Ainda não acabou.
Ela discursa na Câmara federal.
Dilma, antes, já falou
E ninguém a desmente, afinal.
Pela primeira vez,
A faixa vai pra presidenta
E não a última, talvez,
De certo, uma, duas, setenta...
No Planalto, a chuva abalou,
Descia forte, torrencial.
Mas mesmo a chuva não obstou
Que Dilma cumprisse o cerimonial.
Um país grande, forte, exemplo de solidez,
É o Brasil que se constrói com altivez.
O poder: Sonho antigo, desde adolescenta,
Dilma alcança mandar no pais, ser expoenta.
Cedo, subversiva, vagou.
Militante de esquerda, guerrilheira no matagal,
Dilma, para Estela, depois Dulce, o nome mudou.
Mas não perdeu o ideal.
Nem incomoda dos detratores a desfaçatez
Com que a alfinetam toda vez.
Dos preceitos de Marx pupila providenta,
Lealdade a Mao, Castro e Prestes sustenta.
Mundo novo, ordem nova, anunciou.
Não temam do bolchevismo o retorno final!
A mandatária a quem o povo, pelo voto, consagrou
Jura observar a Lei, sendo leal
Para com o povo, que em segundo turno a fez
A primeira mulher a ocupar, vejam vocês!,
O mandato de chefe do Estado que agora representa.
Ninguém duvide, tranqüiliza a presidenta.
Quem de Dilma outrora duvidou
Há de ver que seu governo jamais será banal.
E quem nela, confiante, sempre acreditou
Enxergará em cada ato seu forte sinal
De um novo tempo, repleto de mercês,
O "céu na terra", sem "será?" ou "talvez",
Que essa mulher no posto se agüenta
E nunca, nunca desanimará, mesmo doenta!
Se em outras terras a mulher não recuou,
Não será no Brasil que uma filha de Eva se dê mal.
Ademais, o pai Rousev, para aqui se transplantou
Trazendo nos genes determinação sem igual.
Da pequena Bulgária, a mineira Dilma, se fez
Gaúcha, sem carregar no 'gauchês'.
Mãe extremosa, avó complacenta,
Dilma é resoluta, mais que uma jumenta.
De quais países Dilma recepcionou,
Destaque dos pequenos: – Não são o "eixo do mal!",
O governo proletário na ONU protestou.
Barak Obama, chateado, ausente do cerimonial,
Com "o cara" pelas costas, ignora descortês
Quem, contente com a crise 'yankee' se disse certa vez.
– Dilma , venha logo! Esse "cara", se arrebenta,
Diz a secretária Hillary, 'na lata'; não se isenta.
A festa da posse, vai indo, acabou.
Foi-se o frenesi, a rotina volta à capital.
Houve quem aplaudiu, houve quem protestou.
A democracia é assim mesmo, isso é normal.
É cedo pra dizer, deixa passar um mês,
Pra ver se o país engrena de uma vez
No primeiro mundo, que esse todo mundo tenta,
Mas país nenhum tem mulher tão competenta.