quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ah, bom!

Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente, para quem defende o direito dele de se posicionar livremente sobre qualquer tema, agiu dentro da lei e, na verdade, não teria feito apologia ao uso de entorpecentes proibidos. Mas para quem esperava dele a ousadia de se confessar usuário e entusiasta, o ministro pode ter sido mais "careta" do que o usual. Para ambos os grupos, Minc desmentiu, dia 16/06, a posição que muitos pensam ser a dele.

Convidado à Câmara dos Deputados, para esclarecer, diante de parlamentares da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, sua participação em um evento, no Rio, que pedia a descriminalização do uso da maconha, o ministro saiu-se bem. Fez com maestria o uso da semântica. Minc desmentiu que seja a favor do uso do entorpecente e de qualquer outra droga ilegal e acrescentou que a substância não é "criminosa", e sim, ilegal. A despeito do que queriam dizer os manifestantes com a passeata na orla carioca, Minc se disse agindo dentro da lei, em um evento autorizado, e que, aliás, ele não usa nem encoraja o uso de drogas ilegais.

A rigor, Minc declarou que deseja mesmo é a mudança da lei que criminaliza o usuário e torna ilegal uma substância que, segundo disse, tem a mesma letalidade do álcool e do cigarro. Dando a impressão de atuar sempre em termos de marketing, o ministro preferiu empatar a discussão, chamando para o centro do tema a licitude das drogas legalizadas. Carlos Minc empregou a facilidade de raciocínio e de expressão que lhe são peculiares e fez da comissão um palanque que mais enfatizou a imagem simpática e capaz de sensibilizar as pessoas liberais. Pôs os adversários "no bolso".