terça-feira, 28 de abril de 2009

Bispo Nelson fala sobre a permissividade de nosso tempo


A correspondência com os bispos da Igreja Metodista ensejou uma resposta pessoal do Bispo Emérito Nelson Luiz Campos Leite (SP). Coma a sua autorização, publico a seguir trechos de seu comentário. <><


"Vivemos numa sociedade pluralista onde a tendência é a permissividade. Temos feito algumas declarações, mas isso não basta. Carecemos bater de frente... mas com uma posição evangélica, plena da graça, da valorização do ser humano, que é o que de maior temos a preservar... Igrejas, pastores, colegiados carecem desafiar as posições e os acontecimentos com muita sabedoria, ousadia e confiança na graça divina."

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Desafio de nosso tempo

Carta enviada ao Colégio Episcopal da Igreja Metodista a propósito das posições que autoridades de saúde têm adotado, visando estar apenas politicamente corretas, em vez de se pautarem por critérios técnica e moralmente acertados.

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Reverendíssimos Bispos,

Na quinta-feira, 23/04/09, o senador Magno Malta (PR-ES) ocupou a tribuna do Senado para falar de seu trabalho legislativo contra as drogas, alertar sobre os abusos cometidos por quadrilhas de pedófilos na Internet e denunciar o uso de um manual impresso pelo Sistema Único de Saúde (SUS), voltado ao público escolar – jovens, portanto.

O manual, antes de alertar e afastar, abusa de imagens que reforçam o hábito do consumo de drogas por meio de figuras que orientam quanto ao modo pelo qual se deve consumir a droga sem compartilhar objetos como seringas e cachimbos. Instrui também o manual do SUS quanto ao uso de preservativos, mostrando imagens que remetem aos cuidados a serem tomados por jovens que estão na homossexualidade, explicitando o coito homoerótico. Não é de admirar que assim seja, uma vez que o SUS tem aparecido no noticiário, geralmente por causa de péssimos serviços prestados à população, mas não se envergonha de priorizar operações gratuitas de mudança de sexo.

Vivemos tempos de estreita semelhança com o tempo de Acabe e Jezabel: muita popularidade dos profetas de Baal e leniência das elites com a morte e a opressão. Tais coisas estão a requerer a coragem de Elias, o compromisso de João Batista ou a prontidão de Saulo e Barnabé. Por mais compreensivos que sejamos quanto às transformações por que passa a sociedade, não dá para considerar razoável o patrocínio de tais coisas pelo Estado que sustentamos com os nossos impostos. As imprecações de Romanos 1.22-32 e Apocalipse 9.20-21 já se fazem sentir e, por isso, urge que desempenhemos o papel de Ezequiel, falando a uma casa rebelde que, ouça ou deixe de ouvir, saiba que no seu meio esteve um profeta (Ez 2.5).

Considero que tais assuntos já têm sido muito comentados pela sociedade como um todo e pelas igrejas em particular. E a Igreja Metodista já tem apontado para a negatividade dos valores que regem a presente geração. Entendo, porém, que o tamanho da pecaminosidade, agora agravada por discursos e políticas governamentais, usando o que se conhece como “redução de dano” (caso, entre outras, da distribuição de seringas a drogados, pelas autoridades de saúde, com o fito de evitar a expansão da AIDS), requer algo mais de todos nós: mais oração, mais pregação, mais publicações, mais cobrança nos gabinetes e nas praças, mais denúncia nos meios de comunicação.

Creio que os reverendíssimos se têm ajoelhado sobre esses desafios em oração e é por isso que compartilho com os amados essa inquietação. Já temos publicações balizadoras do Colégio Episcopal, mas seria ótimo ter uma carta dos bispos focalizando pontualmente os desafios e dando instruções para ações bem visíveis e sonoras, quiçá uma campanha nacional, com oração em praças públicas, camisetas e vinhetas em programas de rádio e TV, além das páginas da web. Aos temas acima se poderiam somar (talvez um tema por ano) a escravidão rural, a falta de consciência na ocupação do solo e uso da água, a permissividade e omissão das famílias quanto ao fumo e consumo de substâncias químicas (alcoolismo e drogadicção) etc.

Confiante na zelosa apreciação dos amados Bispos,

Rev. LUCIANO P. VERGARA – I.M. de Vila Isabel – Rio de Janeiro, RJ

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ainda o Supremo: Justiça destruída?

“– Vossa excelência está destruindo a Justiça deste país”. A afirmação pode ser subjetiva, a título de zombaria. Mas, e se for uma acusação consistente com uma realidade objetiva, uma ameaça concreta ao sistema judiciário brasileiro?

Proferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que deu início ao bateboca com o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, dizendo que uma parte da discussão que estava em pauta, a qual tratava de privilégios do político após deixar o mandato, não havia sido adequadamente tratada: “– O seu relatório deveria ter sido posto em pratos limpos”. Não foi suficiente o presidente responder que não sonega informações e pedir respeito. Rebater só fez aumentar a chama do que talvez não passasse de uma fogueira de vaidades. Mas a “chapa esquentou” mesmo quando Barbosa disse que o presidente do tribunal não estava falando com seus capangas do Mato Grosso. Na sequência, houve uma reunião de oito ministros, sem a presença de Joaquim Barbosa, disparando uma nota de apoio ao presidente Gilmar Mendes, que ainda tenta minimizar a discussão, dizendo que não há crise no Judiciário.

Se se considerar que o Estado – a nação politicamente organizada – existe para garantir governo e justiça à sociedade, é no mínimo preocupante a possibilidade de haver, no poder Judiciário, um presidente comprometido com jagunços e que esteja a serviço de forças destrutivas. E, mesmo que se impeçam desdobramentos, por meio de maquiagem política, o arranhão foi fundo e promete ser pauta de discussões e reflexões.

Para o bem da sociedade como um todo, o entrevero não pode passar em brancas nuvens (graças a Deus, a troca de insultos foi ao ar pela TV do Poder Judiciário!). Meditar, discutir e orar sobre a conduta dos líderes – no dizer do Antigo Testamento, príncipes do povo – é um modo de contribuir para a maturidade dos brasileiros. O país sairá ganhando se cobrar o esclarecimento do conteúdo das acusações feitas e for saneada a conduta ética dos dignitários do poder. Num tempo em que a liderança brasileira se projeta na América Latina e no mundo, é preciso colocar suas excelências contra a parede e exigir-lhes moralidade pública.

Capangas do Mato Grosso

O que teria querido dizer o ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, quando se referiu aos "capangas do Mato Grosso", que segundo ele, são do ministro Gilmar Mendes, presidente do mesmo tribunal? Denúncia, insinuação inconseqüente, uso figurativo da linguagem? Seja o que for, é certamente algo grave e preocupante para todos os brasileiros.

Hoje, dia 22 de abril, o 509º aniversário do descobrimento do Brasil, o país se vê brindado por um "barraco" entre suas excelências, de parte a parte dizendo: "- vossa excelência me respeite!". Cada um, querendo empulhar o outro diante da audiência ao vivo e pela TV, com acusações: "- V. Exa. faltou à sessão" e "- V. Exa. não leu a ata".

Além do destempero de suas excelências, a possibilidade de um alto magistrado manter "capangas", como foi acusado, é de assustar. Em que pesem as dúvidas levantadas sobre Gilmar Mendes durante o episódio de prisão e soltura do banqueiro Daniel Dantas, em 2008, a acusação assacada agora contra ele não poderá ser ocultada pelo riso histriônico do meritíssimo ao tentar minimizar a querela com o seu par.

Em uma breve nota assinada por oito ministros da Corte, a maior parte do STF hipotecou apoio ao presidente Gilmar Mendes, conforme transcrição abaixo:

NOTA

Os ministros do Supremo Tribunal Federal que subscrevem esta nota, reunidos após a Sessão Plenária de 22 de abril de 2009, reafirmam a confiança e o respeito ao Senhor Ministro Gilmar Mendes na sua atuação institucional como Presidente do Supremo, lamentando o episódio ocorrido nesta data.

Ministro Celso de Mello
Ministro Marco Aurélio
Ministro Cezar Peluso
Ministro Carlos Ayres Britto
Ministro Eros Grau
Ministro Ricardo Lewandowski
Ministra Cármen Lúcia
Ministro Menezes Direito

quinta-feira, 9 de abril de 2009

AS TRÊS ÁRVORES

Por Roseli Busmair


Havia, no alto da montanha, três pequenas árvores que sonhavam com o que seriam depois de grandes...
A primeira, olhando as estrelas, disse: - Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros. Para tal, até me disponho a ser cortada.
A segunda olhou para o riacho e suspirou: - Eu quero ser um grande navio para transportar reis e rainhas.
A terceira árvore olhou o vale e disse: - Eu quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto que, as pessoas ao olharem para mim, levantem seus olhos e pensem em Deus.
Muitos anos se passaram, e certo dia vieram três lenhadores e cortaram as três árvores, todas muito ansiosas em serem transformadas naquilo com que sonhavam. Mas lenhadores não costumam ouvir e nem entender sonhos! Que pena!
A primeira árvore acabou sendo transformada num cocho de animais, coberto de feno. A segunda virou um simples e pequeno barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias. E a terceira, mesmo sonhando em ficar no alto da montanha, acabou cortada em altas vigas e colocada de lado em um depósito. E todas as trÛs se perguntavam desiludidas e tristes: - Para que isso?
Mas, numa certa noite, cheia de luz e de estrelas, onde havia mil melodias no ar, uma jovem mulher colocou seu neném recém-nascido naquele cocho de animais. E de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo!
A segunda árvore, anos mais tarde, acabou transportando um homem que acabou dormindo no barco, mas quando a tempestade quase afundou o pequeno barco, o homem se levantou e disse: "PAZ"! E num relance, a segunda árvore entendeu que estava carregando o Rei dos céus e da terra.
Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. Logo, sentiu-se horrível e cruel. Mas logo no domingo, o mundo vibrou de alegria e a terceira árvore entendeu que nela havia sido pregado um homem para salvação da humanidade, e que as pessoas sempre se lembrariam de Deus e de seu filho Jesus Cristo ao olharem para ela.
As árvores haviam tido sonhos...
Mas as suas realizações foram mil vezes melhores e mais sábias do que haviam imaginado.
Temos os nossos sonhos e nossos planos que, por vezes, não coincidem com os planos que Deus tem para nós; e, quase sempre, somos surpreendidos com a sua generosidade e misericórdia. É importante compreendermos que tudo vem de Deus, acreditarmos, termos fé, pois Ele sabe muito bem o que é melhor para cada um de nós...