sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Hino ao futuro

No canto do olho escorre uma lágrima quando a menina encontra, como nunca, o verdadeiro valor na frase do hino, muitas vezes cantado mas jamais sentido: "Em teu seio, ó liberdade, desafia o nosso peito a própria morte!". Mas pela primeira vez essa lágrima une alegria e orgulho.

Atenta, assiste às incursões da lei no caos da marginália e, embora soubesse que existiria em alguma parte, percebe que o lema "Ordem e Progresso" da bandeira auriverde finalmente se tornam realidade diante de si. Arrebenta enfim a esperança de uma vida melhor.

Vendo a trôpega fuga da corja meliante, é capaz de sentir orgulho de sua própria gente, que trajando chinelo e bermuda ou a camuflagem rajada dos uniformes guarnecidos por fuzis arrojados, a boina preta da tropa de elite ou o colete negro dos investigadores, é a mesma brava gente brasileira pondo em fuga os seus algozes.

Ao despontar a esperança, começa n'alma a convicção de sua própria identidade. Por isso, murmura celebrando o futuro de sua gente: "Verás que um filho teu não foge à luta".