segunda-feira, 29 de junho de 2009

Os insustentáveis credos do ateísmo




Curioso é notar como pessoas – algumas, inclusive, destacadas – fizeram escolhas intencionalmente distantes de Deus e de sua Palavra.

Um notável brasileiro que insistiu em afastar-se de Deus foi o sertanista e conhecido positivista marechal Cândido Mariano da Silva Rondon (1865-1958), apesar de sua conduta ser, atestadamente, ilibada e marcada por gestos de humanidade incomum, combinados com estoicismo.

A morte do acendrado positivista Rondon, a 19 de janeiro de 1958, foi seguida de um velório ao largo da capela e sendo vedada qualquer bênção religiosa. No sepultamento, um chapéu repousava sobre a tampa do caixão, num possível ritual maçônico.

Cândido Rondon exprimiu sua forte relação com os ideais de Auguste Comte, iniciador, no século XIX, do movimento que propunha a redenção humana por uma ciência totalmente livre de quaisquer superstições religiosas – o positivismo (ver o Credo de Rondon abaixo).

Pois é. Enquanto a religião cristã continua a exibir força e vitalidade, o positivismo, que pretendia ser a religião racional da civilização – perdeu o poder de seduzir – especialmente após duas guerras mundiais e as centenas de conflitos que amarguraram a humanidade – e, hoje, não passa muito de uma recordação, um capítulo superado que deixou, em museus, vestígios de sua efêmera passagem constituída de objetos e locais vazios.

Credo de Rondon

"Eu Creio:
Que o homem e o mundo são governados por leis naturais.
Que a Ciência integrou o homem ao Universo, alargando a unidade constituída pela mulher, criando, assim, modesta e sublime simpatia para com todos os seres de quem, como poverello, se sente irmão.
Que a Ciência, estabelecendo a inateidade do amor, como a do egoísmo, deu ao homem a posse de si mesmo. E os meios de se transformar e de se aperfeiçoar.
Que a Ciência, a Arte e a Indústria hão de transformar a Terra em Paraíso, para todos os homens, sem distinção de raças, crenças, nações – banidos os espectros da guerra, da miséria, da moléstia.
Que ao lado das forças egoístas – a serem reduzidas a meios de conservar o indivíduo e a espécie – existem no coração do homem tesouros de amor que a vida em sociedade sublimará cada vez mais.
Nas leis da Sociologia, fundada por Augusto Comte, e por que a missão dos intelectuais é, sobretudo, o preparo das massas humanas desfavorecidas, para que se elevem, para que se possam incorporar à Sociedade.
Que, sendo, incompatíveis às vezes os interesses da Ordem com os do Progresso, cumpre tudo ser resolvido à luz do Amor.
Que a ordem material deve ser mantida, sobretudo, por causa das mulheres, a melhor parte de todas as pátrias e das crianças, as pátrias do futuro.
Que no estado de ansiedade atual, a solução é, deixando o pensamento livre como a respiração, promover a Liga Religiosa, convergindo todos para o Amor, o Bem Comum, postas de lado as divergências que ficarão em cada um como questões de foro íntimo, sem perturbar a esplêndida unidade – que é a verdadeira felicidade."