Uma olhada de relance em um prospecto em inglês e a sigla Feic lembrou-me o vocábulo fake, que pode ser traduzido por algo falso, uma imitação etc. No entanto, falando sobre a organização retratada no prospecto, chega-se à conclusão de que a novidade, que iniciou atividades em 2004, pode ser uma das mais novas e eficazes maneiras de driblar a tendência geral de esvaziamento dos templos protestantes do Velho Mundo.
Um pastor pentecostal brasileiro que regressou da Europa recentemente relatou a empolgação que tem dominado as comunidades de imigrantes naquele continente e que, até bem pouco tempo, tinham a perspectiva de se reunir para cultuar apenas em pequenos grupos marginais. A organização, cuja sigla em inglês é Fellowship of European International Churches (Fraternidade de Igrejas Européias Internacionais), afirma que seus propósitos são: plantar novas igrejas, levar igrejas existentes ao desenvolvimento estratégico e ser parceira de igrejas nacionais na realização do ministério internacional. Sua principal aliada é a organização pentecostal Missões Mundiais das Assembléias de Deus (AGWM).
– “As igrejas estão cheias, com gente que veio de várias partes do mundo: alguns encontros acontecem em galpões adaptados que concentram espaços para atividades de diversas culturas estrangeiras. São reuniões com cerca de 1.500 pessoas”, comemora o pastor.
A Feic tem parcerias também com o grupo Mosaix e a Fraternidade Européia Pentecostal (PEF, em inglês), patenteando a natureza carismática do movimento. Mas o que mais chama a atenção é que o propósito é agir ministerialmente em cenários alternativos do universo populacional da Europa e tratar os imigrantes como o seu virtual campo missionário, reconhecendo e agindo na Europa junto a uma mescla urbana e atingindo, por tabela, conexões em todas as partes do mundo. Assim, as igrejas que participam da Feic buscam a sustentabilidade dentro desse modelo de relacionamento, compartilhando alguns recursos específicos a seu respectivo ministério, compartilhando dicas de planejamento e ferramentas diversas para o aprimoramento de seu pessoal, a renovação estratégica e o desenvolvimento de lideranças.
Nos termos-chave usados pela Feic e suas parceiras descobre-se a intenção de criarem-se novas igrejas multi-étnicas, ter mais trabalho em rede (network) e desenvolver relacionamento entre pessoas que se vêem como pioneiros em uma nova terra. Quem integra o movimento se sente inspirado pelas oportunidades únicas de atender necessidades e enfrentar desafios nas comunidades internacionais em diversos países europeus e se orgulha de que suas congregações são um entrelaçado de culturas, raças, povos, línguas e tradições.