quarta-feira, 7 de março de 2012

Bom dia, Israel!

Boa leitura nos proporciona Israel Belo de Azevedo, em seu blog Prazer da Palavra. Confira a meditação de 07/03/2012:

VENCER É PERDER

"Acumular" é verbo que queremos conjugar em todas as áreas da vida.
"Perder" é verbo que nos deprime.
Por isto, todos os conceitos, até os mais sublimes e mais sagrados, se tornam reféns da ideia de vitória como acréscimo.
Até mesmo o conceito de graça, central na fé cristã, pode sofrer deste vício. Receber a graça se tornou receber "graças", vale dizer, coisas e mais coisas, numa espiral sucessiva. Não admitimos que a graça possa implicar em perda.
Quando Jesus disse que, para segui-lo, precisamos tomar a nossa cruz, estava nos mostrando a necessidade da renúncia. Renunciar é perder.
Renunciar é abrir mão do poder que temos. Porque podemos nos ter tornado autoritários.
Renunciar é abrir mão das coisas que possuímos. Porque podemos estar seguros com elas.
Renunciar é abrir mão das ideias que esposamos. Porque podemos estar errados.
A cruz de Jesus não tem poder, senão o poder da fraqueza.
A cruz de Jesus é um convite à liberdade, que vem pela renúncia.

Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo

Um soneto à confiança

Nunca fui imperador, nem há indícios de que num "pujillo" de terra descansarei "sem tardança". Mas a afinidade que tenho com o soneto "Terra do Brazil", de Pedro II, escrito durante seu exílio na Europa, vem de certas experiências amargas - que, claro, todos já tivemos - com alguém de quem não esperávamos receber senão respeito e consideração.

O soneto de Pedro II é cheio de saudades e nacionalismo melancólico, ressentimento explicável pela desfeita do expatriamento, após meio século de dedicação aos assuntos públicos, mas é a confissão final do soneto que cativa minha simpatia: "sereno, aguardarei... a justiça de Deus na voz da história". É uma profissão de fé na fidelidade divina que, a despeito de épocas e indivíduos, sempre fará a justiça triunfar.




TERRA DO BRAZIL

Espavorida agita-se a criança,
De nocturnos phantasmas com receio,
Mas se abrigo lhe dá materno seio,
Fecha os doridos olhos e descança.

Perdida é para mim toda a esperança
De volver ao Brasil; de lá me veio
Um pugillo de terra; e nesta creio,
Brando será meu somno sem tardança...

Qual o infante a dormir em peito amigo
Tristes sombras varrendo da memoria,
Oh doce Patria, sonharei contigo!

E, entre visões de paz, de luz, de gloria,
Sereno aguardei no meu jazigo
A justiça de Deus na voz da Historia!


D. Pedro D'Alcantara.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Comigo Deus está

Pode a vida dar voltas,
Nada temo do amanhã,
Cuidado qualquer que seja
Em Cristo espero e confio,
A vitória cedo viceja,
Desdenho todo arrepio,
Sorrio a cada manhã.

Se durmo sossegado,
É ‘que Ele me sustém.
Levanto confiante
E sigo meu caminho,
Cristo vai comigo avante,
E sob asas, em seu ninho,
Sou seu filho, sou alguém

Que querem homens me fazer?
Tropeçar? Temer? Cair?
De nada servem as artimanhas.
Se comigo Deus está,
Voraz goela, mesmo tamanha,
Engolir-me jamais fará,
D’armadilha Deus me faz sair.

Quero hoje celebrar
Dele a fidelidade.
Sem Ele, estava perdido.
Pela fé em Jesus encorajado,
Sigo em frente, atrevido.
E, com riscos a todo lado,
Canto a sua lealdade.


Rev. Luciano P. Vergara