segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Adeus, Ratzinger: "game's over!"

Adeus, Joseph Ratzinger! Soube chegar ao cargo, soube também sair. Muitos anseiam chegar aos píncaros da carreira. E o ex-secretário de João Paulo II percorreu esse caminho. Mas nem todos sabem a hora de deixar a posição. O controverso cardeal alemão, porém, que serviu nas fileiras das forças nazistas e foi acusado de omissão sobre casos de pedofilia em que se envolveram membros do clero, dá uma lição de racionalidade e agora quebra o paradigma de quase seis séculos em que pontífices definham na cátedra papal até dela saírem em um esquife. Ele preferiu sair andando, com as magras pernas de idoso, aos 85 anos, para assumir uma cadeira mais modesta. Da atual tendência de os próximos papas serem eleitos com prazo de validade mais curtos e em meio ao ocaso da relevância do cargo, Ratzinger é o primeiro concebido para as mudanças instantâneas e entendeu o presente. Hoje, com a história sendo escrita em rascunhos da virtualidade, para quê um papa pontificar por décadas? Pelo visto, Ratzinger tomou "Simancol" e enxergou a hora de dizer: - "Fui!".