terça-feira, 4 de janeiro de 2011

É por causa do Brasil

Todos os brasileiros devem torcer para Cesare Battisti ser deportado para a Itália.

Não, não é por causa da Itália, que pressionou Lula para fazê-lo temer o risco diplomático de não atender a um parceiro tão relevante e acabou, com isso, endurecendo o Itamaraty. É por causa do próprio Brasil!

Vejamos: O que ganhamos com esse criminoso italiano em nosso país? Nada. Se é perseguido político, chamem-se os organismos internacionais para tratar dele. Já que a Itália é uma democracia, um país que goza de respeitabilidade internacional e não haveria razão para o Brasil desconsiderar este fato, pega muito mal nosso país descumprir um tratado político e diplomático bilateral já celebrado com a Itália, país com o qual o Brasil tem relações tradicionais. Se ele se sente injustiçado em seu país, apele ao Judiciário italiano ou se declare perseguido e peça asilo, em vez de fugir para cá e criar esse imbroglio. Do jeito que a coisa está, damos recado a todos os meliantes internacionais que aqui é o paraíso dos fugitivos da lei. Basta ter alguém que se identifique com a ideologia e as ações do fugitivo, que a gente acolhe e dá guarida, pois o que não presta em outros países vem passar temporada por aqui.

A credibilidade de nossas Relações Exteriores, tão grata até passado recente, tem sido dilapidada por decisões equivocadas, tais como: escolher parceiros estratégicos dentre os vilões internacionais (Irã e Venezuela não são democracias), a ponto de ter de recuar na solidariedade a Ahmadinejad, hipotecar apoio a azarões para cargos de alto coturno na ONU, trocar a amizade de Israel pela Autoridade Palestina, "entregar" a embaixada brasileira em Honduras a um fanfarrão como Manuel Zelaya, entre outras. O Barão do Rio Branco deve ter se contorcido no túmulo.

Quem sabe, o Itamaraty vem com uma solução criativa: para não abrir mão da soberania brasileira cedendo à pressão italiana, convida-se o criminoso Cesare Battisti para um cruzeiro marítimo e larga-se-o em um bote à deriva, sem esquecer de avisar aos magistrados de Roma onde ele foi "esquecido". Havia de ser uma saída engraçada.