sexta-feira, 24 de abril de 2009

Desafio de nosso tempo

Carta enviada ao Colégio Episcopal da Igreja Metodista a propósito das posições que autoridades de saúde têm adotado, visando estar apenas politicamente corretas, em vez de se pautarem por critérios técnica e moralmente acertados.

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Reverendíssimos Bispos,

Na quinta-feira, 23/04/09, o senador Magno Malta (PR-ES) ocupou a tribuna do Senado para falar de seu trabalho legislativo contra as drogas, alertar sobre os abusos cometidos por quadrilhas de pedófilos na Internet e denunciar o uso de um manual impresso pelo Sistema Único de Saúde (SUS), voltado ao público escolar – jovens, portanto.

O manual, antes de alertar e afastar, abusa de imagens que reforçam o hábito do consumo de drogas por meio de figuras que orientam quanto ao modo pelo qual se deve consumir a droga sem compartilhar objetos como seringas e cachimbos. Instrui também o manual do SUS quanto ao uso de preservativos, mostrando imagens que remetem aos cuidados a serem tomados por jovens que estão na homossexualidade, explicitando o coito homoerótico. Não é de admirar que assim seja, uma vez que o SUS tem aparecido no noticiário, geralmente por causa de péssimos serviços prestados à população, mas não se envergonha de priorizar operações gratuitas de mudança de sexo.

Vivemos tempos de estreita semelhança com o tempo de Acabe e Jezabel: muita popularidade dos profetas de Baal e leniência das elites com a morte e a opressão. Tais coisas estão a requerer a coragem de Elias, o compromisso de João Batista ou a prontidão de Saulo e Barnabé. Por mais compreensivos que sejamos quanto às transformações por que passa a sociedade, não dá para considerar razoável o patrocínio de tais coisas pelo Estado que sustentamos com os nossos impostos. As imprecações de Romanos 1.22-32 e Apocalipse 9.20-21 já se fazem sentir e, por isso, urge que desempenhemos o papel de Ezequiel, falando a uma casa rebelde que, ouça ou deixe de ouvir, saiba que no seu meio esteve um profeta (Ez 2.5).

Considero que tais assuntos já têm sido muito comentados pela sociedade como um todo e pelas igrejas em particular. E a Igreja Metodista já tem apontado para a negatividade dos valores que regem a presente geração. Entendo, porém, que o tamanho da pecaminosidade, agora agravada por discursos e políticas governamentais, usando o que se conhece como “redução de dano” (caso, entre outras, da distribuição de seringas a drogados, pelas autoridades de saúde, com o fito de evitar a expansão da AIDS), requer algo mais de todos nós: mais oração, mais pregação, mais publicações, mais cobrança nos gabinetes e nas praças, mais denúncia nos meios de comunicação.

Creio que os reverendíssimos se têm ajoelhado sobre esses desafios em oração e é por isso que compartilho com os amados essa inquietação. Já temos publicações balizadoras do Colégio Episcopal, mas seria ótimo ter uma carta dos bispos focalizando pontualmente os desafios e dando instruções para ações bem visíveis e sonoras, quiçá uma campanha nacional, com oração em praças públicas, camisetas e vinhetas em programas de rádio e TV, além das páginas da web. Aos temas acima se poderiam somar (talvez um tema por ano) a escravidão rural, a falta de consciência na ocupação do solo e uso da água, a permissividade e omissão das famílias quanto ao fumo e consumo de substâncias químicas (alcoolismo e drogadicção) etc.

Confiante na zelosa apreciação dos amados Bispos,

Rev. LUCIANO P. VERGARA – I.M. de Vila Isabel – Rio de Janeiro, RJ