quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Você lamenta a prisão desses jovens?

O jovem Caio, 23 anos, preso na Bahia e acusado de ter acendido o rojão que atingiu mortalmente o cinegrafista Santiago Andrade, pode ajudar a esclarecer as circunstâncias do crime. Ainda não ficou demonstrada a dinâmica do fato nem a responsabilidade de Caio no incidente. Lembremos da passagem bíblica: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer” (Eclesiastes 12.1). Ainda existe muita controvérsia sobre se seria esse jovem a mesma pessoa procurada pela Polícia fluminense, se estaria ele sendo bode expiatório em uma “armação” para satisfazer a opinião pública, com grupos defendendo-o por ele ser “negro” (sic), por ter ele, supostamente, agido politicamente em uma manifestação democrática, e outros apontando pressão e manipulação da imprensa, presumivelmente aliada das autoridades etc. Muito vozerio e pouca lucidez. Mas ele é, no momento, peça-chave, junto com outro jovem: Fábio, 22 anos, para a elucidação de um atentado que comoveu a opinião pública. Comprovada a participação desses jovens no episódio, resta-nos meditar sobre a justa ação de prender criminosos comuns, que atentaram contra um cidadão de bem em seu trabalho, ou a tragédia da perda da inocência e da juventude de dois rapazes na flor da idade, que poderiam se tornar exemplos para a sua geração e homens honrados perante a sociedade. Neste momento, lançados na masmorra da execração pública, eles parecem estar longe de toda redenção, com a reputação manchada indelevelmente por toda a vida. Quem irá apiedar-se deles? Quem irá falar-lhes de esperança e superação, de perdão e reconciliação, de liberdade e alegria? Quem acreditará que podem arrepender-se ou apostará que podem amadurecer? Mais do que esperar que se cumpra a desdita, segundo a sentença bíblica, é preciso lamentar, com seus pais e todos que os viram crescer, a crueldade e a vergonha do gesto e suas conseqüências, tanto quanto a dor e a humilhação de seu fim. É preciso lamentar que seu aprendizado leve-os por um corredor tão lúgubre que lhes roube a juventude e as promessas. Mas a esperança ainda não cessou.