sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

JVSTA VRBE, HONORABILES SERVITORES

Acabo de chegar de uma homenagem a diversos policiais militares. Foi no 6º Batalhão de Polícia Militar, composto de 526 integrantes. O batalhão é responsável pelo policiamento da Tijuca e arredores. Seu comandante, tenente-coronel Marcio Rocha, recebeu e acompanhou os convidados à solenidade. Fui representar o Seminário Teológico Betel e entreguei diplomas de homenagem a seis PMs.

Os homens e mulheres da PM que foram homenageados pelo comandante protagonizaram diversas ações em que conseguiram cumprir sua missão com eficácia. E, como destacou o tenente-coronel Rocha, o que prevaleceu foi o policiamento preventivo em vez da violência. Na Grande Tijuca, integrada e tendo a criminalidade sob controle após vários focos conflagrados serem recuperados do tráfico de entorpecentes, os membros dessa guarnição participam de um policiamento focalizado no cidadão, pelo qual o bandido é definido como exceção à normalidade. O comandante festeja o fato de a guarnição já estar aberta e acessível à sociedade. A comunidade celebra o tempo de uma sociedade mais justa e dotada de policiais qualificados e cumpridores de seu papel.

Juntamente com autoridades civis e militares, representantes da sociedade organizada prestigiaram a entrega de diplomas aos profissionais que se destacaram no trimestre de outubro de 2011 a janeiro de 2012, no socorro à população, prisão de criminosos, recuperação do patrimônio de populares e consolidação do ambiente de paz social na cidade, particularmente na Grande Tijuca. Além dos diplomas, os policiais foram fotografados e aplaudidos. Palmas também para a recusa de propina e a prisão de corruptores. Ao fim da solenidade, foi servido um almoço de congraçamento.

Durante a cerimônia, foi observado o luto oficial em razão das mortes no desabamento de três edifícios no Centro da cidade. Por isso, mesmo com a presença de músicos da Banda Marcial da PMERJ, não foram executados o Hino Nacional e a Canção do Policial.

Felicidades aos PMs que fazem corretamente o seu trabalho. Para lá das formalidades, que Deus os acompanhe em suas atividades e ajude a alcançar os melhores desejos de seus corações.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

João Wesley foi maçom?

Bispo Paulo Ayres Mattos responde a insinuações de que João Wesley teria sido maçom.



Uma mensagem a todos os membros de Brasil Metodista

Meu irmão Zé do Egito,
Paz!
Obrigado pela honra de me fazer referência nesta discussão sobre a maçonaria. Em primeiro lugar, deixe-me externar publicamente pela primeira vez minha opinião sobre este assunto: não fui, não sou e nunca serei maçom! Nunca tive qualquer contato público ou particular com a maçonaria. Fui criado num lar influenciado pelo movimento de santidade divulgado no Brasil na década de 1930 por George Ridout (portanto averso à maçonaria) e que também tinha grande apreço pelo Rev. Eduardo Carlos Pereira, um dos fundadores da Igreja Presbiteriana Independente em seu rompimento com a maçonaria. Por onde passei como pastor nunca fui abordado por maçom para fazer-me um deles; creio que sabiam da minha aversão à maçonaria. Alguns amigos me disseram que a razão pela qual os maçons não se aproximavam de mim é porque eu era esquerdista e lutava contra a ditadura militar, menos mal (ainda que minhas idéias socialistas me valeram alguns problemas com o DOPS e o aparato de repressão da ditadura, dentro e fora da Igreja). Sempre tive muito mais trabalho pastoral do que podia fazer para ter tempo de me fazer membro de tal sociedade. Por onde passei como bispo sempre entendi que os metodistas sob minha supervisão episcopal, pastores e leigos, tinham tanto trabalho para realizar na obra da Igreja que não lhes restava tempo para outras associações como a maçonaria e, por isso, quem era maçom acabou deixando de lado a maçonaria e ficou dormindo, como dizem os maçons. Nunca os persegui e também nunca pedi para que fizessem rituais rompendo com a maçonaria porque não acredito neste tipo de ritualismo segundo os rituais prescritos pela confissão positiva porque entendo que as coisas que passam pelos lábios nem sempre passam pelo coração e na verdade frequentemente não têm valor algum. Portanto, ainda que reconheça que historicamente a implantação do protestantismo no Brasil recebeu forte apoio da maçonaria e que muitos dos grandes vultos evangélicos no Brasil, missionários e nacionais, foram maçons, e isto não há como se negar, creio que hoje um bom metodista não tem razão e nem tempo para se envolver com a maçonaria.
Agora sobre a relação de Wesley com a maçonaria: no Journal e no Diaries de Wesley não foram encontradas quaisquer entradas que possam ainda que de longe insinuar qualquer iniciação do nosso pai espiritual na Maçonaria. Nem na literatura sobre a vida e obra de Wesley. Muito pelo contrário. Num site pertencente a uma loja maçônica no Canadá a gente encontra a seguinte informação:
“John Wesley (June 17, 1703 - March 2, 1791) Anglican clergyman and founder, with his brother Charles, of the Methodist movement. Contrary to some reports, he was not a freemason. There was a John Wesley made a Master Mason in Union Lodge of St. Patrick No 367, Downpatrick, Ireland on October 13, 1788. It is true that the Rev. John Wesley visited Downpatrick on June 11-5, 1778, returning on June 10, 1785, June 12, 1787, and June 10,1789. But the Rev. John Wesley’s diaries record that he was in Wallingford, near London, on October 13,1788.” [http://freemasonry.bcy.ca/biography/wesley_j/wesley_j.html]. [Já mencionada pelo Rev. Francisco Neto num comentário postado anteriormente sobre este assunto].
Outra importante fonte maçônica que se encarrega de deixar claro o fato de que Wesley nunca se tornou membro daquela sociedade é a Encyclopedia of Freemasonry, que no seu segundo volume, na entrada correspondente a John Wesley, p. 1.101, afirma:
“WESLEY, REVEREND JOHN: On many occasions the claim has been made that John Wesley, born June 17, 1703, died March 2, 1791, founder of Methodism, was a member of a Lodge at Downpatrick, Ireland. These assertions were carefully examined by Brother W. J. Chetwode Crawley in volume xv, 1902, Transactions of Quatuor Coronati Lodge, and his opinion is as follows: ‘Reviewing the circumstances of the supposed initiation of the Reverend John Wesley in the Lodge at Downpatrick, we are driven to the conclusion that the idea is altogether illusory, and based on a palpable confusion of identity. Equally convincing is the truth that the veritable John Wesley had not been admitted to the Craft at any time previous to his visit to Ballymena, in June, 1773, and that, up to the seventieth year of his age, he entertained but a dubious opinion of Freemasonry and its secrets. This last consideration compels us to the further inference that he did not join the Craft at any subsequent period of his life. Otherwise, the surprising change of opinion involved would not fail to have been chronicled in his copious and accurate journals and diaries.’ (see also Wesley’s Journal, authorized edition, volume III, page 500).” [http://encyclopediaoffreemasonry.com/w/wesley-reverend-john/]
Diante destas afirmações (que preferi deixá-las no original para não me trair na tradução, pois, como dizem os italianos, "tradutor, traidor"), creio que, honestamente, não há qualquer evidência histórica sobre a pertença de Wesley a maçonaria. Portanto, qualquer afirmação diferente é mera especulação de quem não tem coisa séria para fazer.

Fonte: Brasil Metodista

domingo, 22 de janeiro de 2012

Ó Deus, misericórdia

Não há orgulho espiritual que mantenha os cristãos na condição de autênticos cristãos por mais que uma geração. Obviamente, refiro-me a um cristianismo centrado na Bíblia e que se propõe a continuar a existência da Igreja cristã sem querer reinventá-la.

O ângulo pelo qual observo é, provavelmente, o mesmo pelo qual o fez João Wesley, no século XVIII: " I am not afraid that the people called Methodists should ever cease to exist either in Europe or America. But I am afraid lest they should only exist as a dead sect, having the form of religion without the power. And this undoubtedly will be the case unless they hold fast both the doctrine, spirit, and discipline with which they first set out." ("Não tenho medo de que os assim chamados metodistas deixem de existir, seja na Europa ou na América. Mas temo que eles existam apenas como uma seita morta, tendo a forma de religião sem o poder. Este sem dúvida será o caso a menos que conservem firmemente a doutrina, o espírito e a disciplina com os quais começaram.").

Por isso, que Deus tenha misericórdia de todos nós.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Favelas em Petrópolis ameaçam o idealismo romântico


Meu romantismo incurável fica arrevesado toda vez que vou a Petrópolis. O clima, o verde das matas e dos jardins salpicados de hortênsias, os nobres casarões do passado, enfim, coisas que inevitavelmente atuam em meu consciente e no subconsciente também. Com a esposa na Cidade Imperial, a inspiração vem à tona, mas, entre um apfelstrudel com café na Rua do Imperador e uma passada em frente à catedral de São Pedro de Alcântara, vemos, até sem querer, a quantas anda o estado de saúde econômica dessa jóia serrana.

Se, por um lado, o turismo petropolitano aparentemente não avançou muito, também não regrediu. Poderia ser melhor, mas faltam-me aqui dados mais concretos. Apesar disto, a imprensa do lugar aponta para seqüelas das chuvas de janeiro de 2011: caiu o número de visitantes no Museu Imperial, a antiga residência de verão da família de Pedro II. Perdem a economia, a cultura e o povo em geral. Mesmo a visão de uma capivara que passeia livremente às margens do rio Piabanha não será suficiente para incrementar, no sinuoso Centro do município, o turismo ecológico que lhe faria tão bem.

E andando pelo traçado histórico da cidade, não resistimos a comprar, na banca mesmo, como outrora se fazia, o periódico fresquinho com sotaque da serra. Desprovido de acesso à internet no quase isolamento das matas do Sertão do Carangola, leio na primeira página do jornal Tribuna de Petrópolis (27/12/2011) a manchete que preocupa: “Favelas da cidade cresceram 3.000%”. A matéria, explorada na página 3, mostra que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados do Censo 2010, com os números da favelização no município.




A população que mora em favelas cresceu assustadoramente desde o censo feito em 2000, quando existia apenas uma favela e esta com 110 domicílios precários e 820 pessoas residentes. Pelo estudo, em 2010, eram 25.117 habitantes vivendo em 15 favelas. Um aumento de 2.963%. A matéria informa que, atualmente, nas favelas de Petrópolis, o que mais preocupa população e autoridades não é a violência e sim a falta de infra-estrutura e riscos oriundos de desastres naturais.

É visível, nas médias cidades da Serra fluminense, o processo de favelização das periferias e encostas. Um dos resultados que mais aparece para a população em geral é a crônica situação de risco dos moradores dessas áreas. Sobretudo com enchentes e deslizamentos. Mas não é só isso. O estado precário do saneamento, da coleta de lixo, dos transportes públicos e da saúde deixa muito a desejar. E quem precisa dessas coisas – quase todos – tem de se sujeitar, às vezes, a humilhações, como longas filas em postos de saúde, insalubridade em bairros antes bucólicos e o desgaste para ir e vir.

Como ter um turismo de qualidade, em condições de competir com países onde esta atividade tem melhor suporte e é oferecida com mais qualidade de infra-estrutura e de mão-de-obra, com mais planejamento e organização?

Mas é possível melhorar e os trabalhadores serranos são capazes e têm vontade de aperfeiçoar o que fazem de melhor: receber visitantes. Já é visível a melhora da qualidade da água do rio Piabanha, principal curso d’água da cidade. Tomara que aconteça o mesmo em outros rios. E há outros avanços.

Além da profissionalização de funcionários para o turismo e o surgimento de empresas dedicadas ao setor, palmas, por exemplo, para a correta decisão de, em cada produto do município, haver no rótulo a coroa imperial como emblema, projetando para além da cidade a manufatura local com a informação "Produto de Petrópolis". Outra medida valiosa a ser aprimorada é o estímulo à qualificação de jovens e reciclagem de idosos para os setores turístico e de confecções, atividade em que Petrópolis e outras cidades serranas se destacam virtualmente. Há ainda o setor da pesquisa e da preservação ecológica, que pode alavancar profissionais de alta qualificação e valorizados no mercado internacional.

Como todo romântico, espero que em minha próxima ida à Serra haja mais verde e menos favelas e que a boa qualidade de vida deixe as pessoas mais felizes.

Fotos: catedral - pt.wikipedia.org / favela - folhapopular.net.br

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O que é isso na TV?

Luciano P. Vergara

Liguem as luzes dos giroflexes! Ponham as patrulinhas na rua! A malta do reality show deita e rola na baixeza. Aquela gentalha escalada para o entretenimento que vai transformando a programação televisiva em uma sucessão de vilezas cada vez mais nojentas, agora, protagoniza um caso policial na tela da TV.

Passando pela banca de jornais, vejo um que traz na primeira página: "Deu ruim no BBB. Pode ter havido estupro em reality show".

Asco! Essa polêmica serve apenas para aquecer a morbidez de uma multidão de cabeças-ocas em torno de um inútil formato de programa, que emissoras como a Globo e a Record têm tido a desfaçatez de empurrar goela abaixo de milhões de telespectadores.

É lamentável, mas apesar do mau gosto beirar a falsidade ideológica, o atentado ao pudor, o assassinato cultural e, agora, uma suspeita de estupro, a Justiça não tem um de seus representantes que proponha sequer uma reunião com os magnatas da TV para pedir a elevação do nível. Difícil crer que, com a conjunção carnal não consentida sob o edredom diante da câmera, a justiça vá levantar-se para fazer alguma coisa a respeito.

Para mim, isto é a indisposição geral para vencer a letargia do estado moral pecaminoso de grandes e pequenos que não encontra ressonância na consciência nacional. Não adianta as massas desaprovarem hipocritamente, abanarem a cabeça, se os olhos buscam com sofreguidão impudica imagens que só fazem reforçar o sucesso maligno desse tipo de entretenimento.

Os cretinos que saciam sua mórbida curiosidade nas cenas insólitas que a TV expõe sem escrúpulos ainda vão acusar os protagonistas do suposto estupro televisado. De certo, irão chamar as "despersonalidades" do Plim-Plim de indecentes, vulgares, desclassificados. Quanta indignação, não é mesmo?

Mas a cereja esperada desse bolo será ouvir de produtores que é intocável a liberdade de expressão. Os falsos profetas da cultura de massa usam sistematicamente essa desculpa, a mais deslavada das conversas-moles, para seguirem vomitando lixo dentro dos lares inertes. Crime? Marketing? Com certeza, uma agressão ao recesso de nossos domicílios.

Um jornal carioca refere uma jovem "trêbada", informando o vexame sofrido sob o edredom, por baixo do qual um gaiato, com ou sem ela deixar, aplica-lhe um insolente vai-e-vem. A jovem em questão diz que, embriagada como se achava, não sabe se fez ou deixou de fazer. Sua família se encoleriza de indignação pelo modo como o atrevido se aproveitou de sua meiga inocência.

Aliás, outras famílias dizem-se "chocadas" com o comportamento do malfeitor. Será, contudo, que estão dispostos a abandonar o televisor ou estariam, em verdade, querendo ver mais detalhes do insólito intercurso? Que canalha!

Enquanto o "ibope" do mal estoura os cofres dessa corja e as coisas ficam como o diabo gosta, a decantada liberdade de expressão, fruto da luta por um direito inalienável, acaba sendo desculpa para o entulhamento espiritual da gente brasileira. Situação deplorável, que requer atitude mais extremada: o boicote a essa programação de mau gosto.

Sem telespectadores dispostos a assistir à enxurrada de mediocridades que desfila solertemente no ecrã colorido, acaba-se o patrocínio. Sem verba, adeus BBB!

domingo, 15 de janeiro de 2012

Igreja ensinadora

As despedidas dos pastores da Igreja Metodista de Vila Isabel, Ronan, Adilson e Luciano, bem como as homenagens, não param. Gestos de mútuo apreço são expressados com muita riqueza.

De minha perspectiva, a Igreja de Vila Isabel é um espaço pródigo em lições. Não é perfeita, pois seria impossível aprender apenas com a perfeição. Verificamos que a imperfeição é essencial ao crescimento, à busca da maturidade. Mesmo imperfeita é enriquecedora. Sobretudo quando a diversidade atua de modo tão estimulante e abre-nos perspectivas tão variadas e iluminadoras.

Por isso, sou imensamente grato a Deus e a essa comunidade eclesial, que tem sido uma escola inestimável ao longo de nove anos de pastorado.