quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Serra, desculpa! Valeu?

Vão dizer que é para tirar vantagem da imagem de "coitadinho". Não importa. Hoje, em minha cidade natal, o candidato oposicionista José Serra (PSDB) foi agredido enquanto fazia corpo a corpo eleitoral. Ainda não sei - e nem quero saber - quem o agrediu, só sei que foi no Rio de Janeiro.

Por isso, eu, carioca, quero pedir desculpas ao senhor José Serra. Não votei nele, nem lhe tenho simpatias, mas em meu próprio nome e em nome de milhões de cidadãos desta terra luminosa que, pela Providência, é lugar de tantas histórias gloriosas e outras nem tanto, mas que é, queiram ou não, nevrálgica na vida brasileira, é que eu me desculpo pelo acontecido nesta quarta-feira.

É preciso que se diga ainda que a maioria dos cariocas, gente de bem, ordeira e civilizada, não pactua com a barbárie e que, apesar do ocorrido, qualquer pessoa pode vir à nossa cidade, que não obstante seus variados problemas e mazelas, ainda é no coração de toda gente a Cidade Maravilhosa.

É verdade que ainda lutamos contra excrecências sociais que brotam qual ervas daninhas de distorções sociais, políticas e econômicas. Esta é uma terra de contradições, de virtudes abortadas e pecados à flor da pele, caótica e anárquica. Mas é também uma terra de generosidades, de bons vizinhos, de gente solidária e que faz graça de suas misérias e vai vivendo apesar dos tombos que leva amiúde. É um lugar onde a bandidagem é capaz até de esquecer que é bandida quando
alguém diz "- Oh! Glória!". Que me perdoem bairristas de outros lugares, aqui é o melhor lugar do mundo. Na capital da cordialidade, sua gente é gentil. Olhem nas ruas e confiram que "ela é carioca, ela é carioca, basta o jeitinho dela andar..."

Nossas famílias querem inclusão; não queremos ser tratados como suspeitos do tráfico nem da violência. Nossa gente precisa é de justiça, de educação, de saúde. E da maior de todas as políticas públicas: a gentileza.

No Rio, seja Dilma ou Serra, direita, centro ou esquerda, os cariocas querem paz, amor, ordem e progresso.