quinta-feira, 26 de maio de 2011

Agência Soma questiona o "já ganhou" dos evangélicos que comemoram o banimento do Kit Gay

Ok, fim do Kit Gay. Mas e a batalha contra a corrupção, pelo meio ambiente e o fim da miséria?

Por Lenildo Medeiros


A celebrada vitória da bancada de deputados e senadores cristãos do Congresso Nacional no que diz respeito ao fim da distribuição do chamado Kit Gay pelos ministérios da Educação e da Saúde é importante e atende, de fato, ao anseio da maioria do povo brasileiro. A preocupação já vinha sendo manifestada por pais em várias frentes. Até em conversas de festas infantis (que costumo frequentar com meu filho), a maioria dos pais (mesmo aqueles que não professam qualquer religião e não frequentam qualquer igreja) faz o discurso de que é absurda esta onda gay nas arenas de poder e na mídia brasileira, especialmente a Rede Globo, querendo passar a ideia de naturalidade quanto a opção sexual por pessoas do mesmo sexo. No entanto, a batalha deve também ser motivo de outra reflexão. Nossa missão só vai até aí? Como pode a bancada cristã, que ama o Deus Criador, estar na votação do Código Florestal apenas para falar do tal kit? Mas e a questão da vida no Planeta? E o jogo de interesses posto à mesa naquela votação? Não tinha a mesma importância?
Assisti ao vivo ao momento em que os deputados foram ao microfone para falar do kit durante a votação do Código Florestal na terça-feira, 24/5. Fiquei atento, e até considerei um avanço estratégico inteligente, a força daquela união de católicos e evangélicos pela família, usando o regimento para influir e provocar a vitória parcial que veio no dia seguinte, quarta-feira, 25 (digo “parcial” porque há outras lutas decisivas neste campo da família a serem travadas ainda nos próximos meses). Mas também fiquei espantado com a omissão (na mesma intensidade) dos mesmos líderes cristãos em relação a assuntos da pauta do Congresso naquele dia.



Primeiro, a questão do cuidado com o meio ambiente. A votação do Código Florestal em curso e nenhuma palavra enfática, nenhum movimento de defesa das matas e do ecossistema brasileiros proposto, nenhum e-mail se espalhando por todas as caixas postais em tom desesperado (como tem acontecido com temas familiares e morais), nenhum abaixo assinado, passeata, encontro, reunião, nada! Como pode haver tal discussão no Congresso e os filhos do Criador se omitirem assim? Votando com a maioria, sem participação ativa, sem levar a sério o tema? A vida só deve ser defendida no âmbito das questões que afetam o lar, a família, o casamento? Mas e as vidas que se perdem na falta de água, nas tragédias naturais, na opressão, na injustiça, nos interesses escusos de latifundiários e multinacionais? Isso também não é imoral?



Segundo, a luta contra a corrupção. É inacreditável, mas uma das formas utilizadas pelas frentes cristãs unidas contra o Kit Gay foi ameaçar o governo com uma convocação ao ministro Palocci para apurar as denúncias de enriquecimento ilícito. Mas como ameaçar fazer algo que seria, de fato, uma obrigação de qualquer parlamentar? Se houve tráfico de influência ou coisa assim não é também imoral? A convocação não é obrigação ética? Até para esclarecer de uma vez por todas o assunto e inocentar ou punir, de acordo com as conclusões? Como pode deixar de convocar? Isto não é ser omisso na luta contra a corrupção? Corrupção não é tão nefasta quanto a noção de que os kits incentivam crianças ao homossexualismo?



Terceiro, a guerra contra a miséria. Nós cristãos sabemos que tem sim coisa pior que ver alguém com fome, sem casa, pisando em vala imunda, analfabeto, gritando de dor numa fila de hospital. Quem crê na Bíblia sabe que o “choro e o ranger de dentes” eterno é pior. Mas de maneira alguma isso significa um incentivo ao descaso com a dor humana nos dias de hoje, neste planeta! A luta contra a injustiça social é, sim!, tarefa da missão cristã em nossa geração. E os líderes políticos precisam ampliar sua visão do que seja defender a família, a criança, o adolescente, o idoso, o casal, o homem e a mulher. Afinal, todos precisam de alimento, água, moradia, hospital, escola, emprego e renda, saneamento básico, mobilidade urbana. E a política, tanto na esfera executiva ou parlamentar, tanto no âmbito federal, estadual ou municipal, deve prover tudo isso, no sentido mais pleno e humano de cada termo. Para além de apenas planos, estatísticas, orçamentos. Coisa séria, com legitimidade, veraz!



A reunião de católicos e evangélicos com o secretário-geral da presidência da República, Gilberto Carvalho, representando a presidenta Dilma Rousseff, aconteceu nesta quarta-feira, 25/5. Segundo deputados presentes, entre eles João Campos, presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Eros Biondini, representando a Frente Parlamentar Católica, Anthony Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro, e Pastor Lucena, da Frente Parlamentar da Família, nela foi assegurado o fim da distribuição de qualquer cartilha antiga ou vídeo pelos ministérios da Saúde ou Educação contendo cenas de sexo explícito ou estímulo a opção sexual diferenciada, e foi anunciado o compromisso de que nenhum vídeo ou nova cartilha seria confeccionada sem a participação de representantes das bancadas católica e evangélica. Que chegue rápido o dia em que tais frentes pela família incluam em suas agendas de lutas a defesa (tão veemente quanto nas questões familiares) das florestas e dos rios, da ética na política e do fim da miséria e da injustiça social.

Fonte: agenciasoma.org.br

Dilma suspende "kit anti-homofobia" para escolas

Religiosos pressionam e Dilma suspende "kit anti-homofobia" para escolas


Brasília, 25 mai (EFE).- A presidente Dilma Rousseff determinou nesta quarta-feira a suspensão da elaboração do "kit anti-homofobia", um material sobre a homossexualidade e o combate à homofobia que seria distribuído em escolas públicas e havia gerado protestos de grupos religiosos.

A polêmica sobre esse material cresceu nos últimos dias, sobretudo depois que o Supremo Tribunal Federal decidiu que a união civil entre duas pessoas do mesmo sexo é equivalente à união heterossexual perante a lei. Grupos católicos e evangélicos criticaram a decisão judicial e alertaram sobre projetos que, segundo afirmaram, pretendiam "induzir" os adolescentes que estudam em escolas públicas à homossexualidade.

Na quinta-feira passada o ministro da Educação, Fernando Haddad teve reunião com parlamentares da bancada evangélica e disse que a pasta não fará mudanças no material que compõe os kits de combate a homofobia.

Porém, nessa quarta-feira o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que o governo entendeu que "seria prudente não editar esse material". Carvalho explicou que Dilma tomou sua decisão após conversar sobre o assunto com parlamentares de diversas religiões que criticaram o projeto.

O material estava sendo elaborado por empresas contratadas pelo Ministério da Educação (MEC) e seria distribuído ao final de cursos sobre direitos humanos e minorias que devem ser ministrados para alunos do Ensino Médio de escolas públicas.

Segundo o MEC havia antecipado, o material que estava em preparação incluía vídeos que mostravam como o amor surgia entre dois meninos ou entre duas meninas, além de depoimentos de travestis e transexuais sobre suas vidas e relações amorosas.

Carvalho disse que, após conversar nesta quarta-feira com os parlamentares que se opõem ao projeto, Dilma decidiu ainda que "daqui para frente todo material que versar sobre costumes será feito a partir de consultas mais amplas à sociedade".


Fonte: EFE

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A felicidade do Bispo Robinson

Uma primeira constatação é que estamos ainda distantes de ser um “país evangélico”: quarenta milhões da população é formada por miseráveis; uma insegurança pública generalizada; uma educação pública de faz-de-conta; uma saúde pública caindo aos pedaços, assim como as nossas estradas, a corrupção endêmica no aparelho do Estado, o consumo da droga ascendente, prostituição, discriminação contra os negros e os indígenas, infanticídio no ventre, paradas de orgulho do pecado, uma das maiores desigualdades sociais do mundo. Uma grande distância do exemplo de vida e dos ensinamentos de Jesus de Nazaré, cujas narrativas e palavras somente conhecemos por um livro chamado de Bíblia, que o mesmo citava com frequência, e que foi organizado por uma entidade fundada pelo próprio: uma tal de Igreja. Uma grande distância da ética e da “vida abundante” apregoada pelas Boas Novas, o Evangelho.

Percebemos sinais do sagrado cristão em nossa História e em nossa Cultura, mas, no geral, ficando na superfície. Se os símbolos importassem tanto, o Rio de Janeiro, com aquela imensa estátua do Cristo Redentor, deveria ser uma antecâmara do Paraíso.

Como cidadão responsável, e como cristão, como eu gostaria que o meu País fosse marcado pela justiça, pela segurança, pela paz, fruto do impacto das Boas Novas, do Evangelho. Sinceramente, gostaria muito que tivéssemos um Brasil mais evangélico.

Fico feliz que Deus não tenha nos livrado da imigração dos protestantes alemães, suíços, japoneses, coreanos, e tantos outros. Fico feliz pelo seu trabalho e por sua fé.

Fico feliz por Deus não nos ter livrado do escocês Robert R. Kalley, médico, filantropo e pastor escocês, fugindo do cacete na Ilha da Madeira (Portugal), pioneiro da pregação do Evangelho entre nós, nos deixando as igrejas congregacionais. Ele nem era norte-americano, nem fundamentalista, pois esse movimento somente surgiria meio século depois. Eram norte-americanos, e também não-fundamentalistas os pioneiros das igrejas presbiteriana, batista, metodista e episcopal anglicana que vieram ao Brasil na segunda metade do século XIX.

Fico feliz por Deus não nos ter livrado desses teimosos colportores que varavam os nossos sertões sendo apedrejados, vendendo aquelas Bíblias “falsas”, cuja leitura, ao longo do tempo, foi tirando gente da cachaça e dos prostíbulos, reduzindo os seus riscos de câncer de pulmão, cuidando melhor de sua família, como trabalhadores e cidadãos exemplares.

Fico feliz por Deus não ter nos livrado desses colégios mistos, desses colégios técnicos (agrícolas, comerciais e industriais), trazidos por esses missionários estrangeiros, em cujo espaço confessei a Jesus Cristo como meu único Senhor e Salvador. E, é claro, tem muita gente agradecendo a Deus por não nos ter livrado do voleibol e do basquetebol introduzido pioneiramente nesses colégios… nem pelo fato do apoio à Abolição da Escravatura, à República ou ao Estado Laico.

Por essas e outras razões, é que vou comemorar (com uma avaliação crítica) com gratidão, dentro de seis anos, os 500 anos da Reforma Protestante do Século XVI, corrente da Cristandade da qual sou militante de carteirinha desde os meus dezenove anos.

Essa gratidão ao Deus que não nos livrou dos protestantes de imigração e dos protestantes de missão, inclui, sinceramente, os protestantes pentecostais, herdeiros daquela igreja original, dirigida por um negro caolho (afro-descendente portador de deficiência visual parcial, na linguagem do puritanismo de esquerda, conhecido por “politicamente correto”)…, mas que abalaria os alicerces religiosos do mundo. Eu mesmo sou um velho mestiço brasileiro e nordestino, e não me vejo como um ítalo-luso-afro-ameríndio de terceira idade…

Olhando para o termo “evangélico”, usado sistematicamente na Inglaterra, a partir de meados do século XIX, como uma confluência da Reforma e de alguns dos seus desdobramentos, como o Confessionalismo, o Puritanismo, o Pietismo, o Avivalismo e o Movimento Missionário, com paixão missionária pelo Evangelho que transforma, dou graças a Deus que Ele não nos tenha livrado da presença dos seus seguidores e propagadores. Até porque, por muito tempo, não tivemos presença fundamentalista (no sentido posterior) e nem do liberalismo, pois esses últimos são bons de congressos e revoluções de bar, mas não muito chegados a andar de mulas por sertões nunca antes trafegados…

Minha avó é quem dizia que “toda família grande vira mundiça”, se referindo ao fato de que quando qualquer instituição, grupo ou movimento social cresce, é inevitável que ao lado do crescimento do trigo haja um aumento significativo do joio. Nesse sentido, o protestantismo e o evangelicalismo brasileiro são normais (com desvios e esquisitices), mas, garanto que temos muitíssimo mais trigo (às vezes armazenados nos celeiros, quando deveriam estar sendo usados nas padarias). No meu tempo só tinha crente militante e desviado; depois apareceram os descendentes, os nominais, os de IBGE, os bissextos e os ocasionais.

No sentido histórico dou graças a Deus pelo localizado movimento fundamentalista nos Estados Unidos, em reação ao racionalismo liberal, pois também afirmo a autoridade das Sagradas Escrituras, o nascimento virginal, a cruz expiatória, o túmulo vazio e a volta do Senhor. Depois o termo foi distorcido por um movimento sectário, antiintelectual, racista, e hoje é aplicado até ao Talibã, em injustiça à proposta original.

Quanto ao Tio Sam, nem todo republicano é evangélico, nem todo evangélico é republicano, embora, de época para época, haja deslocamentos religiosos-políticos naquele país. Eu mesmo não tenho muita simpatia (inclusive aqui) pelo Partido do Chá (Tea Party), pois tenho longa militância no Partido do Café e no Partido do Caldo de Cana com Pão Doce.

A Queda do Muro de Berlim assinalou o ocaso da modernidade e o início de uma ainda confusa pós-modernidade, com a mundialização da cultura anglo-saxã, no que tem de bom e no que tem de mau, mas, como nos ensina Phillip Jenkins, a Cristandade está se deslocando do hemisfério Norte para o hemisfério Sul, e, inevitavelmente, revelamos nossas imaturidades, que devem e podem ser superadas.

Agora, todo teólogo, historiador ou sociólogo da religião sérios, perceberá a inadequação do termo “protestante” ou “evangélico” (por absoluta falta de identificação caracterizadora) com o impropriamente chamado “neo-pentecostalismo”, na verdade seitas para-protestantes pseudo-pentecostais (universais, internacionais, mundiais, galáxicas ou cósmicas), e que é algo perverso e desonesto interpretar e generalizar o protestantismo, e, mais ainda, o evangelicalismo brasileiro, a partir das mesmas.

O avanço do Islã e a repressão aos cristãos onde eles dominam é um “óbvio ululante”, a defesa da vida em relação ao aborto, à eutanásia, aos casais que não querem ter filhos, ao homossexualismo, o atentado ao meio ambiente (“cultura da morte”) é coerente com o princípio da Missão Integral da Igreja na “defesa da vida e da integridade da criação”.

A identidade evangélica se faz por um rico conteúdo e não por antagonismo ou relação reativa a conjunturas.

Sabemos que o mundo jaz do maligno, que o evangelho será pregado a todo ele, mas não que todos venham a se converter, e que descendentes de cristãos nem sempre continuam nessa fé. Assim, o Brasil nunca será um País totalmente cristão, protestante ou evangélico, mas creio que será bem melhor com uma Igreja madura que, sem fugas alienantes, adesismos antiéticos ou tentações teocráticas, possa “salgar” e “iluminar” com os valores do Reino.

Para isso necessitamos (na lícita diversidade protestante quanto a aspectos secundários e periféricos) de líderes sólidos e firmes, vestindo a camisa do nosso time com entusiasmo e garra para o jogo, sem se perderem em elucubrações estéreis, de quem já perdeu a fé na Palavra, não acredita mais na Queda, nem na Redenção, nem na singularidade de Cristo, deixando uma geração órfã de heróis.

Assim, espero que Deus não nos livre dessa presença cultural transformadora; que Deus não nos livre de ser, cada vez mais, um País evangélico.

A Ele, Onipotente, Onisciente e Onipresente, Senhor do Universo e da História, com os anjos e arcanjos, coma Igreja Triunfante e a Igreja Militante, intercedendo por todos que atravessam crises espirituais, seja toda a honra e toda a glória!

Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br

O Brasil e a República Companheirista do Leviatã Federal

Artigo publicado em O GLOBO (21/05/2011):
A DITADURA COR-DE-ROSA

GUILHERME FIUZA

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), uma espécie de gorila assumido, foi ao Senado protestar contra uma cartilha de prevenção à homofobia que o governo pretende distribuir. Acabou agredido pela senadora Marinor Brito (PSOL-PA), defensora dos homossexuais. Esses gorilas não sabem com quem estão se metendo. A tal cartilha, que está sendo preparada pelo MEC, será distribuída em escolas públicas, no ensino fundamental. A ideia é ensinar à criançada que namorar pessoas do mesmo sexo é saudável, ou seja, que ser gay é normal. Nada como um governo progressista, disposto a formar a cidadania sexual de seu povo.

Pelos cálculos do MEC, uma criança de sete anos de idade que chegar à escola e receber em mãos uma historinha de amor homossexual terá menor probabilidade de chamar o coleguinha de bicha, ou a coleguinha de sapatão. É difícil imaginar o que se passará na cabeça de cada uma dessas crianças diante do kit de orgulho gay do governo. Mas não é tão difícil imaginar o que se passa na cabeça do MEC, ou melhor, do ministro da Educação.

Assim como a quase totalidade da administração petista, o ministro da Educação, Fernando Haddad, só pensa naquilo — fazer política. Em 2010, no bicampeonato do vexame do Enem, ele estava trabalhando duro na campanha eleitoral de Dilma Rousseff. Sem tempo, portanto, para detalhes secundários, como a impressão trocada de gabaritos, que corrompeu a prova e infernizou a vida de mais de três milhões de estudantes. No ano anterior o Enem tinha naufragado após o vazamento da prova, e no ano seguinte Haddad foi premiado com a permanência no cargo pelo novo governo. Honra ao mérito. Nesse meio tempo, o país caiu 20 posições no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU para educação (ficando em 93º, atrás de Botswana). Mas o ministro tem sempre uma “pesquisa interna” para oferecer aos jornalistas — dos quais nunca se descuida —, mostrando ótimas avaliações do ensino público.

No governo da “presidenta”, que vive dessa mitologia do oprimido, a cartilha sexual do companheiro Haddad é mais um afago no mercado político GLS. Um mercado que não para de crescer. Ao lado do avanço nos direitos dos gays, legítimo e importante, a indústria do politicamente correto vai criando um monstro. Foi esse monstro que distribuiu tapas na turma do deputado Bolsonaro. É o monstro que transforma uma boa causa em revanche, histeria e intolerância. Que quer ensinar orgulho gay em escola primária. É a estupidez travestida de virtude.

O barraco entre o gorila e a serpente aconteceu na Comissão de Direitos Humanos do Senado. Ali se discutia o projeto que transforma homofobia em crime. É um pacote de regras restritivas, como a que proíbe um pregador evangélico, por exemplo, de criticar o homossexualismo fora dos limites de sua igreja. Os generais de 64 (heróis de Bolsonaro) não fariam melhor. O totalitarismo, quem diria, também está saindo do armário.

A relatora do projeto é a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que se retirou da sessão quando a confusão estourou. Ela teve sorte. Não de se livrar dos tapas, mas de escapar da sua própria lei. Menos de três anos atrás, ela fez insinuações de homossexualismo contra o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, seu adversário eleitoral na época. Talvez seja o caso de incluir uma ressalva no projeto, anistiando os companheiros progressistas que ferirem o orgulho gay por relevante conveniência política.

Mais do que nunca, a propaganda é a alma do negócio. Depois que Dilma Rousseff virou símbolo meteórico de afirmação feminina, ninguém mais segura os gigolôs da ideologia. Basta um slogan na cabeça e uma caneta na mão, e tem-se uma revolução de butique. Está prestes a ser aprovada a lei que obriga a fabricação de calcinhas e cuecas com etiquetas de advertência contra o câncer de próstata e de colo do útero, além de sutiãs com propaganda de mamografia. É incrível que ainda continuem vendendo chocolate sem uma tarja de advertência contra a gordura e as espinhas. É preciso ensinar a sociedade a ser saudável.

O Estado politicamente correto sabe o que é bom para você. Em nome da modernização dos costumes, assiste-se a uma escalada medieval de proibição da propaganda de produtos que fazem mal, e de obrigatoriedade de mensagens que fazem bem. Até a obra de Monteiro Lobato quase entrou na dança: ia ser crivada de notas explicativas a cada aparição de Tia Nastácia, em defesa da honra dos afrodescendentes. Os justiceiros do Conselho Nacional de Educação ainda não desistiram de corrigir o escritor.

É interessante ter um ex-BBB no Congresso defendendo os direitos dos homossexuais. Mas é estranho ter no reacionário Jair Bolsonaro a voz solitária contra os excessos da patrulha GLS. Talvez a consciência brasileira mereça, de fato, ser governada pelas cartilhas demagógicas do MEC.


GUILHERME FIUZA é jornalista.



O LEVIATÃ PEGA
Crônica publicada em O GLOBO (15/08/2010)


João Ubaldo Ribeiro

Acho que já falei aqui numa comadre minha que diz que tudo é trauma de infância. Inclino-me a concordar com ela e, muitas vezes, nem tenho de escarafunchar muito essa remotíssima fase de minha vida para descobrir a origem de certas inquietações do presente. O Leviatã é um exemplo claro, porque meu medo dele vem desde o tempo em que, no meio da livrama de meu pai, eu topava com as ilustrações de Gustave Doré para a Bíblia e lá estava o tremendo monstro, contra o qual, assegurava o texto, o bronze das espadas era palha, ou seja, não adiantava nada. E devo ter misturado isso com alguma outra ilustração, provavelmente do clássico de Thomas Hobbes intitulado Leviatã, com que também topei nessa época, tentei ler para ver se vencia o medo, não entendi nada, desisti e o trauma deve ter persistido, ou piorado.

Hobbes é comumente tido, numa simplificação bastante grosseira e mesmo injusta, como uma espécie de teórico do absolutismo. E foi assim que me falaram dele nas escolas. Para mim o Estado hobbesiano, onde o poder se concentra no que ele chama de “soberano” e o súdito não tem ingerência no governo, passou a ser definitivamente aquele monstro das ilustrações. Depois, com a leitura de 1984 e a chegada de um tempo onde, fotografados, filmados e gravados, estamos cada vez mais submetidos a alguma espécie de controle, ou pelo menos vigilância controladora, o bicho vem me assombrando bastante e devia assombrar vocês também, porque vamos facilitando, vamos facilitando e daí a pouco ele nos engole a todos.

E essa engolição não vai ter nem a colher de chá do Estado hobbesiano. Nele, de fato o soberano detinha todo o poder, mas também tinha o dever básico de dar segurança ao súdito, pois, afinal só ela conteria o lobo do homem e era para isso que o pacto social existia. Aqui no Brasil, o nosso Leviatã já engole mais de um terço do que ganham os pobres e remediados (e nada dos verdadeiramente ricos) e não dá segurança nenhuma. Se esta for entendida como algo além de garantias contra a violência e abranger, por exemplo, a saúde, sabemos que o monstro, além de comer todo o dinheiro que pode, obriga os súditos a contratar planos médicos privados e nem mesmo estes resolvem, pois o bicho permite que façam o que bem entendam, inclusive tungar safadamente os que há décadas pagam por eles os olhos da cara.

O Leviatã de Gustave Doré, se bem revejo na mente as gravuras da infância, tinha tentáculos semelhantes aos de um polvo. É uma boa imagem para o que nos acontece hoje em dia, a toda hora um novo tentáculo se estendendo sobre nós, uma chuva de normas, cartilhas, orientações, admoestações, avisos, cobranças, proibições, restrições, instruções e assemelhados, vinda aparentemente de mil direções, que ninguém conhece direito e a que todo mundo obedece sem questionar. Sabe-se, mais ou menos vagamente, da existência de agências reguladoras hoje muito ativas, tripuladas por sabe-se lá quem, todas empenhadas em emitir regras para a nossa conduta. Ninguém elegeu esse pessoal, ninguém foi nem ouvido nem cheirado quanto a sua nomeação (vai ver que alguns, ou todos, foram ouvidos preliminarmente no Congresso, mas isso e nada todo mundo sabe que quer dizer a mesma coisa, até porque muitos dos nomeados para as agências devem ter sido indicados por deputados ou senadores), mas eles fazem o que querem e, mesmo quando quebram a cara, quem paga o prejuízo somos nós.

Cabe recordar pela milésima vez, como uma espécie de dever cívico, aquela regulada que deram nos motoristas, obrigando todos a trafegar com um tal kit de primeiros socorros. Todos os donos de carro compraram o kit, que só tinha um fabricante, o qual, naturalmente, encheu o rabo de dinheiro, assim como, certamente, outros envolvidos na operação. Concluiu-se que o kit não valia nada e era até prejudicial, mas ninguém foi investigado e muito menos punido, os súditos morreram na grana que os espertalhões faturaram e ficou tudo por isso mesmo. Mais recentemente, veio o tal assento para crianças, que de novo beneficia fabricantes, ou fabricante, e é uma medida de meia pataca, porque não pode ser aplicada a táxis, ônibus e vans, além de causar problemas de vários tipos. Mas todo mundo se esquece disso, compra o raio da cadeirinha e segue obedecendo.

Torcer no futebol já está regulamentado, mas não é descabido prever que cada clube venha a ser obrigado a pagar danos morais ao juiz chamado de ladrão por seus torcedores. Curtir com a cara do perdedor, nem pensar. O técnico que ficar na beira do campo soltando palavrões também será multado e mal posso esperar o dia em que emanarão do banco instruções como “meu anjo, vê se te deslocas mais expeditamente!”. E o atacante vai pedir um cruzamento exclamando “alça-me o balão de couro, companheiro!”. Quanto a piadas, não só de futebol mas quaisquer outras, atualmente já proibidas em relação aos candidatos, certamente também serão objeto de restrições impostas pela necessidade de que vivamos numa sociedade absolutamente livre de discriminações ou preconceitos de toda espécie. Não pode piada que, de alguma forma, mostre qualquer categoria social ou humana sob uma luz considerada pejorativa. Ou seja, não pode piada nenhuma, mesmo porque as que se refiram a animais, como as de papagaio, estarão sujeitas ao crivo rigoroso do Ibama, pois nunca se sabe quando uma piada poderá induzir a um crime contra um animal protegido. Talvez se crie – e fica a sugestão, é mais uma porção de cargos para preencher – uma base nacional de piadas, cadastrando todas as permitidas, é só checar antes de contar. Agora que dá para comparar, o monstro de Gustave Doré não era tão feio assim, bons tempos.

João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro é escritor, jornalista, roteirista, professor e membro da Academia Brasileira de Letras.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Declaração da Igreja Evangélica Luterana do Brasil

POSIÇÃO SOBRE A UNIÃO HOMOSSEXUAL


Nota oficial da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB):

A Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) está estabelecida num país onde há liberdade de viver, se expressar e agir conforme a decisão ou vontade de cada um. Assim, a opção sexual faz parte dessa liberdade. Por outro lado, a IELB também entende que a liberdade de discordar e não aceitar em seu meio uma união homossexual, por esta ferir os princípios da Bíblia Sagrada, faz parte da sua liberdade e não lhe pode ser cerceada, pois fere a Constituição Nacional. A Constituição Brasileira, no seu Artigo V, incisos IV, VI, VIII e IX, diz:

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;


Assim, precisamos diferenciar homossexualismo de homofobia. A Igreja Luterana não concorda com a conduta homossexual, mas não discrimina o ser humano homossexual.

Por isso declaramos:

1 – A IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL crê e confessa que a sexualidade é um dom de Deus, destinado por Deus para ser vivido entre um homem e uma mulher dentro do casamento.

2 - A IELB crê e confessa que o homossexual é amado por Deus como são amadas por Deus todas as suas criaturas.

3 - Em amando todas as pessoas e também o homossexual, Deus não anula o propósito da sua criação.

4 - Por esta razão, a igreja, em acordo com a Sagrada Escritura, denuncia na homossexualidade um desvio do propósito criador de Deus, fruto da corrupção humana que degrada a pessoa e transgride a vontade de Deus expressa na Bíblia. “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher: é abominação. Nem te deitarás com animal, para te contaminares com ele, nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele: é confusão. Portanto guardareis a obrigação que tendes para comigo, não praticando nenhum dos costumes abomináveis que praticaram antes de vós, e não vos contamineis com eles: Eu sou o Senhor vosso Deus” (Levítico 18.22,23,30); “Por isso Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seus próprios corações, para desonrarem os seus corpos entre si; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo em si mesmos a merecida punição do seu erro” Romanos 1.24,27); “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Coríntios 6.9-10).

5 - Porque a homossexualidade transgride a vontade de Deus e porque Deus enviou a igreja para levar Cristo Para Todos, a igreja se compromete a encaminhar o homossexual dentro do que preceitua o amor cristão e na sua competência de igreja, visando a que as pessoas vivam vida feliz e agradável a Deus; Mateus 19.5: “... Por esta causa deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.”

6 - A IELB, repudiando qualquer forma de discriminação, deve estar ao lado também das pessoas de comportamento homossexual, para lhes dar o apoio necessário e que possam vir a ter a força para viver vida agradável a Deus.

7 - Diante disto repudiamos a ideia de se conceder à união entre homossexuais o caráter de matrimônio legítimo porque contraria a vontade expressa de Deus e dificulta, se não impossibilita, a oportunidade de tais pessoas revisarem suas opções e comportamento.

8 - Repudiamos também, por consequência, a hipótese de ser dado a um casal homossexual a adoção e guarda de crianças como filhos porque entre outros prejuízos de formação, formará na criança uma visão distorcida da sua própria natureza.


Fiéis ao nosso lema CRISTO PARA TODOS ensinamos que a igreja renova também o seu compromisso de receber pessoas homossexuais no amor de Cristo visando que a fé em Jesus as transforme para a nova vida da qual Deus se agrada.

Em nome da Igreja Evangélica Luterana do Brasil


Rev. Egon Kopereck

Presidente da IELB

Tempos difíceis

Após compararmos textos que produzimos, de comum acordo, formulamos juntos o texto a seguir. Desde já, fique à vontade quem desejar consigná-lo na íntegra para fazê-lo circular.

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Graça, paz e coragem!

Estamos pedindo a Deus que reverta qualquer juízo condenatório sobre nossa nação; que ele tenha misericórdia de cada cidadão brasileiro, das famílias, das crianças e que a sua ira dê lugar à compaixão.

Já conhecemos a posição do Poder Judiciário, que deixou muitos atônitos, particularmente, pela fundamentação usada e unanimidade na decisão.

Portanto, podemos crer que estamos numa reta final até o sancionamento da "lei antihomofobia" (PLC 122), pelo Senado.

Este é o tempo de, cada vez mais, usarmos a prática de orações e súplicas, como recomenda Paulo a Timóteo (1 Tm 2.1-4: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” A Bíblia na Versão Revista e Atualizada, de João Ferreira de Almeida), retomando nossa função profética como Igreja de Jesus Cristo, e ainda, bradarmos com toda força por meio dos púlpitos, das publicações, dos e-mails, Twitter, páginas institucionais e blogs pessoais, rádio e TV, pelas ruas, através de sinais de luto, sempre visando mostrar que a maioria dos brasileiros não aprova as pretensões contidas na esdrúxula PLC 122.

É nosso papel como cristãos amarmos e respeitarmos, indiscriminadamente, qualquer pessoa, mesmo sendo ela homossexual, bissexual ou transgênero, conforme expressões usadas no referido Projeto de Lei. Entendemos, também, que todo cidadão, por força constitucional, pode buscar junto ao Judiciário o reconhecimento e declaração de seus direitos. O que não podemos concordar é que o ser humano, criado em sua condição natural de “macho e fêmea”, perca esta condição ordinária para o que é extraordinário e contrário à natureza. Não é uma questão de simplesmente dizermos “não à homofobia”, mas de, primeiramente, dizermos “sim à heterofobia”.

Finalmente, num país em que os direitos básicos dos mais pobres ainda são totalmente esquecidos, que tem o seu sistema educacional e de saúde falidos, onde os professores, médicos e outros necessários profissionais são desvalorizados, onde se precisaria –conforme estatísticas – de um século para colocarem-se em pauta milhares de projetos de lei, deixa-se de lado o regime democrático de governo, que, sobretudo, visa atender e governar para todos, com justiça e neutralidade, e prioriza-se o interesse de uma minoria para afirmar valores tipicamente do direito individual e que ferem o entendimento da maioria.

Portanto, este é o tempo da Igreja de Jesus restaurar sua função profética, sem jamais, contudo, deixarmos de pautar nossos atos e manifestações pelo amor e cordialidade cristãs.

Pr. Benoni Kraul de Miranda Pinto (C. Jesus Vive, RJ)
Pr. Luciano Pereira Vergara (metodista, RJ)
Pr. Neander Kraul de Miranda Pinto (batista, RJ)

Essa muralha vai cair!

Graça, paz e coragem!

Estamos pedindo a Deus que reverta qualquer juízo condenatório sobre nossa nação; que ele tenha misericórdia das famílias, das crianças e que a sua ira dê lugar à compaixão. Já sofremos a invasão do Poder Judiciário nas atribuições do Legislativo federal, uma derrota para o País. É fundamental então, nesta reta até a eventual sansão da "lei antihomofobia", caso ela passe no Senado, que não "baixemos a guarda" e se use, cada vez mais, a prática de orações e súiplicas, como recomenda Paulo a Timóteo. E que "brademos" e "trombeteemos" com toda força por meio dos púlpitos, das publicações, dos e-mails, twitter, páginas institucionais e blogs pessoais, rádio e TV. É hora de irmos às ruas, de usar sinais de luto, vestir nossos templos com as bandeiras da nossa milícia e mostrar que a maioria dos brasileiros não aprova as pretensões do PLC 122.
Em tudo, é claro, tenhamos sempre o cuidado de sermos afirmativos e propositivos, pautando-nos pelo amor e cordialidade cristãs.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Justiça para quem?

Uma pergunta que não quer calar: Porque os ministros do Supremo Tribunal Federal cederam às ações públicas que pediam, uma, reconhecimento dos direitos de parceiros homossexuais sobre patrimônio construído consorciadamente e, outra, a redefinição, à margem do texto constitucional, da "entidade familiar", mas não há notícia de que suas excelências tenham se mexido para que fosse feita justiça no caso do ex-jornalista e executivo da comunicação Antônio Marcos Pimenta Neves, que, em 2000, assassinou a namorada, Sandra Gomide?

São, de certo, casos muito diferentes e, até onde se sabe, não existe pedido de nenhuma autoridade interessada no cumprimento da lei para o caso da morte de Sandra Gomide. Pimenta Neves cumpriu apenas sete meses de prisão. Em 2001, foi posto em liberdade provisória (sic?), para aguardar julgamento. Mas, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 16 de dezembro de 2006, obteve liminar suspendendo a ordem de prisão.

Mas, ao que parece, suas excelências entendem que é mais justo fazer justiça para atender a homossexuais preocupados com o patrimônio e, de brinde, legislar à força de uma interpretação que, em vez de aplicar, desmente e deforma a Constituição. Os ministros do STF também não parecem incomodados com a agressão à consciência da maioria que rejeita a tese de dar 'status' de família a duplas de dois pais ou duas mães.

Pelo visto, o texto da Carta Magna não é obstáculo, quando se quer dar a ela o sentido que for mais conveniente.

E a Nação, meu Deus!, será que não se envergonha disso?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

ABL é contra livro que ensina a falar errado

A Bíblia nos orienta a "orar por todos" (1 Timóteo 2.1). Mas é preciso orar intensamente por "desencapetamento" no governo federal.
Carecem muito de intercessão pessoas como Fernando Haddad, ministro da Educação, os seus subordinados e os autores e editores da coleção "Viver, aprender", cujo título politicamente correto foi adotado pelo MEC para ser distribuído nas escolas públicas.
O expediente é mais um de uma série de ações supostamente para superar preconceitos e gerar mais inclusão, mas que parecem, a rigor, ações revisionistas para reverter os valores tradicionais e implantar uma nova mentalidade baseada na negação de uma cultura a ser suplantada.
A Academia Brasileira de Letras se pronunciou condenando a estratégia pedagógica do governo ao adotar o livro. Abaixo, um texto parcialmente retirado do portal Ig.



ABL DIZ QUE LIVRO ADOTADO PELO MEC É "COMPLETAMENTE INADEQUADO"

Extraído de colunistas.ig.com.br

A Academia Brasileira de Letras (ABL) divulgou nota em que “manifesta sua discordância” em relação à proposta do livro didático de português adotado pelo MEC (Ministério da Educação), que dedica um capítulo ao uso popular da língua.
O presidente da ABL, Marcos Vilaça, afirma que o livro Por uma vida melhor, da coleção Viver, Aprender, para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), é “completamente inadequado”. Na nota, a ABL afirma que “estranha certas posições teóricas dos autores de livros que chegam às mãos de alunos dos cursos fundamental e médio com a chancela do Ministério da Educação, órgão que vem se empenhando em melhorar o nível do ensino escolar no Brasil”.
O livro distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático, do próprio MEC, defende que é preciso trocar os conceitos de “certo e errado” por “adequado e inadequado“.
Os autores mostram que não há necessidade de se seguir a norma culta para a regra da concordância em algumas situações e usam a frase “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado” para exemplificar que, na variedade popular, só “o fato de haver a palavra os (plural) já indica que se trata de mais de um livro”. Em um outro exemplo, os autores mostram que não há nenhum problema em se falar “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”.
Para o MEC, no entanto, o papel da escola é não só o de ensinar a forma culta da língua, mas também o de combate ao preconceito contra os alunos que falam “errado”.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ignorância glorificada

A Bíblia nos orienta a "orar por todos" (1 Timóteo 2.1). Mas é preciso orar intensamente por "desencapetamento" no governo federal.
Carecem muito de intercessão pessoas como Fernando Haddad, ministro da Educação, os seus subordinados e os autores e editores da coleção "Viver, aprender", cujo título politicamente correto foi adotado pelo MEC para ser distribuído nas escolas públicas.
O expediente é mais um de uma série de ações supostamente para superar preconceitos e gerar mais inclusão, mas que parecem, a rigor, ações revisionistas para reverter os valores tradicionais e implantar uma nova mentalidade baseada na negação de uma cultura a ser suplantada.
A Academia Brasileira de Letras se pronunciou condenando a estratégia pedagógica do governo ao adotar o livro. Abaixo, um texto parcialmente retirado do portal Ig.



Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado

Fonte: colunistas.ig.com.br

Livro usado pelo Ministério da Educação

Livro didático de língua portuguesa adotado pelo MEC (Ministério da Educação) ensina aluno do ensino fundamental a usar a “norma popular da língua portuguesa”.

O volume Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, mostra ao aluno que não há necessidade de se seguir a norma culta para a regra da concordância. Os autores usam a frase “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado” para exemplificar que, na variedade popular, só “o fato de haver a palavra os (plural) já indica que se trata de mais de um livro”. Em um outro exemplo, os autores mostram que não há nenhum problema em se falar “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”.

Ao defender o uso da língua popular, os autores afirmam que as regras da norma culta não levam em consideração a chamada língua viva. E destacam em um dos trechos do livro: “Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para norma culta como padrão de correção de todas as formas lingüísticas”.

E mais: segundo os autores, o estudante pode correr o risco “de ser vítima de preconceito linguístico” caso não use a norma culta. O livro da editora Global foi aprovado pelo MEC por meio do Programa Nacional do Livro Didático.
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Tudo em nome de quê? Não há limites para as concessões quando a ordem é servir ao "politicamente correto". Isto, sim, é uma subversão:"Vi servos a cavalo e príncipes andando a pé como servos sobre a terra." (Eclesiastes 10.7). "Se alguém amimar o escravo desde a infância, por fim ele quererá ser filho." (Provérbios 29.21).
Na condição de líderes cristãos, nosso desafio é influenciar os servos, escravos e néscios, transformando-os até ao ponto de se tornarem em bons modelos. Isso não é o mesmo que aquiescer com fazer do outrora néscio um exemplo a ser seguido.

Ora, durma-se com um barulho destes!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Nossa vitória sobre o mundo é a fé

1 João 5.4: "Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé."

Deus executa o seu juízo soberano sobre as nações. Tal qual no passado o Senhor mandou codornizes aos hebreus peregrinos no deserto, em sinal de seu fastio para com a leviandade de um povo queixoso e inquebrantável (Êxodo 16), as demandas de minorias brasileiras cujos valores passam ao largo da Palavra de Deus e da ética cristã parecem contar com todas as concessões do senso comum. E estão comemorando sua vitória.

Supondo atender a direitos, a suprema corte do Brasil se pronunciou pelo reconhecimento não apenas de direitos patrimoniais, mas pela redefinição da família. Não enxerga, talvez, que, em vez de produzir justiça, é usada para alinhar o Estado a uma nova ordem pretendida por movimentos de revisão sem fronteiras. A coisa não pára por aí. Na esteira, a própria decisão do STF reforça as pretensões, pela via legislativa, ao casamento e à aceitação de um terceiro sexo.

O cristianismo está ameaçado de perder a sua relevância histórica como intérprete e referência para as instituições, pois o peso do pecado exerce pressão sobre a consciência a ponto de fazer-se invencível, irretorquível e, para sermos práticos, parece melhor nos acostumarmos ao pecado. E embora isso possa acontecer, as alterações em curso não transformam o pecado em virtude, por mais que as massas se convençam do contrário.

Deus detém a história em suas mãos e serão vencedores os que guardam comunhão com ele.