (um "CSI", como está na moda). Mas é possível que uma parcela interessada dos personagens envolvidos, de ambos os lados, queira ganhar as benesses da história apenas com a claque, assobiando, batendo palmas, com faixas e buzinas. Pra quê investigar, colher impressões digitais, gravar depoimentos e outras provas? Basta o que dizem as "vítimas", entre eles José Genoíno e José Dirceu, dois denunciados por escândalos político-econômicos, de um lado, e dentre os fascistas da ditadura, pelo menos os que sobraram, supostamente pessoas do relacionamento do deputado federal Jair Bolsonaro, no outro extremo. E não esqueçam a própria presidente da República, Dilma Roussef, na ala esquerda, com seus antigos companheiros de armas.

Apesar da Lei da Anistia, hoje com mais de 30 anos, a chegada da onda revisionista parece vir para fazer justiça contra um dos lados e credenciar, pelos livros escolares, as barbas dos novos santos do marxismo latino-americano. Uma investigação autônoma, porém, terá de ser, necessariamente, isenta e equilibrada. Mas quem está preocupado com isto? Importante mesmo é que apenas uma versão da história predomine. E ninguém duvida de qual lado terá sua versão como a única expressão da verdade.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

DESOCUPADO CAMPUS DA USP

Homens da Polícia Militar de São Paulo cumpriram, na terça-feira, 8 de novembro, a missão de desocupar o prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), invadido desde a madrugada do dia 2 por estudantes que exigiam o fim da presença da PM no campus.

Cerca de 400 policiais, apoiados por helicópteros e cavalaria, entraram na reitoria da USP, na zona oeste da capital paulista, e pelo menos 70 estudantes foram levados à delegacia. No local desocupado foram encontrados rojões e explosivos artesanais ao lado de uma pichação em que aparece uma viatura da polícia sendo virada por manifestantes mascarados e portando um coquetel molotov (espécie de bomba caseira feita de garrafa, combustível e pavio).

O portão que dá acesso ao prédio foi arrombado por cerca de 400 policiais no fim da madrugada e, segundo a coronel PM Maria Aparecida de Carvalho, esse efetivo atuou para que tudo ocorresse pacificamente. Por razões ainda a serem melhor esclarecidas, essas providências só ocorreram oito dias após a invasão, cometida por elementos derrotados em uma votação organizada pelos próprios estudantes, contrariando a vontade da maioria e dos representantes legais da universidade.

A PM informou que 70 estudantes – 46 homens e 24 mulheres – foram retirados do prédio e detidos no 91º DP para averiguação e posteriormente fichados pela Polícia Civil. Na seqüência, os envolvidos responderão por não terem cumprido a ordem judicial de abandonar o prédio no prazo dado pela Justiça. Caso a perícia comprove estragos, eles também responderão por danos ao patrimônio público.


ACABOU A BAGUNÇA

Além do vandalismo constatado, exemplos de anarquia exibiram, por mais de uma semana, a falta de energia e decisão das autoridades, aparentemente preocupadas com uma repercussão supostamente negativa, caso a lei fosse aplicada e os invasores se passassem por vítimas no processo do restabelecimento da ordem.

A imprensa só teve acesso ao prédio da reitoria após a desocupação, mas constatou-se que paredes e estátuas foram vandalizadas e havia diversas manifestações contra a gestão do reitor João Grandino Rodas.

A ocupação do prédio da reitoria da USP começou como um protesto pela detenção de três estudantes que estariam fumando maconha no estacionamento durante uma festa promovida no campus na semana anterior. As reivindicações dos estudantes foram ouvidas, deixando então a reitoria, e promoveram uma assembléia na noite de terça-feira, que decidiu pelo cancelamento de nova invasão.

Foi num ato anti-democrático que uma minoria de baderneiros resolveu afrontar a polícia e a sociedade. Considerando o histórico de resistência aos atos de intransigência vividos no passado, os invasores aparentemente contaram com o temor das autoridades de serem vistas com antipatia por ingressar no campus para garantir a ordem e inibir práticas anti-sociais.

Foram divulgadas pela reitoria da USP imagens que mostram o momento em que várias pessoas forçam o portão e invadem o local. Mas os estudantes se dividem entre os que são favoráveis à presença da PM, que atende a um pedido da universidade após a morte de um estudante, supostamente durante um assaltado no campus, e os que não desejam as patrulhas no local. Já alunos contrários à presença da polícia, sem se identificar e de rosto encoberto, dizem que a PM age com truculência.

Fonte: Ig Último Segundo

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Fórum da Aliança Cristã Evangélica

Já se inscreveu para o 1º Fórum da Aliança Cristã Evangélica Brasileira, que acontecerá em Brasília, de 24 a 26 de novembro? A dica é entrar na página da Aliança (www.aliancaevangelica.org.br/forum) e se inscrever.

O custo da inscrição é de 80 reais e é aberto a pastores e leigos indistintamente.

sábado, 22 de outubro de 2011

Morte de Kaddafi foi linchamento

Assistindo às cenas dos últimos momentos de Muammar Kaddafi, após ser descoberto, encurralado dentro de uma manilha, a sensação era de contemplar uma das cenas bíblicas do justiçamento de ímpios tiranos pagãos.

Não me venham dizer que foi troca de tiros, acidente e blá-blá-blá; foi linchamento mesmo. E ponto.

Triste. Mas é uma lição para quem gosta de posar de divindade, como era o caso de Kaddafi, que terminou assim sua vida de terrorismo internacional e desmandos contra o povo líbio. Morreu feito uma ratazana.

É, ele fez por merecer.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

De férias em Penedo - RJ


Após mais de um mês sem postagens, minha esposa e eu estamos em Penedo, no Sul fluminense. A região, para a qual não se poupam elogios, merece ser postada.

Mas preocupa-me a expansão turística da localidade, sem que se lhe dêem o necessário suporte e os limites para o crescimento. Em minha opinião de leigo, penso que se Penedo crescer demais, perderá a qualidade do sossêgo e rusticidade que a tornam tão aprazível. Enquanto isso, empresários do turismo só visam a exploração sem pensar no futuro. Prova disso são as atrações em restaruantes que promovem música e gastronomia associadas ao consumo de álcool até altas horas.

Fora isso, Penedo é ótima para passear a pé, a cavalo, bicicleta, quadriciclo, charrete... e namorar.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

John Stott está com Jesus

Aos 90 anos, John Stott, descansou e foi encontrar-se com o Senhor em que ele creu desde 1939, ao converter-se do agnosticismo à fé em Cristo.
Sua ausência, antes que deixar a Igreja órfã em uma época de raros exemplos de homens a serem imitados, leva-nos ainda mais à compreensão de que cumprimos um propósito maior e, apenas por um tempo, ministramos a este mundo mergulhado em contradições. Nosso lar definitivo é na companhia do Pai.
Decididamente, não somos seres naturais com uma experiência espiritual; somos, na verdade, seres espirituais passando por uma experiência natural. E nosso alvo é a eternidade.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

RESUMOS PARA UMA AGENDA POSITIVA

GT DA ALIANÇA CRISTÃ EVANGÉLICA-RJ REALIZOU DOIS ENCONTROS E MARCOU O TERCEIRO

O Grupo de Trabalho da Aliança Cristã Evangélica Brasileira-RJ teve duas reuniões (em 26 de maio, no Seminário Betel, e em 13 de julho, na Primeira Igreja Batista em Vila Valqueire, ambas na capital fluminense). Integram o GT: Clemir Fernandes, Edgar Chagas, Eduardo Rosa Pedreira, Maria Jandira Cortes e Luciano Vergara, que coordena o grupo. Recentemente, tivemos a participação de Lívio Renato de Oliveira e de Remy Damasceno Lopes, os quais desejamos que se integrem e fiquem no grupo.

Com dois encontros já realizados, o GT agendou o terceiro para o dia 17 de agosto, às 9h30min, no auditório do Centro Cultural da Bíblia (Sociedade Bíblica do Brasil, Rua Buenos Aires, 135, Centro, Rio de Janeiro - RJ).

Quem desejar se comunicar com o GT e dar sugestões ou contribuir de algum modo para o avanço da Aliança-RJ, poderá escrever um e-mail para o coordenador: lpvergara@hotmail.com. Artigos assinados não serão publicados senão após consulta à coordenação nacional da Aliança, mas se quem escreve tem um veículo, o mesmo poderá ser indicado em uma nota.



Leia o que entrou nas pautas das duas reuniões:
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REUNIÃO DIA 26/05, NO SEMINÁRIO BETEL:

1) Ampla participação de LEIGOS nas decisões e atividades-fim, ao lado de clérigos: a Aceb não pode se resumir a uma entidade da classe pastoral, mas deve ser desafiada a incluir as competências laicas na consecução de seus objetivos;

2) Diversificação na LOCALIZAÇÃO de centros de atividade: Considerando-se que a presença evangélica é maior na Região Metropolitana da capital (destaque para a Baixada Fluminense e a Zona Oeste), é razoável priorizar tais espaços no planejamento de reuniões e atividades pertinentes aos objetivos da Aceb-RJ. Espaços comuns no Centro da capital e pólos regionais no interior do Estado do Rio de Janeiro também devem ser considerados.

3) Valorização das COMPETÊNCIAS MISSIONÁRIAS: A Aceb-RJ não deve reinventar o que organismos evangélicos já vem fazendo, e sim, aproveitar a eficácia dos trabalhos missionários (evangelização, capelanias, integração etc.). Queremos organizar frentes de atuação em forma de capelanias especializadas, integradas por grupos e indivíduos que sabem fazê-lo.

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REUNIÃO DIA 13/07, NA PIB EM VILA VALQUEIRE:

Para uma caminhada efetiva da Aliança Cristã Evangélica Brasileira no Estado do Rio de Janeiro, cuja sociedade carece de um testemunho cristão vivo e capaz de orientá-la com princípios que balizem a construção de uma nova realidade é preciso:

Que os cristãos fluminenses sinalizem em seus discursos e ações a unidade da fé, conforme o ensino evangélico de João cap. 21;
Que o convívio entre membros de igrejas evangélicas testemunhe para a sociedade uma índole que brota da relação que aqueles mantém com o espírito neotestamentário, basicamente de fé, esperança e amor, conforme o dizer de Paulo em sua Primeira Carta aos Coríntios 13.13;
Que a presença evangélica no Estado do Rio de Janeiro, avance para além de seu legado histórico, de seu presente quase sempre proletário, sobretudo na massa populacional da Região Metropolitana em torno da capital. O povo de Deus poderá redescobrir o significado de Deuteronômio 28.13: “E o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás por cima, e não por baixo; se obedeceres aos mandamentos do Senhor teu Deus, que eu hoje te ordeno, para os guardar e cumprir”. Bem distante da aplicação rasa e imediata de prosperidade material e poder político, a liderança evangélica se concretiza ao inserir-se na sociedade como agente moral, cultural, econômico e político.
O aspecto moral de sua imbricação social deve atingir o grau de influência na opinião pública, “salgando” e “clareando” sentimentos e consciências a partir de valores e atitudes positivos, construtivos, de estruturação das forças voltadas ao bem de todo o povo.
O aspecto cultural liga-se aos princípios formadores dos valores espirituais que sejam alternativa e estímulo aos significados mais salutares para nortear os papéis de famílias e organismos no interior dessa sociedade.
O aspecto econômico diz respeito ao peso econômico que tem e poderá vir a ter no contexto da vida laboral, financeira e fiscal fluminense, no sentido de assumir relevância no cenário econômico e dialogar em alto nível com outras esferas de poder social, econômico e político.
O aspecto político é, talvez, o mais desafiador de todos, pois tem sido nessa quadra onde os evangélicos menos têm dado um testemunho à altura de seu legado histórico e espiritual, confundindo-se com o que há de canhestro na política brasileira e deixando de disciplinar com coragem e exemplo de honradez as práticas parlamentares e o trato com a coisa pública. Assim, a ação política dos evangélicos fluminenses deve acolher os modelos de Neemias e de Daniel em matéria de natureza política.
Que o testemunho cristão seja um instrumento de Deus para levar o nosso povo a um grau mais adiantado no processo civilizatório, inaugurando as bênçãos do Reino por vir dentro do tempo e do espaço deste mundo ainda tão contraditório e prolongando-se na linha temporal e restaurando uma era de avanços possíveis na relação com Deus e entre as pessoas.


NOTA 1: Na reunião de hoje, deliberamos iniciar um canal aberto na web, com links para textos e notícias dentro das áreas abrangidas pela Aliança-RJ. Os principais veículos que informam o segmento evangélico e os meios de comunicação estão na lista de divulgação a serem usada para expressar objetivos da Aliança Cristã Evangélica Brasileira e comunicações formais da Aliança-RJ chanceladas pela coordenação nacional da Aliança.

NOTA 2: Após a reunião, a primeira reação externa veio do Pr. Prof. Henrique Ajraújo. Em sua mensagem, ele pontua: "Que a reflexão cristã seja gerada a partir da mente de Cristo, revelada em Sua Palavra, a Bíblia, conduzindo a uma cosmovisão mais ampla da contemporaneidade para um diálogo coerente e relevante que vise transformação do status quo fluminente hodierno, segundo ensinamento de Romanos 12.2."

sexta-feira, 8 de julho de 2011

E o Ministério dos Transportes, hein!

Há alguma coisa a comentar a propósito da saída do senador (de novo) Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes? E sobre sua relação com o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto?
Costa Neto foi apontado como eminência parda do ministério. Ele já presidiu o extinto PL (atual PR), além de ter saído da Câmara de Deputados sob uma chuva de acusações de corrupção, num frustrado confronto com o "tagarela" Roberto Jefferson (PTB-RJ). Este foi deputado federal cassado após escândalo nos Correios, quando cunhou o termo "mensalão", em 2005, para definir o esquema de corrupção em que o PT comandaria uma farra de propinas a políticos que recebiam mesada para não atrapalhar o governo Lula.
Há tempo que o governador do Ceará, Cid Gomes, vinha anunciando os atributos de Alfredo Nascimento à frente do MinT. Agora, as coisas aparecem mais. Então, nem é preciso falar muito, não é?

terça-feira, 21 de junho de 2011

Cristãos egípcios temem aumento da intolerância

No Egito posterior à revolução popular que derrubou o governo de Hosni Mubarak, em fevereiro, último, os cerca de 10 por cento de cristãos receiam o crescimento da intolerância contra suas comunidades, conforme observou David Kirkpatrick, do The New York Times.

As tensões entre muçulmanos e coptas vêm aumentando e cresce o risco para todos os cristãos no país, até recentemente uma região razoavelmente tolerante se comparado a outros países da região. Preocupa tanto a religiosos quanto à comunidade internacional que as forças emergentes no Egito transformem o país em uma república islâmica.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Acorda, Cabral!

O governador Sérgio Cabral parece não estar em seu juízo perfeito. E o discurso de um deputado na Assembléia Legislativa fluminense pode ter dado a senha do problema de fundo que atormenta o chefe do Executivo estadual (Alerj, 19/05/2011). Algo a ver com armário, se não me engano.
Cabral, por suas próprias declarações, está em rota de colisão com evangélicos e servidores estaduais ao mesmo tempo. - Acorda, Cabral! Não dá para ganhar essa. Evangélicos são gente de oração e "a oração muito pode" (Tiago 5.16); servidores são fundamentais para futuras pretensões políticas.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

ALIANÇA EVANGÉLICA AFIRMA HETEROSSEXUALIDADE

Manifesto de afirmação da heterossexualidade

Segunda-feira, 30 de Maio de 2011

Que o Brasil ouça a voz de Deus

A Aliança Cristã Evangélica Brasileira, marcada pelo sentimento de irmandade com todo o povo de Deus espalhado e enraizado neste país, expressa uma vez mais o seu propósito de seguir a Jesus Cristo e afirma o seu compromisso com a Palavra de Deus, que é orientação vital para toda a nossa vida, seja pessoal ou coletiva.

No encontro com a voz de Deus, expressa em sua Palavra, nos sabemos amados e criados por Deus. Não importa quem sejamos e o nome que carregamos, todos viemos ao mundo como fruto desse amor de Deus que é o Senhor de toda a criação e a nós, seres humanos, criou como homens e mulheres.

No decorrer da sua história a igreja de Jesus Cristo tem afirmado esse Deus amoroso e criador e a nossa própria existência humana, como homem e mulher, como fruto dele. Assim como ontem, a igreja faz esta mesma afirmação hoje, incluindo nela a realidade da heterossexualidade. É esta a razão pela qual nos manifestamos contrários à prática homossexual e à sua legitimização e afirmação em nossa sociedade.

Estamos conscientes de que muitas vezes, ontem e hoje, não temos sabido viver adequadamente segundo a marca do amor e da vontade de Deus. Assim agindo, nosso testemunho acerca de um Deus de amor e criador fica comprometido pela nossa própria desobediência, injustiças e idolatrias. Neste processo, no entanto, também descobrimos que Deus, em sua graça, nos permite reconhecer nossos descaminhos e reconstruir nossas vidas. É assim que olhamos para a prática da homossexualidade: um descaminho a ser reconstruído pelo Deus criador, na consciência de que, quando buscado, Deus é encontrado como um Deus de graça.

Estamos conscientes de que há outras práticas que negam o amor de Deus, entristecem o seu coração e desestruturam a nossa vida pessoal e coletiva. Cada uma dessas práticas deve ser reconhecida e caminhos de mudança devem ser buscados. Mas hoje o nosso enfoque está na prática da homossexualidade e na tentativa da sua legitimização e até imposição a toda uma nação. Nós, como igreja de Jesus Cristo, precisamos nos opor a esta proposta e afirmar a heterossexualidade como a expressão saudável que conduz à construção de uma sociedade de harmonia e bom exercício de cidadania, sob a marca do amor criador e da graça renovadora de Deus. Precisamos também nos manifestar radicalmente contrários a qualquer tentativa de cercear a liberdade de expressarmos, tanto privada como publicamente, aquilo que entendemos ser a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para nós, para as nossas famílias e para a nossa sociedade.

Hoje nós conclamamos a nação brasileira, como um estado laico que deve zelar pelo direito de todos, para a construção de uma sociedade que tenha a marca da justiça e do amor e que se oponha ao controle de qualquer minoria que queira patrulhar outros grupos e expressões que lhe sejam diferentes. Hoje, conclamamos a nação brasileira a que se deixe encontrar por Deus através do evangelho, no qual Jesus diz que veio trazer vida em abundância para todos e que todos encontrassem o caminho da sua prática de vida pessoal e comunitária no seguimento a ele.

Por uma nação livre e democrática!

Brasil, maio de 2011

Coordenadoria da Aliança:

Christian Gills

José Carlos da Silva

Maria Luiza Targino A. Queirós (Nina)

Oswaldo Prado

Valdir Steuernagel

Wilson Costa, Cordenador Executivo

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Agência Soma questiona o "já ganhou" dos evangélicos que comemoram o banimento do Kit Gay

Ok, fim do Kit Gay. Mas e a batalha contra a corrupção, pelo meio ambiente e o fim da miséria?

Por Lenildo Medeiros


A celebrada vitória da bancada de deputados e senadores cristãos do Congresso Nacional no que diz respeito ao fim da distribuição do chamado Kit Gay pelos ministérios da Educação e da Saúde é importante e atende, de fato, ao anseio da maioria do povo brasileiro. A preocupação já vinha sendo manifestada por pais em várias frentes. Até em conversas de festas infantis (que costumo frequentar com meu filho), a maioria dos pais (mesmo aqueles que não professam qualquer religião e não frequentam qualquer igreja) faz o discurso de que é absurda esta onda gay nas arenas de poder e na mídia brasileira, especialmente a Rede Globo, querendo passar a ideia de naturalidade quanto a opção sexual por pessoas do mesmo sexo. No entanto, a batalha deve também ser motivo de outra reflexão. Nossa missão só vai até aí? Como pode a bancada cristã, que ama o Deus Criador, estar na votação do Código Florestal apenas para falar do tal kit? Mas e a questão da vida no Planeta? E o jogo de interesses posto à mesa naquela votação? Não tinha a mesma importância?
Assisti ao vivo ao momento em que os deputados foram ao microfone para falar do kit durante a votação do Código Florestal na terça-feira, 24/5. Fiquei atento, e até considerei um avanço estratégico inteligente, a força daquela união de católicos e evangélicos pela família, usando o regimento para influir e provocar a vitória parcial que veio no dia seguinte, quarta-feira, 25 (digo “parcial” porque há outras lutas decisivas neste campo da família a serem travadas ainda nos próximos meses). Mas também fiquei espantado com a omissão (na mesma intensidade) dos mesmos líderes cristãos em relação a assuntos da pauta do Congresso naquele dia.



Primeiro, a questão do cuidado com o meio ambiente. A votação do Código Florestal em curso e nenhuma palavra enfática, nenhum movimento de defesa das matas e do ecossistema brasileiros proposto, nenhum e-mail se espalhando por todas as caixas postais em tom desesperado (como tem acontecido com temas familiares e morais), nenhum abaixo assinado, passeata, encontro, reunião, nada! Como pode haver tal discussão no Congresso e os filhos do Criador se omitirem assim? Votando com a maioria, sem participação ativa, sem levar a sério o tema? A vida só deve ser defendida no âmbito das questões que afetam o lar, a família, o casamento? Mas e as vidas que se perdem na falta de água, nas tragédias naturais, na opressão, na injustiça, nos interesses escusos de latifundiários e multinacionais? Isso também não é imoral?



Segundo, a luta contra a corrupção. É inacreditável, mas uma das formas utilizadas pelas frentes cristãs unidas contra o Kit Gay foi ameaçar o governo com uma convocação ao ministro Palocci para apurar as denúncias de enriquecimento ilícito. Mas como ameaçar fazer algo que seria, de fato, uma obrigação de qualquer parlamentar? Se houve tráfico de influência ou coisa assim não é também imoral? A convocação não é obrigação ética? Até para esclarecer de uma vez por todas o assunto e inocentar ou punir, de acordo com as conclusões? Como pode deixar de convocar? Isto não é ser omisso na luta contra a corrupção? Corrupção não é tão nefasta quanto a noção de que os kits incentivam crianças ao homossexualismo?



Terceiro, a guerra contra a miséria. Nós cristãos sabemos que tem sim coisa pior que ver alguém com fome, sem casa, pisando em vala imunda, analfabeto, gritando de dor numa fila de hospital. Quem crê na Bíblia sabe que o “choro e o ranger de dentes” eterno é pior. Mas de maneira alguma isso significa um incentivo ao descaso com a dor humana nos dias de hoje, neste planeta! A luta contra a injustiça social é, sim!, tarefa da missão cristã em nossa geração. E os líderes políticos precisam ampliar sua visão do que seja defender a família, a criança, o adolescente, o idoso, o casal, o homem e a mulher. Afinal, todos precisam de alimento, água, moradia, hospital, escola, emprego e renda, saneamento básico, mobilidade urbana. E a política, tanto na esfera executiva ou parlamentar, tanto no âmbito federal, estadual ou municipal, deve prover tudo isso, no sentido mais pleno e humano de cada termo. Para além de apenas planos, estatísticas, orçamentos. Coisa séria, com legitimidade, veraz!



A reunião de católicos e evangélicos com o secretário-geral da presidência da República, Gilberto Carvalho, representando a presidenta Dilma Rousseff, aconteceu nesta quarta-feira, 25/5. Segundo deputados presentes, entre eles João Campos, presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Eros Biondini, representando a Frente Parlamentar Católica, Anthony Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro, e Pastor Lucena, da Frente Parlamentar da Família, nela foi assegurado o fim da distribuição de qualquer cartilha antiga ou vídeo pelos ministérios da Saúde ou Educação contendo cenas de sexo explícito ou estímulo a opção sexual diferenciada, e foi anunciado o compromisso de que nenhum vídeo ou nova cartilha seria confeccionada sem a participação de representantes das bancadas católica e evangélica. Que chegue rápido o dia em que tais frentes pela família incluam em suas agendas de lutas a defesa (tão veemente quanto nas questões familiares) das florestas e dos rios, da ética na política e do fim da miséria e da injustiça social.

Fonte: agenciasoma.org.br

Dilma suspende "kit anti-homofobia" para escolas

Religiosos pressionam e Dilma suspende "kit anti-homofobia" para escolas


Brasília, 25 mai (EFE).- A presidente Dilma Rousseff determinou nesta quarta-feira a suspensão da elaboração do "kit anti-homofobia", um material sobre a homossexualidade e o combate à homofobia que seria distribuído em escolas públicas e havia gerado protestos de grupos religiosos.

A polêmica sobre esse material cresceu nos últimos dias, sobretudo depois que o Supremo Tribunal Federal decidiu que a união civil entre duas pessoas do mesmo sexo é equivalente à união heterossexual perante a lei. Grupos católicos e evangélicos criticaram a decisão judicial e alertaram sobre projetos que, segundo afirmaram, pretendiam "induzir" os adolescentes que estudam em escolas públicas à homossexualidade.

Na quinta-feira passada o ministro da Educação, Fernando Haddad teve reunião com parlamentares da bancada evangélica e disse que a pasta não fará mudanças no material que compõe os kits de combate a homofobia.

Porém, nessa quarta-feira o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que o governo entendeu que "seria prudente não editar esse material". Carvalho explicou que Dilma tomou sua decisão após conversar sobre o assunto com parlamentares de diversas religiões que criticaram o projeto.

O material estava sendo elaborado por empresas contratadas pelo Ministério da Educação (MEC) e seria distribuído ao final de cursos sobre direitos humanos e minorias que devem ser ministrados para alunos do Ensino Médio de escolas públicas.

Segundo o MEC havia antecipado, o material que estava em preparação incluía vídeos que mostravam como o amor surgia entre dois meninos ou entre duas meninas, além de depoimentos de travestis e transexuais sobre suas vidas e relações amorosas.

Carvalho disse que, após conversar nesta quarta-feira com os parlamentares que se opõem ao projeto, Dilma decidiu ainda que "daqui para frente todo material que versar sobre costumes será feito a partir de consultas mais amplas à sociedade".


Fonte: EFE

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A felicidade do Bispo Robinson

Uma primeira constatação é que estamos ainda distantes de ser um “país evangélico”: quarenta milhões da população é formada por miseráveis; uma insegurança pública generalizada; uma educação pública de faz-de-conta; uma saúde pública caindo aos pedaços, assim como as nossas estradas, a corrupção endêmica no aparelho do Estado, o consumo da droga ascendente, prostituição, discriminação contra os negros e os indígenas, infanticídio no ventre, paradas de orgulho do pecado, uma das maiores desigualdades sociais do mundo. Uma grande distância do exemplo de vida e dos ensinamentos de Jesus de Nazaré, cujas narrativas e palavras somente conhecemos por um livro chamado de Bíblia, que o mesmo citava com frequência, e que foi organizado por uma entidade fundada pelo próprio: uma tal de Igreja. Uma grande distância da ética e da “vida abundante” apregoada pelas Boas Novas, o Evangelho.

Percebemos sinais do sagrado cristão em nossa História e em nossa Cultura, mas, no geral, ficando na superfície. Se os símbolos importassem tanto, o Rio de Janeiro, com aquela imensa estátua do Cristo Redentor, deveria ser uma antecâmara do Paraíso.

Como cidadão responsável, e como cristão, como eu gostaria que o meu País fosse marcado pela justiça, pela segurança, pela paz, fruto do impacto das Boas Novas, do Evangelho. Sinceramente, gostaria muito que tivéssemos um Brasil mais evangélico.

Fico feliz que Deus não tenha nos livrado da imigração dos protestantes alemães, suíços, japoneses, coreanos, e tantos outros. Fico feliz pelo seu trabalho e por sua fé.

Fico feliz por Deus não nos ter livrado do escocês Robert R. Kalley, médico, filantropo e pastor escocês, fugindo do cacete na Ilha da Madeira (Portugal), pioneiro da pregação do Evangelho entre nós, nos deixando as igrejas congregacionais. Ele nem era norte-americano, nem fundamentalista, pois esse movimento somente surgiria meio século depois. Eram norte-americanos, e também não-fundamentalistas os pioneiros das igrejas presbiteriana, batista, metodista e episcopal anglicana que vieram ao Brasil na segunda metade do século XIX.

Fico feliz por Deus não nos ter livrado desses teimosos colportores que varavam os nossos sertões sendo apedrejados, vendendo aquelas Bíblias “falsas”, cuja leitura, ao longo do tempo, foi tirando gente da cachaça e dos prostíbulos, reduzindo os seus riscos de câncer de pulmão, cuidando melhor de sua família, como trabalhadores e cidadãos exemplares.

Fico feliz por Deus não ter nos livrado desses colégios mistos, desses colégios técnicos (agrícolas, comerciais e industriais), trazidos por esses missionários estrangeiros, em cujo espaço confessei a Jesus Cristo como meu único Senhor e Salvador. E, é claro, tem muita gente agradecendo a Deus por não nos ter livrado do voleibol e do basquetebol introduzido pioneiramente nesses colégios… nem pelo fato do apoio à Abolição da Escravatura, à República ou ao Estado Laico.

Por essas e outras razões, é que vou comemorar (com uma avaliação crítica) com gratidão, dentro de seis anos, os 500 anos da Reforma Protestante do Século XVI, corrente da Cristandade da qual sou militante de carteirinha desde os meus dezenove anos.

Essa gratidão ao Deus que não nos livrou dos protestantes de imigração e dos protestantes de missão, inclui, sinceramente, os protestantes pentecostais, herdeiros daquela igreja original, dirigida por um negro caolho (afro-descendente portador de deficiência visual parcial, na linguagem do puritanismo de esquerda, conhecido por “politicamente correto”)…, mas que abalaria os alicerces religiosos do mundo. Eu mesmo sou um velho mestiço brasileiro e nordestino, e não me vejo como um ítalo-luso-afro-ameríndio de terceira idade…

Olhando para o termo “evangélico”, usado sistematicamente na Inglaterra, a partir de meados do século XIX, como uma confluência da Reforma e de alguns dos seus desdobramentos, como o Confessionalismo, o Puritanismo, o Pietismo, o Avivalismo e o Movimento Missionário, com paixão missionária pelo Evangelho que transforma, dou graças a Deus que Ele não nos tenha livrado da presença dos seus seguidores e propagadores. Até porque, por muito tempo, não tivemos presença fundamentalista (no sentido posterior) e nem do liberalismo, pois esses últimos são bons de congressos e revoluções de bar, mas não muito chegados a andar de mulas por sertões nunca antes trafegados…

Minha avó é quem dizia que “toda família grande vira mundiça”, se referindo ao fato de que quando qualquer instituição, grupo ou movimento social cresce, é inevitável que ao lado do crescimento do trigo haja um aumento significativo do joio. Nesse sentido, o protestantismo e o evangelicalismo brasileiro são normais (com desvios e esquisitices), mas, garanto que temos muitíssimo mais trigo (às vezes armazenados nos celeiros, quando deveriam estar sendo usados nas padarias). No meu tempo só tinha crente militante e desviado; depois apareceram os descendentes, os nominais, os de IBGE, os bissextos e os ocasionais.

No sentido histórico dou graças a Deus pelo localizado movimento fundamentalista nos Estados Unidos, em reação ao racionalismo liberal, pois também afirmo a autoridade das Sagradas Escrituras, o nascimento virginal, a cruz expiatória, o túmulo vazio e a volta do Senhor. Depois o termo foi distorcido por um movimento sectário, antiintelectual, racista, e hoje é aplicado até ao Talibã, em injustiça à proposta original.

Quanto ao Tio Sam, nem todo republicano é evangélico, nem todo evangélico é republicano, embora, de época para época, haja deslocamentos religiosos-políticos naquele país. Eu mesmo não tenho muita simpatia (inclusive aqui) pelo Partido do Chá (Tea Party), pois tenho longa militância no Partido do Café e no Partido do Caldo de Cana com Pão Doce.

A Queda do Muro de Berlim assinalou o ocaso da modernidade e o início de uma ainda confusa pós-modernidade, com a mundialização da cultura anglo-saxã, no que tem de bom e no que tem de mau, mas, como nos ensina Phillip Jenkins, a Cristandade está se deslocando do hemisfério Norte para o hemisfério Sul, e, inevitavelmente, revelamos nossas imaturidades, que devem e podem ser superadas.

Agora, todo teólogo, historiador ou sociólogo da religião sérios, perceberá a inadequação do termo “protestante” ou “evangélico” (por absoluta falta de identificação caracterizadora) com o impropriamente chamado “neo-pentecostalismo”, na verdade seitas para-protestantes pseudo-pentecostais (universais, internacionais, mundiais, galáxicas ou cósmicas), e que é algo perverso e desonesto interpretar e generalizar o protestantismo, e, mais ainda, o evangelicalismo brasileiro, a partir das mesmas.

O avanço do Islã e a repressão aos cristãos onde eles dominam é um “óbvio ululante”, a defesa da vida em relação ao aborto, à eutanásia, aos casais que não querem ter filhos, ao homossexualismo, o atentado ao meio ambiente (“cultura da morte”) é coerente com o princípio da Missão Integral da Igreja na “defesa da vida e da integridade da criação”.

A identidade evangélica se faz por um rico conteúdo e não por antagonismo ou relação reativa a conjunturas.

Sabemos que o mundo jaz do maligno, que o evangelho será pregado a todo ele, mas não que todos venham a se converter, e que descendentes de cristãos nem sempre continuam nessa fé. Assim, o Brasil nunca será um País totalmente cristão, protestante ou evangélico, mas creio que será bem melhor com uma Igreja madura que, sem fugas alienantes, adesismos antiéticos ou tentações teocráticas, possa “salgar” e “iluminar” com os valores do Reino.

Para isso necessitamos (na lícita diversidade protestante quanto a aspectos secundários e periféricos) de líderes sólidos e firmes, vestindo a camisa do nosso time com entusiasmo e garra para o jogo, sem se perderem em elucubrações estéreis, de quem já perdeu a fé na Palavra, não acredita mais na Queda, nem na Redenção, nem na singularidade de Cristo, deixando uma geração órfã de heróis.

Assim, espero que Deus não nos livre dessa presença cultural transformadora; que Deus não nos livre de ser, cada vez mais, um País evangélico.

A Ele, Onipotente, Onisciente e Onipresente, Senhor do Universo e da História, com os anjos e arcanjos, coma Igreja Triunfante e a Igreja Militante, intercedendo por todos que atravessam crises espirituais, seja toda a honra e toda a glória!

Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br

O Brasil e a República Companheirista do Leviatã Federal

Artigo publicado em O GLOBO (21/05/2011):
A DITADURA COR-DE-ROSA

GUILHERME FIUZA

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), uma espécie de gorila assumido, foi ao Senado protestar contra uma cartilha de prevenção à homofobia que o governo pretende distribuir. Acabou agredido pela senadora Marinor Brito (PSOL-PA), defensora dos homossexuais. Esses gorilas não sabem com quem estão se metendo. A tal cartilha, que está sendo preparada pelo MEC, será distribuída em escolas públicas, no ensino fundamental. A ideia é ensinar à criançada que namorar pessoas do mesmo sexo é saudável, ou seja, que ser gay é normal. Nada como um governo progressista, disposto a formar a cidadania sexual de seu povo.

Pelos cálculos do MEC, uma criança de sete anos de idade que chegar à escola e receber em mãos uma historinha de amor homossexual terá menor probabilidade de chamar o coleguinha de bicha, ou a coleguinha de sapatão. É difícil imaginar o que se passará na cabeça de cada uma dessas crianças diante do kit de orgulho gay do governo. Mas não é tão difícil imaginar o que se passa na cabeça do MEC, ou melhor, do ministro da Educação.

Assim como a quase totalidade da administração petista, o ministro da Educação, Fernando Haddad, só pensa naquilo — fazer política. Em 2010, no bicampeonato do vexame do Enem, ele estava trabalhando duro na campanha eleitoral de Dilma Rousseff. Sem tempo, portanto, para detalhes secundários, como a impressão trocada de gabaritos, que corrompeu a prova e infernizou a vida de mais de três milhões de estudantes. No ano anterior o Enem tinha naufragado após o vazamento da prova, e no ano seguinte Haddad foi premiado com a permanência no cargo pelo novo governo. Honra ao mérito. Nesse meio tempo, o país caiu 20 posições no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU para educação (ficando em 93º, atrás de Botswana). Mas o ministro tem sempre uma “pesquisa interna” para oferecer aos jornalistas — dos quais nunca se descuida —, mostrando ótimas avaliações do ensino público.

No governo da “presidenta”, que vive dessa mitologia do oprimido, a cartilha sexual do companheiro Haddad é mais um afago no mercado político GLS. Um mercado que não para de crescer. Ao lado do avanço nos direitos dos gays, legítimo e importante, a indústria do politicamente correto vai criando um monstro. Foi esse monstro que distribuiu tapas na turma do deputado Bolsonaro. É o monstro que transforma uma boa causa em revanche, histeria e intolerância. Que quer ensinar orgulho gay em escola primária. É a estupidez travestida de virtude.

O barraco entre o gorila e a serpente aconteceu na Comissão de Direitos Humanos do Senado. Ali se discutia o projeto que transforma homofobia em crime. É um pacote de regras restritivas, como a que proíbe um pregador evangélico, por exemplo, de criticar o homossexualismo fora dos limites de sua igreja. Os generais de 64 (heróis de Bolsonaro) não fariam melhor. O totalitarismo, quem diria, também está saindo do armário.

A relatora do projeto é a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que se retirou da sessão quando a confusão estourou. Ela teve sorte. Não de se livrar dos tapas, mas de escapar da sua própria lei. Menos de três anos atrás, ela fez insinuações de homossexualismo contra o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, seu adversário eleitoral na época. Talvez seja o caso de incluir uma ressalva no projeto, anistiando os companheiros progressistas que ferirem o orgulho gay por relevante conveniência política.

Mais do que nunca, a propaganda é a alma do negócio. Depois que Dilma Rousseff virou símbolo meteórico de afirmação feminina, ninguém mais segura os gigolôs da ideologia. Basta um slogan na cabeça e uma caneta na mão, e tem-se uma revolução de butique. Está prestes a ser aprovada a lei que obriga a fabricação de calcinhas e cuecas com etiquetas de advertência contra o câncer de próstata e de colo do útero, além de sutiãs com propaganda de mamografia. É incrível que ainda continuem vendendo chocolate sem uma tarja de advertência contra a gordura e as espinhas. É preciso ensinar a sociedade a ser saudável.

O Estado politicamente correto sabe o que é bom para você. Em nome da modernização dos costumes, assiste-se a uma escalada medieval de proibição da propaganda de produtos que fazem mal, e de obrigatoriedade de mensagens que fazem bem. Até a obra de Monteiro Lobato quase entrou na dança: ia ser crivada de notas explicativas a cada aparição de Tia Nastácia, em defesa da honra dos afrodescendentes. Os justiceiros do Conselho Nacional de Educação ainda não desistiram de corrigir o escritor.

É interessante ter um ex-BBB no Congresso defendendo os direitos dos homossexuais. Mas é estranho ter no reacionário Jair Bolsonaro a voz solitária contra os excessos da patrulha GLS. Talvez a consciência brasileira mereça, de fato, ser governada pelas cartilhas demagógicas do MEC.


GUILHERME FIUZA é jornalista.



O LEVIATÃ PEGA
Crônica publicada em O GLOBO (15/08/2010)


João Ubaldo Ribeiro

Acho que já falei aqui numa comadre minha que diz que tudo é trauma de infância. Inclino-me a concordar com ela e, muitas vezes, nem tenho de escarafunchar muito essa remotíssima fase de minha vida para descobrir a origem de certas inquietações do presente. O Leviatã é um exemplo claro, porque meu medo dele vem desde o tempo em que, no meio da livrama de meu pai, eu topava com as ilustrações de Gustave Doré para a Bíblia e lá estava o tremendo monstro, contra o qual, assegurava o texto, o bronze das espadas era palha, ou seja, não adiantava nada. E devo ter misturado isso com alguma outra ilustração, provavelmente do clássico de Thomas Hobbes intitulado Leviatã, com que também topei nessa época, tentei ler para ver se vencia o medo, não entendi nada, desisti e o trauma deve ter persistido, ou piorado.

Hobbes é comumente tido, numa simplificação bastante grosseira e mesmo injusta, como uma espécie de teórico do absolutismo. E foi assim que me falaram dele nas escolas. Para mim o Estado hobbesiano, onde o poder se concentra no que ele chama de “soberano” e o súdito não tem ingerência no governo, passou a ser definitivamente aquele monstro das ilustrações. Depois, com a leitura de 1984 e a chegada de um tempo onde, fotografados, filmados e gravados, estamos cada vez mais submetidos a alguma espécie de controle, ou pelo menos vigilância controladora, o bicho vem me assombrando bastante e devia assombrar vocês também, porque vamos facilitando, vamos facilitando e daí a pouco ele nos engole a todos.

E essa engolição não vai ter nem a colher de chá do Estado hobbesiano. Nele, de fato o soberano detinha todo o poder, mas também tinha o dever básico de dar segurança ao súdito, pois, afinal só ela conteria o lobo do homem e era para isso que o pacto social existia. Aqui no Brasil, o nosso Leviatã já engole mais de um terço do que ganham os pobres e remediados (e nada dos verdadeiramente ricos) e não dá segurança nenhuma. Se esta for entendida como algo além de garantias contra a violência e abranger, por exemplo, a saúde, sabemos que o monstro, além de comer todo o dinheiro que pode, obriga os súditos a contratar planos médicos privados e nem mesmo estes resolvem, pois o bicho permite que façam o que bem entendam, inclusive tungar safadamente os que há décadas pagam por eles os olhos da cara.

O Leviatã de Gustave Doré, se bem revejo na mente as gravuras da infância, tinha tentáculos semelhantes aos de um polvo. É uma boa imagem para o que nos acontece hoje em dia, a toda hora um novo tentáculo se estendendo sobre nós, uma chuva de normas, cartilhas, orientações, admoestações, avisos, cobranças, proibições, restrições, instruções e assemelhados, vinda aparentemente de mil direções, que ninguém conhece direito e a que todo mundo obedece sem questionar. Sabe-se, mais ou menos vagamente, da existência de agências reguladoras hoje muito ativas, tripuladas por sabe-se lá quem, todas empenhadas em emitir regras para a nossa conduta. Ninguém elegeu esse pessoal, ninguém foi nem ouvido nem cheirado quanto a sua nomeação (vai ver que alguns, ou todos, foram ouvidos preliminarmente no Congresso, mas isso e nada todo mundo sabe que quer dizer a mesma coisa, até porque muitos dos nomeados para as agências devem ter sido indicados por deputados ou senadores), mas eles fazem o que querem e, mesmo quando quebram a cara, quem paga o prejuízo somos nós.

Cabe recordar pela milésima vez, como uma espécie de dever cívico, aquela regulada que deram nos motoristas, obrigando todos a trafegar com um tal kit de primeiros socorros. Todos os donos de carro compraram o kit, que só tinha um fabricante, o qual, naturalmente, encheu o rabo de dinheiro, assim como, certamente, outros envolvidos na operação. Concluiu-se que o kit não valia nada e era até prejudicial, mas ninguém foi investigado e muito menos punido, os súditos morreram na grana que os espertalhões faturaram e ficou tudo por isso mesmo. Mais recentemente, veio o tal assento para crianças, que de novo beneficia fabricantes, ou fabricante, e é uma medida de meia pataca, porque não pode ser aplicada a táxis, ônibus e vans, além de causar problemas de vários tipos. Mas todo mundo se esquece disso, compra o raio da cadeirinha e segue obedecendo.

Torcer no futebol já está regulamentado, mas não é descabido prever que cada clube venha a ser obrigado a pagar danos morais ao juiz chamado de ladrão por seus torcedores. Curtir com a cara do perdedor, nem pensar. O técnico que ficar na beira do campo soltando palavrões também será multado e mal posso esperar o dia em que emanarão do banco instruções como “meu anjo, vê se te deslocas mais expeditamente!”. E o atacante vai pedir um cruzamento exclamando “alça-me o balão de couro, companheiro!”. Quanto a piadas, não só de futebol mas quaisquer outras, atualmente já proibidas em relação aos candidatos, certamente também serão objeto de restrições impostas pela necessidade de que vivamos numa sociedade absolutamente livre de discriminações ou preconceitos de toda espécie. Não pode piada que, de alguma forma, mostre qualquer categoria social ou humana sob uma luz considerada pejorativa. Ou seja, não pode piada nenhuma, mesmo porque as que se refiram a animais, como as de papagaio, estarão sujeitas ao crivo rigoroso do Ibama, pois nunca se sabe quando uma piada poderá induzir a um crime contra um animal protegido. Talvez se crie – e fica a sugestão, é mais uma porção de cargos para preencher – uma base nacional de piadas, cadastrando todas as permitidas, é só checar antes de contar. Agora que dá para comparar, o monstro de Gustave Doré não era tão feio assim, bons tempos.

João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro é escritor, jornalista, roteirista, professor e membro da Academia Brasileira de Letras.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Declaração da Igreja Evangélica Luterana do Brasil

POSIÇÃO SOBRE A UNIÃO HOMOSSEXUAL


Nota oficial da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB):

A Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) está estabelecida num país onde há liberdade de viver, se expressar e agir conforme a decisão ou vontade de cada um. Assim, a opção sexual faz parte dessa liberdade. Por outro lado, a IELB também entende que a liberdade de discordar e não aceitar em seu meio uma união homossexual, por esta ferir os princípios da Bíblia Sagrada, faz parte da sua liberdade e não lhe pode ser cerceada, pois fere a Constituição Nacional. A Constituição Brasileira, no seu Artigo V, incisos IV, VI, VIII e IX, diz:

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;


Assim, precisamos diferenciar homossexualismo de homofobia. A Igreja Luterana não concorda com a conduta homossexual, mas não discrimina o ser humano homossexual.

Por isso declaramos:

1 – A IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL crê e confessa que a sexualidade é um dom de Deus, destinado por Deus para ser vivido entre um homem e uma mulher dentro do casamento.

2 - A IELB crê e confessa que o homossexual é amado por Deus como são amadas por Deus todas as suas criaturas.

3 - Em amando todas as pessoas e também o homossexual, Deus não anula o propósito da sua criação.

4 - Por esta razão, a igreja, em acordo com a Sagrada Escritura, denuncia na homossexualidade um desvio do propósito criador de Deus, fruto da corrupção humana que degrada a pessoa e transgride a vontade de Deus expressa na Bíblia. “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher: é abominação. Nem te deitarás com animal, para te contaminares com ele, nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele: é confusão. Portanto guardareis a obrigação que tendes para comigo, não praticando nenhum dos costumes abomináveis que praticaram antes de vós, e não vos contamineis com eles: Eu sou o Senhor vosso Deus” (Levítico 18.22,23,30); “Por isso Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seus próprios corações, para desonrarem os seus corpos entre si; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo em si mesmos a merecida punição do seu erro” Romanos 1.24,27); “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Coríntios 6.9-10).

5 - Porque a homossexualidade transgride a vontade de Deus e porque Deus enviou a igreja para levar Cristo Para Todos, a igreja se compromete a encaminhar o homossexual dentro do que preceitua o amor cristão e na sua competência de igreja, visando a que as pessoas vivam vida feliz e agradável a Deus; Mateus 19.5: “... Por esta causa deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.”

6 - A IELB, repudiando qualquer forma de discriminação, deve estar ao lado também das pessoas de comportamento homossexual, para lhes dar o apoio necessário e que possam vir a ter a força para viver vida agradável a Deus.

7 - Diante disto repudiamos a ideia de se conceder à união entre homossexuais o caráter de matrimônio legítimo porque contraria a vontade expressa de Deus e dificulta, se não impossibilita, a oportunidade de tais pessoas revisarem suas opções e comportamento.

8 - Repudiamos também, por consequência, a hipótese de ser dado a um casal homossexual a adoção e guarda de crianças como filhos porque entre outros prejuízos de formação, formará na criança uma visão distorcida da sua própria natureza.


Fiéis ao nosso lema CRISTO PARA TODOS ensinamos que a igreja renova também o seu compromisso de receber pessoas homossexuais no amor de Cristo visando que a fé em Jesus as transforme para a nova vida da qual Deus se agrada.

Em nome da Igreja Evangélica Luterana do Brasil


Rev. Egon Kopereck

Presidente da IELB

Tempos difíceis

Após compararmos textos que produzimos, de comum acordo, formulamos juntos o texto a seguir. Desde já, fique à vontade quem desejar consigná-lo na íntegra para fazê-lo circular.

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Graça, paz e coragem!

Estamos pedindo a Deus que reverta qualquer juízo condenatório sobre nossa nação; que ele tenha misericórdia de cada cidadão brasileiro, das famílias, das crianças e que a sua ira dê lugar à compaixão.

Já conhecemos a posição do Poder Judiciário, que deixou muitos atônitos, particularmente, pela fundamentação usada e unanimidade na decisão.

Portanto, podemos crer que estamos numa reta final até o sancionamento da "lei antihomofobia" (PLC 122), pelo Senado.

Este é o tempo de, cada vez mais, usarmos a prática de orações e súplicas, como recomenda Paulo a Timóteo (1 Tm 2.1-4: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” A Bíblia na Versão Revista e Atualizada, de João Ferreira de Almeida), retomando nossa função profética como Igreja de Jesus Cristo, e ainda, bradarmos com toda força por meio dos púlpitos, das publicações, dos e-mails, Twitter, páginas institucionais e blogs pessoais, rádio e TV, pelas ruas, através de sinais de luto, sempre visando mostrar que a maioria dos brasileiros não aprova as pretensões contidas na esdrúxula PLC 122.

É nosso papel como cristãos amarmos e respeitarmos, indiscriminadamente, qualquer pessoa, mesmo sendo ela homossexual, bissexual ou transgênero, conforme expressões usadas no referido Projeto de Lei. Entendemos, também, que todo cidadão, por força constitucional, pode buscar junto ao Judiciário o reconhecimento e declaração de seus direitos. O que não podemos concordar é que o ser humano, criado em sua condição natural de “macho e fêmea”, perca esta condição ordinária para o que é extraordinário e contrário à natureza. Não é uma questão de simplesmente dizermos “não à homofobia”, mas de, primeiramente, dizermos “sim à heterofobia”.

Finalmente, num país em que os direitos básicos dos mais pobres ainda são totalmente esquecidos, que tem o seu sistema educacional e de saúde falidos, onde os professores, médicos e outros necessários profissionais são desvalorizados, onde se precisaria –conforme estatísticas – de um século para colocarem-se em pauta milhares de projetos de lei, deixa-se de lado o regime democrático de governo, que, sobretudo, visa atender e governar para todos, com justiça e neutralidade, e prioriza-se o interesse de uma minoria para afirmar valores tipicamente do direito individual e que ferem o entendimento da maioria.

Portanto, este é o tempo da Igreja de Jesus restaurar sua função profética, sem jamais, contudo, deixarmos de pautar nossos atos e manifestações pelo amor e cordialidade cristãs.

Pr. Benoni Kraul de Miranda Pinto (C. Jesus Vive, RJ)
Pr. Luciano Pereira Vergara (metodista, RJ)
Pr. Neander Kraul de Miranda Pinto (batista, RJ)

Essa muralha vai cair!

Graça, paz e coragem!

Estamos pedindo a Deus que reverta qualquer juízo condenatório sobre nossa nação; que ele tenha misericórdia das famílias, das crianças e que a sua ira dê lugar à compaixão. Já sofremos a invasão do Poder Judiciário nas atribuições do Legislativo federal, uma derrota para o País. É fundamental então, nesta reta até a eventual sansão da "lei antihomofobia", caso ela passe no Senado, que não "baixemos a guarda" e se use, cada vez mais, a prática de orações e súiplicas, como recomenda Paulo a Timóteo. E que "brademos" e "trombeteemos" com toda força por meio dos púlpitos, das publicações, dos e-mails, twitter, páginas institucionais e blogs pessoais, rádio e TV. É hora de irmos às ruas, de usar sinais de luto, vestir nossos templos com as bandeiras da nossa milícia e mostrar que a maioria dos brasileiros não aprova as pretensões do PLC 122.
Em tudo, é claro, tenhamos sempre o cuidado de sermos afirmativos e propositivos, pautando-nos pelo amor e cordialidade cristãs.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Justiça para quem?

Uma pergunta que não quer calar: Porque os ministros do Supremo Tribunal Federal cederam às ações públicas que pediam, uma, reconhecimento dos direitos de parceiros homossexuais sobre patrimônio construído consorciadamente e, outra, a redefinição, à margem do texto constitucional, da "entidade familiar", mas não há notícia de que suas excelências tenham se mexido para que fosse feita justiça no caso do ex-jornalista e executivo da comunicação Antônio Marcos Pimenta Neves, que, em 2000, assassinou a namorada, Sandra Gomide?

São, de certo, casos muito diferentes e, até onde se sabe, não existe pedido de nenhuma autoridade interessada no cumprimento da lei para o caso da morte de Sandra Gomide. Pimenta Neves cumpriu apenas sete meses de prisão. Em 2001, foi posto em liberdade provisória (sic?), para aguardar julgamento. Mas, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 16 de dezembro de 2006, obteve liminar suspendendo a ordem de prisão.

Mas, ao que parece, suas excelências entendem que é mais justo fazer justiça para atender a homossexuais preocupados com o patrimônio e, de brinde, legislar à força de uma interpretação que, em vez de aplicar, desmente e deforma a Constituição. Os ministros do STF também não parecem incomodados com a agressão à consciência da maioria que rejeita a tese de dar 'status' de família a duplas de dois pais ou duas mães.

Pelo visto, o texto da Carta Magna não é obstáculo, quando se quer dar a ela o sentido que for mais conveniente.

E a Nação, meu Deus!, será que não se envergonha disso?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

ABL é contra livro que ensina a falar errado

A Bíblia nos orienta a "orar por todos" (1 Timóteo 2.1). Mas é preciso orar intensamente por "desencapetamento" no governo federal.
Carecem muito de intercessão pessoas como Fernando Haddad, ministro da Educação, os seus subordinados e os autores e editores da coleção "Viver, aprender", cujo título politicamente correto foi adotado pelo MEC para ser distribuído nas escolas públicas.
O expediente é mais um de uma série de ações supostamente para superar preconceitos e gerar mais inclusão, mas que parecem, a rigor, ações revisionistas para reverter os valores tradicionais e implantar uma nova mentalidade baseada na negação de uma cultura a ser suplantada.
A Academia Brasileira de Letras se pronunciou condenando a estratégia pedagógica do governo ao adotar o livro. Abaixo, um texto parcialmente retirado do portal Ig.



ABL DIZ QUE LIVRO ADOTADO PELO MEC É "COMPLETAMENTE INADEQUADO"

Extraído de colunistas.ig.com.br

A Academia Brasileira de Letras (ABL) divulgou nota em que “manifesta sua discordância” em relação à proposta do livro didático de português adotado pelo MEC (Ministério da Educação), que dedica um capítulo ao uso popular da língua.
O presidente da ABL, Marcos Vilaça, afirma que o livro Por uma vida melhor, da coleção Viver, Aprender, para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), é “completamente inadequado”. Na nota, a ABL afirma que “estranha certas posições teóricas dos autores de livros que chegam às mãos de alunos dos cursos fundamental e médio com a chancela do Ministério da Educação, órgão que vem se empenhando em melhorar o nível do ensino escolar no Brasil”.
O livro distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático, do próprio MEC, defende que é preciso trocar os conceitos de “certo e errado” por “adequado e inadequado“.
Os autores mostram que não há necessidade de se seguir a norma culta para a regra da concordância em algumas situações e usam a frase “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado” para exemplificar que, na variedade popular, só “o fato de haver a palavra os (plural) já indica que se trata de mais de um livro”. Em um outro exemplo, os autores mostram que não há nenhum problema em se falar “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”.
Para o MEC, no entanto, o papel da escola é não só o de ensinar a forma culta da língua, mas também o de combate ao preconceito contra os alunos que falam “errado”.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ignorância glorificada

A Bíblia nos orienta a "orar por todos" (1 Timóteo 2.1). Mas é preciso orar intensamente por "desencapetamento" no governo federal.
Carecem muito de intercessão pessoas como Fernando Haddad, ministro da Educação, os seus subordinados e os autores e editores da coleção "Viver, aprender", cujo título politicamente correto foi adotado pelo MEC para ser distribuído nas escolas públicas.
O expediente é mais um de uma série de ações supostamente para superar preconceitos e gerar mais inclusão, mas que parecem, a rigor, ações revisionistas para reverter os valores tradicionais e implantar uma nova mentalidade baseada na negação de uma cultura a ser suplantada.
A Academia Brasileira de Letras se pronunciou condenando a estratégia pedagógica do governo ao adotar o livro. Abaixo, um texto parcialmente retirado do portal Ig.



Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado

Fonte: colunistas.ig.com.br

Livro usado pelo Ministério da Educação

Livro didático de língua portuguesa adotado pelo MEC (Ministério da Educação) ensina aluno do ensino fundamental a usar a “norma popular da língua portuguesa”.

O volume Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, mostra ao aluno que não há necessidade de se seguir a norma culta para a regra da concordância. Os autores usam a frase “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado” para exemplificar que, na variedade popular, só “o fato de haver a palavra os (plural) já indica que se trata de mais de um livro”. Em um outro exemplo, os autores mostram que não há nenhum problema em se falar “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”.

Ao defender o uso da língua popular, os autores afirmam que as regras da norma culta não levam em consideração a chamada língua viva. E destacam em um dos trechos do livro: “Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para norma culta como padrão de correção de todas as formas lingüísticas”.

E mais: segundo os autores, o estudante pode correr o risco “de ser vítima de preconceito linguístico” caso não use a norma culta. O livro da editora Global foi aprovado pelo MEC por meio do Programa Nacional do Livro Didático.
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Tudo em nome de quê? Não há limites para as concessões quando a ordem é servir ao "politicamente correto". Isto, sim, é uma subversão:"Vi servos a cavalo e príncipes andando a pé como servos sobre a terra." (Eclesiastes 10.7). "Se alguém amimar o escravo desde a infância, por fim ele quererá ser filho." (Provérbios 29.21).
Na condição de líderes cristãos, nosso desafio é influenciar os servos, escravos e néscios, transformando-os até ao ponto de se tornarem em bons modelos. Isso não é o mesmo que aquiescer com fazer do outrora néscio um exemplo a ser seguido.

Ora, durma-se com um barulho destes!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Nossa vitória sobre o mundo é a fé

1 João 5.4: "Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé."

Deus executa o seu juízo soberano sobre as nações. Tal qual no passado o Senhor mandou codornizes aos hebreus peregrinos no deserto, em sinal de seu fastio para com a leviandade de um povo queixoso e inquebrantável (Êxodo 16), as demandas de minorias brasileiras cujos valores passam ao largo da Palavra de Deus e da ética cristã parecem contar com todas as concessões do senso comum. E estão comemorando sua vitória.

Supondo atender a direitos, a suprema corte do Brasil se pronunciou pelo reconhecimento não apenas de direitos patrimoniais, mas pela redefinição da família. Não enxerga, talvez, que, em vez de produzir justiça, é usada para alinhar o Estado a uma nova ordem pretendida por movimentos de revisão sem fronteiras. A coisa não pára por aí. Na esteira, a própria decisão do STF reforça as pretensões, pela via legislativa, ao casamento e à aceitação de um terceiro sexo.

O cristianismo está ameaçado de perder a sua relevância histórica como intérprete e referência para as instituições, pois o peso do pecado exerce pressão sobre a consciência a ponto de fazer-se invencível, irretorquível e, para sermos práticos, parece melhor nos acostumarmos ao pecado. E embora isso possa acontecer, as alterações em curso não transformam o pecado em virtude, por mais que as massas se convençam do contrário.

Deus detém a história em suas mãos e serão vencedores os que guardam comunhão com ele.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Capelania militar no Brasil



O capelão militar brasileiro trabalha com militares e suas famílias, quer no ambiente dos quartéis e estabelecimentos militares (quartéis, escolas ou centros de preparo e hospitais), quer nas vilas residenciais e nos eventos comemorativos em que sua presença seja necessária. O capelão acompanha os contingentes que participam de conflitos armados, como historicamente já o tem feito. Mesmo ele não sendo um combatente, deve estar onde está a tropa, assistindo com palavras de encorajamento, ou de conselho em questões éticas e morais. O capelão é, sobretudo, quem deve ajudar o combatente a recorrer à Bíblia e à oração no transe do conflito. Seu combate é de natureza sobrenatural, em meio ao caos espiritual que a violência das armmas incute nos corações.

O Breve histórico da capelania militar evangélica no Brasil, de Anderson Adriano Silva Faria, resume:

"Ao se organizar a Força Expedicionária Brasileira (FEB), que deveria participar das operações da 2º Guerra Mundial, foi instituída a Capelania Militar por Decreto de Lei n. º 6.535 de 26 de maio de 1944. Porém, a Capelania Militar Evangélica, só teve a sua formal instituição em 13 de julho de 1944 com a nomeação de dois capelães evangélicos: os pastores João Filson Soren, e Juvenal Ernesto da Silva. Soren foi designado para o 1º Regimento de Infantaria (Regimento Sampaio); Juvenal, para o 6º Regimento de Infantaria. Posteriormente ambos tiveram suas atividades acrescidas, cabendo ao capelão pastor Soren, atender ainda, ao 11º Regimento de Infantaria, e ao capelão pastor Juvenal, atender as unidades de Artilharia e Engenharia. Partiram para Itália no 2º escalão da FEB, em 22 de setembro de 1944. Os dois capelães só voltaram ao Brasil após o término do conflito. O pastor Juvenal Ernesto da Silva, chegou ao Rio de Janeiro em 18 de julho de 1945, acompanhando o 1º escalão de embarque; e em 22 de agosto, desse meo ano aportou no Rio de Janeiro o pastor João Filson Soren, que regressou com o 2º escalão."

Revelando que a participação efetiva de capelães em missões de combate não ocorreu apenas no exterior, mas também em solo brasileiro, Anderson Faria registra que no exército legalista (tropas do Império), os soldados protestantes de origem alemã tiham a assistência religiosa provida por capelães dos quadros de pastores regulares de confissão luterana:

"Em 1828, no Rio Grande, organiza-se a igreja de Campo Bom, pastoreada pelo Rev. F. C. Klingelhöffer, que em 1838, como capelão do exército legalista, morria num combate perto de Triunfo, a famosa Guerra dos Farrapos. A igreja de Campo Bom foi o primeiro templo Luterano do Brasil, em 1830".

As atividades de capelania podem ser variadas, conforme seja a capelania: prisional, hospitalar, escolar ou militar.

No caso de capelania militar, temos, inicialmente, a exemplo do Exército Brasileiro, que as normas que regulam a programação e execução das atividades do capelão militar são aprovadas pelo Chefe do Departamento Geral do Pessoal (DGP), conforme a portaria 441, do Comandante do Exército (06/09/2001), com base no item 3) do artigo 2° do Regulamento do DGP (R156,aprovado pelo Decreto 78.724, de 12/11/1976).

Por tais normas, o Serviço de Assistência Religiosa nas capelanias militares do Exército Brasileiro (SAREx) provê assistência religiosa e formação moral no âmbito do Exército Brasileiro de modo padronizado, para proporcionar "maior eficácia à sua missão de evangelizar e de formar as consciências dos profissionais das Armas e seus familiares". As normas também abrangem os dois campos de ação dos capelães militares, isto é, o interior das Organizações Militares (OM) e as Vilas Militares, orientando suas ações pelo respeito à liberdade religiosa.

As atividades do SAREx pretendem atender às necessidades espirituais e morais dos militares e civis em serviço nas OM, juntamente com as de seus respectivos familiares e dependentes.

Ao descrever as finalidades do Sarex, as normas prevêem, em seu capítulo I, parágrafo 3º, que "o capelão militar evangélico do Comando Militar de Área ficará responsável por assessorar os capelães nas questões de organizações atinentes a este segmento religioso e pelo atendimento aos militares evangélicos de todas as OM na área daquele Grande Comando.

O artigo 2° deste capítulo diz que "na programação e execução... deverão transparecer o espírito, a iniciativa, a atitude e o comportamento de respeito à liberdade de expressão da fé individual". Este artigo enfatiza o valor do "autêntico ecumenismo que redundará em maior harmonia e coesão na vivência da vocação militar".

Mas é no artigo 3° do capítulo II, que se tem a descrição das atribuições do capelão: a assistência religiosa e moral em sua capelania, cabendo ao capelão militar a decisão sobre as atividades dos segmentos religiosos no âmbito de sua capelania, desde que aprovadas pelo comandante da OM.

A legislação nacional para o exercício da capelania militar parte da Constituição Federal de 1988. O artigo 5º, inciso VII, diz que "é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva". E a lei 6.923 (29/06/81), que foi alterada pela lei 7.672 (23/09/88), é que organizou o Serviço de Assistência Religiosa nas Forças Armadas (Sarfa).

Essa legislação determina que "o Serviço de Assistência Religiosa (SAR) tem por finalidade prestar assistência religiosa e espiritual aos militares, aos civis das organizações militares e às suas famílias, bem como atender a encargos relacionados com as atividades de educação moral realizadas nas Forças Armadas". Os capelães militares que compõem o SAR serão "selecionados entre sacerdotes, ministros religiosos ou pastores, pertencentes a qualquer religião que não atente contra a disciplina, a moral e as leis em vigor". No âmbito de cada força singular (Exército, Marinha e Aeronutica) o quadro de capelães "atenderá a uma proporcionalidade entre os capelães das diversas regiões e as religiões professadas na respectiva força".

O edital de seleção ao Quadro de Capelães Militares (ESAEx) de 2011, publicado pelo Exército em 2010, prevê as condições físicas para candidatos de ambos os sexos, reconhecendo que o ingresso de homens e mulheres não pode sofrer restrições por razão de gênero. A seleção prevê formação mínima comprovada, prova de suficiência teológica e prática pastoral, além de teste físico e exame médico. Nos Estados da União, as Forças Auxiliares (Polícia Militar e Corpo de Bombeiros) seguem basicamente os mesmos procedimentos, adaptando a seleção às suas necessidades específicas.

A formação requerida pela legislação que trata da matéria é fornecida pelas instituições de preparo teológico dos segmentos religiosos representados no processo seletivo. Cursos específicos para capelães são livres e não possuem reconhecimento oficial.

terça-feira, 29 de março de 2011

Fogueira santa

“Once in seven years I burn all my sermons; for it is a shame if I cannot write better sermons now than I did seven years ago.”

A cada sete anos, queimo todos os meus sermões; porque é uma vergonha eu não escrever sermões melhores do que os que escrevi há sete anos.

(João Wesley, em 1º de setembro de 1778)

segunda-feira, 21 de março de 2011

EUA: Caso de Obama com o islã irrita grupos cristãos de poder




Em 1952, o presidente dos Estados Unidos da América, Henry Truman, determinou que o país observasse um dia do ano como o “Dia Nacional de Oração”. Ainda se tinham vívidos na memória os horrores da Segunda Guerra Mundial e a fé representava um forte baluarte no ethos da nação.

Pouco mais de três décadas se passaram e, em 1988, o presidente Ronald Reagan, que pontificou com o Partido Republicano no cargo por dois mandatos, fixou a primeira quinta-feira de maio para que os EUA celebrassem o Dia Nacional de Oração. A força da economia, o conservadorismo religioso dos republicanos e a crise no bloco socialista liderado pelos soviéticos, antes da queda do muro de Berlim, em 1989, reforçavam a noção de que os EUA tinham uma vocação messiânica para salvar o mundo das deletérias ideologias da esquerda internacional.

Mais duas décadas e o então candidato democrata à presidência Barack Obama afirmou, em 2007, em uma declaração que rimava com a tentativa de apagar da Casa Branca os vestígios da impopularidade “pós 11 de setembro” de George W. Bush e seu Partido Republicano, que “os EUA não são mais uma nação cristã”.

A aproximação com não cristãos, particularmente com o crescente contingente muçulmano no país é um fato não desprezível na corrida eleitoral. Mais ainda somando-se com a tendência secularizante nas comunicações, no judiciário e na administração pública. Faz sentido ser este o segundo ano em que Obama cancela o tradicional encontro de oração convocado para o monumento do Capitólio, na capital do país, Washington. Em 2010, Barack Obama justificou a medida dizendo que o evento poderia ofender a consciência de alguém.

Barbara Crabb, juíza da capital estadunidense, atendeu, também em 2010, ao pedido de uma associação de ateístas, declarando inconstitucional o Dia Nacional de Oração, por entender que se trata de uma cerimônia religiosa particular. Curiosamente, em 25 de setembro de 2009, o presidente Obama participou do Dia Nacional de Oração pela Religião Muçulmana, que reuniu cerca de 50 mil islamitas no mesmo Capitólio em que foram barrados adeptos de grupos religiosos de matriz judaico-cristã.

É comum acontecerem decisões judiciais desse tipo, com imediatas apelações, que eventualmente as revertem. Mas o que chama a atenção é que parece haver uma tendência a contestarem-se, na esfera pública, expressões de determinada religião considerada politicamente incorreta.

A rigor, tudo pode não passar de resistência liberal aos conservadores instalados em grupos de poder que atuam na política dos EUA, entre eles a Força-Tarefa do Dia Nacional de Oração, cujos valores têm forte conotação bíblica: amor a Deus, respeito a todos sem preconceito de raça, da condição sócio-econômica e de crença, e sabedoria no emprego de recursos e reservas.

A Força-Tarefa se intitula uma “expressão judaico-cristã de amplitude nacional, baseada na compreensão de que o país nasceu em oração e reverência ao Deus da Bíblia” e se dedica a “mobilizar os EUA à oração e ao arrependimento pessoal e retidão na cultura” com vistas à oração, aos desafios sócio-políticos da atualidade”, particularmente os “sete centros de poder: Governo, Atividades militares, Imprensa, Negócios, Educação, Igreja e família e Ampliação da unidade da Igreja Cristã”.

Em mensagens que circulam na internet, esses organismos da sociedade da nação norte-americana se ressentem de uma postura dos setores temporais segundo a qual “não importa se os cristãos são ofendidos pelo evento pró-islamismo, já que os cristãos não contam mais como ‘alguém’”. Para eles, o país permite que se instale o medo no coração dos cristãos, uma vez que os ativistas muçulmanos entendem que, se não é possível converter os cristãos à fé islâmica, devem ser aniquilados.

Foto: http://ivarfjeld.files.wordpress.com/2010/06/090408-obama-muslims-vmed-3p-widec.jpg

terça-feira, 1 de março de 2011

Marta ex-Suplicy traz de volta a "Lei da Homofobia"

No dia 13/01, escrevi: "Espero que esse encerramento (do PLC 122, derrotado por decurso de prazo em 2010) seja final, para que nenhum abusado ingresse com pedido de desarquivamento com 1/3 de aprovação do Senado até fevereiro (parágr. 1º, do Art. 332 RI/SF). Acho difícil de crer que os defensores GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis) deixassem ficar assim. Mas confio em Deus que ainda existam os que "não dobraram os seus joelhos a Baal". Por isso, oremos e agradeçamos. A vigilância deve ser permanente."
Pois é...
No dia 08/02, último, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) desarquivou o PLC 122/2006, projeto de lei conhecido como a "Lei da Homofobia".

Aula de comunicação

UM MODELO DE COMUNICAÇÃO
(Texto extraído do livro "O processo de Comunicação", de David K. Berlo)



Toda comunicação humana tem uma fonte: uma pessoa ou um grupo de pessoas com um objetivo. Estabelecida uma origem, com idéias, necessidades, intenções, informações e um objetivo a comunicar, torna-se necessário o segundo elemento. O objetivo da fonte tem de ser expresso em forma de mensagem. Na comunicação humana, a mensagem é traduzida num código, num conjunto sistemático de símbolos.

Os objetivos da fonte são traduzidos num código através do terceiro elemento, o codificador, responsável por pegar as idéias da fonte e pô-las num código, exprimindo o objetivo da fonte em forma de mensagem. Na comunicação de pessoa para pessoa, a função codificadora é executada pelas habilidades motoras da fonte, seu mecanismo vocal (que produz a palavra oral , gritos, notas musicais, etc.), o sistema muscular da mão (que produz a palavra escrita, desenhos etc.), os sistemas musculares de outras partes do corpo (que produzem os gestos da face e dos braços, a postura, etc.)

Quando falamos sobre situações de comunicação mais complexa, é comum separarmos a fonte do codificador. Por exemplo, podemos considerar um gerente de vendas como fonte e os vendedores como codificadores, pessoas que produzem mensagens para o consumidor, traduzindo as intenções ou objetivos do gerente.

O quarto elemento é o canal. O canal é o intermediário, o condutor de mensagens. A escolha dos canais é muitas vezes fator importante para a eficácia da comunicação.

O quinto elemento é o recebedor, o alvo da comunicação, Se falamos, alguém deve ouvir, quando escrevemos, alguém deve ler. Para haver comunicação, deve haver alguém na outra ponta do canal.

As fontes e os recebedores de comu¬nicação devem ser sistemas similares. Senão será impossível a comunicação.

Temos agora todos os elementos da comunicação, exceto um. Assim como a fonte precisa do condificador para traduzir seus objetivos em forma de mensagens, para expressar seu objetivo num código, o receptor precisa do decodificador para decifrar a mensagem e pô-la em forma que possa usar. Na comunicação de pessoa para pessoa, o decodificador pode ser considerado como os sentidos.

São estes, pois, os elementos que incluímos no estudos de um modelo do processo de comunicação:

1) A Fonte da comunicação ou Emissor
2) O Codificador
3) A Mensagem
4) O Canal
5) O Decodificador
6) O Recebedor da comunicação

- Parte do modelo
Definições precisas dos elementos que seriam, não sei, tão úteis quanto exemplo relatados acima.

Tomemos uma situação comum de comunicação: duas pessoas conversando. Suponhamos que seja a manhã de sexta-feira. Encontramos José e Maria no café local. Há um piquenique marcado para domingo à tarde. De repente, José sente que Maria é a pequena que deve levar ao piquenique. Resolve convidá-la José está, pois, pronto para agir como fonte de comunicação, tem o objetivo: fazer com que Maria concorde em acompanhá-lo no domingo.

José precisa criar uma mensagem. Seu sistema nervoso central ordena ao seu mecanismo vocal, servindo como codificador, produz esta mensagem: "Maria, quer ir comigo ao piquenique, domingo?"

A mensagem é transmitida por ondas sonoras, através do ar, para que Maria a receba. É este o canal. O mecanismo auditivo de Maria é o decodificador. Ela ouve a mensagem de José, decodifica-a em impulso nervoso e a remete ao sistema nervoso central, que responde à mensagem. Ela decide que já é tarde para um convite para o domingo. Maria pretende recusar o convite e envia ordem ao seu mecanismo vocal. Surge então a mensagem: "Obrigada, José mas não posso". Ou algo mais delicado.

Evidentemente, é um tratamento elementar, e simplificadíssimo da natureza do processo de comunicação, mas que inclui, pelo menos superficialmente, todos os seis elementos apresentados.

O modelo é igualmente útil na descrição do comportamento de comunicação de uma organização complexa. Numa situação assim, as funções codificadora e decodificadora são muitas vezes separáveis das funções emissora e receptora. Da mesma forma, certas pessoas da organização desempenham papéis tanto de fonte como de recebedor.

Os elementos discutidos são essenciais à comunicação. Quer tratemos a comunicação em termos de uma pessoa, duas pessoas ou de uma rede institucional, as funções rotuladas como fonte, codificador e recebedor têm de ser desempenhadas. As mensagens estão sempre presentes e devem existir em algum canal. A maneira pela qual elas se reúnem, em que ordem e com que espécies de inter-relações, depende da situação, da natureza do processo específico em estudo e da dinâmica criada.

Sugestão!
Procure aplicar os diversos elementos do processo de comunicação através de exemplo reais de sua atividade profissional. Mostre também exemplos em que as pessoas desempenham funções diferentes na comunicação.

- Comunicação










A Comunicação Verbal e não-verbal
(fonte: http://www.salves.com.br/virtua/comverbn-verb.html)


A Comunicação é entendida como a transmissão de estímulos e respostas provocadas, através de um sistema completa ou parcialmente compartilhado. É todo o processo de transmissão e de troca de mensagens entre seres humanos.

Esquema da Comunicação de R. Jakobson:
Contexto
Emissor Mensagem Receptor
Contacto
Código

Para se estabelecer comunicação, tem de ocorrer um conjunto de elementos constituídos por: um emissor (ou destinador), que produz e emite uma determinada mensagem, dirigida a um receptor (ou destinatário). Mas para que a comunicação se processe efetivamente entre estes dois elementos, deve a mensagem ser realmente recebida e descodificada pelo receptor, por isso é necessário que ambos estejam dentro do mesmo contexto (devem ambos conhecer os referentes situacionais), devem utilizar um mesmo código (conjunto estruturado de signos) e estabelecerem um efetivo contacto através de um canal de comunicação. Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar, ocorre uma situação de ruído na comunicação, entendido como todo o fenômeno que perturba de alguma forma a transmissão da mensagem e a sua perfeita recepção ou descodificação por parte do receptor.

Elementos da Comunicação:

- Codificar: transformar, num código conhecido, a intenção da comunicação ou elaborar um sistema de signos;

- Descodificar: decifrar a mensagem, operação que depende do repertório (conjunto estruturado de informação) de cada pessoa;

- Feedback: corresponde à informação que o emissor consegue obter e pela qual sabe se a sua mensagem foi captada pelo receptor.

LINGUAGEM VERBAL: as dificuldades de comunicação ocorrem quando as palavras têm graus distintos de abstração e variedade de sentido. O significado das palavras não está nelas mesmas, mas nas pessoas (no repertório de cada um e que lhe permite decifrar e interpretar as palavras);

LINGUAGEM NÃO-VERBAL: as pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, a entoação são também importantes: são os elementos não verbais da comunicação.

Os significados de determinados gestos e comportamentos variam muito de uma cultura para outra e de época para época.

A comunicação verbal é plenamente voluntária; o comportamento não-verbal pode ser uma reação involuntária ou um ato comunicativo propositado.

Alguns psicólogos afirmam que os sinais não-verbais têm as funções específicas de regular e encadear as interações sociais e de expressar emoções e atitudes interpessoais.

a) expressão facial: não é fácil avaliar as emoções de alguém apenas a partir da sua expressão fisionômica. Por vezes os rostos transmitem espontaneamente os sentimentos, mas muitas pessoas tentam inibir a expressão emocional.

b) movimento dos olhos: desempenha um papel muito importante na comunicação. Um olhar fixo pode ser entendido como prova de interesse, mas noutro contesto pode significar ameaça, provocação.

Desviar os olhos quando o emissor fala é uma atitude que tanto pode transmitir a ideia de submissão como a de desinteresse.

c) movimentos da cabeça: tendem a reforçar e sincronizar a emissão de mensagens.

d) postura e movimentos do corpo: os movimentos corporais podem fornecer pistas mais seguras do que a expressão facial para se detectar determinados estados emocionais. Por ex.: inferiores hierárquicos adotam posturas atenciosas e mais rígidas do que os seus superiores, que tendem a mostrar-se descontraídos.

e) comportamentos não-verbais da voz: a entoação (qualidade, velocidade e ritmo da voz) revela-se importante no processo de comunicação. Uma voz calma geralmente transmite mensagens mais claras do que uma voz agitada.

f) a aparência: a aparência de uma pessoa reflete normalmente o tipo de imagem que ela gostaria de passar. Através do vestuário, penteado, maquiagem, apetrechos pessoais, postura, gestos, modo de falar, etc, as pessoas criam uma projeção de como são e de como gostariam de ser tratadas. As relações interpessoais serão menos tensas se a pessoa fornecer aos outros a sua projeção particular e se os outros respeitarem essa projeção.