sábado, 5 de abril de 2008

Libertos por Cristo para anunciar a graça - Lucas 8.26-39

L. Pereyra

Introdução:
O texto é claro. Jesus chega a uma vila dos gadarenos, próxima ao Mar da Galiléia. Aquela região (Decápolis) havia séculos fora cedida pelos dominadores assírios a outros povos, mistruando assim as antigas linhagens israelitas, com a finalidade de quebrar-lhe a identidade cultural e política.
A espiritualidade do povo local era principalmente pagã, com apenas alguns traços das antigas tradições israelitas. Suas formas de culto estavam repletas de superstições e alheias às crenças bíblicas de seus antepassados. A adoração a divindades pagãs e formas bizarras de religião punham as pessoas em contato com práticas ocultistas em cerimônias que invocavam entidades condenáveis. O homem que foi ao encontro de Jesus representava a profunda opressão espiritual e ignorância religiosa em que vivia o povo do lugar, necessitando de libertação e sentido para a sua vida.
Tese:
Só Jesus nos leva a uma experiência que liberta e inspira a anunciar a graça maravilhosa do Senhor

I. O gadareno, antes e depois de seu encontro com Jesus

1) Antes - Lc 8.27-31:
a - desfigurado: ferido
b - atormentado: andava de dia e de noite
c - enfurecido: louco indomável
d - indigno: separado de todos, em lugar ermo e impróprio
2) Depois - Lc 8.35-39:
a - lúcido e tratável: comportamento e aparência normais
b - pacificado: aos pés de Jesus
c - manso e amigável: desejando a companhia de Jesus
d - reabilitado socialmente: testemunha da graça de Deus

II. Duas etapas e uma lição no processo de recuperação
1) O espírito imundo
a - dissimulado: vive do engano e ilusão (aliena, enlouquece)
b - não quer ser importunado: recusa o desafio, pois é fraco (teme o confronto com a verdade)
c - detém o domínio ilegitimamente (tirano, parasita)
2) A pessoa oprimida
a - deve vir a Jesus - o gadareno veio até o Senhor
b - deve adorar a Jesus - o gadareno se prostra, reconhecendo que Jesus é Deus e merece adoração
3) A Igreja e a libertação
a - é necessário criar o ambiente de libertação
b - é hora de afirmar o fim dos fatores de alienação
c - a tarefa dos discípulos

III. Pecado versus bânçãos
1) O pecado é normal para o mundo - os vizinhos do gadareno: (Lc 8.35-37)
a - não lhe ofereciam libertação, apenas cadeia
b - usavam de violência para ter a sua submissão
c - não se alegraram pela transformação do gadareno
d - ficaram indignados pelo prejuízio nos negócios impuros
e - terror do juízo divino (Jo 1.11: "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam")
2) Bênçãos são normais para quem se dispõe a seguir a Jesus (Lc 8.35)
a - antes nu, agora vestido: alegria e liberdade com dignidade (Gn 3.21: "Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu")
b - perfeito juízo: discernimento para crer e conviver (Ef 4.23: "e vos renoveis no espírito do vosso entendimento")
c - assentado: parou de andar obssessivamente e descansou (Mt 11.29: "Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma")
d - para a pessoa liberta,há razões para viver, celebrar e espontaneamente anunciar as bênçãos do Senhor

Conclusão:
Qualquer pessoa pode ter, por meio de Cristo, a experiência de passar do 'antes' para o 'depois'.
Qualquer que usar a fé na mensagem amorosa de Jesus pode ser liberto das condições de culpa e vergonha e passar a ser um seguidor de Jesus Cristo.
Todos que experimentam o poder transformador do Evangelho sentem o impulso de anunciar a graça do Senhor, como depoimento pessoal de fé.